65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
ATIVIDADE DA GLUTAMINA SINTETASE E CONCENTRAÇÕES DE AMÔNIO LIVRE EM PLANTAS JOVENS DE FAVA-ATANÃ (Parkia gigantocarpa Ducke) SUBMETIDAS AO ALAGAMENTO
Alexandre Roger de Araújo Galvão - Estudante do curso de agronomia, UFRA-Capitão Poço
Roberto Rivelino do Nascimento Barbosa - Estudante do curso de agronomia, UFRA-Capitão Poço
Gilmyson Ryan Rodrigues de Oliveira - Estudante do curso de agronomia, UFRA-Capitão Poço
Waldemar Viana Andrade Júnior - Estudante do curso de Pós graduação em Botânica, UFRA
Cândido Ferreira de Oliveira Neto - Profº. Dr./Co-Orientador- UFRA, Campus de Capitão Poço
Benedito Gomes dos Santos Filho - Profº. Dr./ Orientador- Instituto de ciências agrárias, UFRA
INTRODUÇÃO:
A fava atanã é uma espécie da família Mimosaceae de uso comercial madeireira e ornamental, podendo ainda ser empregada em projetos de arborização rural e urbana. Além disso, tem sido usada para diversos fins: produção de celulose e papel, construções em geral, móveis populares, assoalho, marcenaria, taboados e especialmente para a fabricação de caixotaria, brinquedos, laminados e compensados e como matéria prima para artesanato, A P. gigantocarpa é encontrada naturalmente nas Guianas e na Amazônia Peruana. No Brasil, sua distribuição geográfica abrange a região Norte: Pará, Amapá, Amazonas e Rondônia. O excesso de água no solo é um dos principais fatores abióticos limitantes do crescimento e distribuição de espécies de plantas e da produtividade agrícola, estudos tem demonstrado que o alagamento elimina o ar dos espaços porosos do solo, reduzindo a aeração e limitando a troca de gases com a atmosfera, nessas condições, as raízes das plantas e os microrganismos consomem o oxigênio presente na água, formando um ambiente hipóxico ou anóxico.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Objetivo deste trabalho foi estudar as concentrações de amônio livre e a atividade da glutamina sintetase em relação as plantas jovens de fava-atanã (Parkia gigantocarpa Ducke) submetida ao alagamento.
MÉTODOS:
O trabalho foi realizado em casa de vegetação pertencente ao Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) em Belém-Pará (01º28’03”S, 48º29’18”W). As plantas de fava-atanã (P. gigantocar), sendo acondicionadas em vasos plásticos com capacidade para 14 litros. As análises bioquímicas foram feitas na Ufra-Campus de Capitão Poço, realizadas a 0º, 4º, 8º, 12º, 16º dias logo após o período de aclimatação. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC) em fatorial do tipo 2 x 5 (condições hídricas x tempo), consistindo de dois tratamentos (Irrigado e Déficit hídrico) com 5 (cinco) repetições, totalizando 50 unidades experimentais, distribuídas ao acaso, cada unidade amostral foi composta de uma planta/vaso. Foi aplicada a análise de variância e a significância das médias, usando-se o teste de Tukey ao nível de 5%. As análises de regressão nas variáveis e desvio padrão das médias de cada tratamento. O programa estatístico empregado nas análises foi NTIA (EMBRAPA, Campinas-SP, 1995). Para a determinação da concentração de amônio e da atividade da glutamina sintetase em folhas e raízes foram utilizados os métodos descritos por de Cataldo et al., (1975). e Hageman; Hucklesby (1971) respectivamente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O alagamento reduziu significativamente a atividade da glutamina sintetase (GS) em folhas e raízes de plantas alagadas, nas folhas a atividade da enzima nas plantas controle e alagadas foram de 27,8 e 10,8 mmoles GGH.Kg-1MS, respectivamente, correspondendo uma redução de 61,15% nas plantas alagadas em comparação ao controle. Nas raízes a concentração de GS foi de 25,1 e 6,7 mmoles GGH.Kg1 MS nas plantas controle e alagadas respectivamente, com um decréscimo de 73,3% no tratamento alagado. A redução da GS nas plantas sob alagamento pode ter ocorrido em função da menor síntese de ATP nos tecidos celulares, pois a GS é fortemente dependente da energia produzida durante a atividade fotossintética nas folhas e do processo respiratório nas raízes. A concentração de amônio livre em folhas de plantas controle e alagadas foram de 6,2 e 15,4 mmoles de NH4+/ Kg de MS, respectivamente, caracterizando um aumento de 148,39% nas plantas alagadas em comparação ao controle. Nas raízes a concentração de amônio livre foram de 16,5 e 24,4 mmoles de NH4+/ Kg de MS nas plantas controle e alagadas respectivamente, revelando um aumento de 47,9% no tratamento alagado quando comparado ao controle.Tem sido relatado uma forte relação entre atividade da GS e o acúmulo de íons amônio nos tecidos da planta, assim o aumento nos teores de amônio em plantas sob alagamento pode ter ocorrido em função da redução da GS.
CONCLUSÕES:
O alagamento imposto neste experimento promoveu uma redução nas concentrações de amônio livre e também a diminuição da atividade da glutamina sintetase.
Palavras-chave: Fava atanã, Alagamento, Glutamina sintetase.