65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 3. Análise Nutricional de População
CONSUMO ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL DOS PACIENTES CELÍACOS DO GRUPO DE CELÍACOS DE ALAGOAS
Paula Cavalcante Amélio Silva - Acadêmica de nutrição do Centro Unversitário CESMAC
Camila Alves Nogueira de Souza - Acadêmica de nutrição do Centro Unversitário CESMAC
Mariellena de Andrade Cardoso Fragoso - Profa MsC/ Orientadora do Centro Unversitário CESMAC
INTRODUÇÃO:
A Doença celíaca (DC) é uma intolerância permanente ao glúten definida como um estado de resposta imunológica, tanto celular como humoral, que produz lesão importante na mucosa do intestino delgado, principalmente em sua porção proximal, levando à atrofia das vilosidades e hiperplasia das criptas, com importante déficit na absorção de nutrientes em indivíduos geneticamente suscetíveis.
O termo glúten é utilizado para designar a fração protéica constituída das classes protéicas glutenina e prolamina após hidratação sendo encontradas no trigo, na aveia, no centeio, na cevada, no malte, e nos cereais, amplamente utilizados na composição de alimentos, medicamentos, bebidas industrializadas e cosméticos.
Atualmente, a única alternativa de tratamento é a dieta isenta de glúten. Uma vez retirado da alimentação, em poucas semanas o paciente começa a recuperar a integridade das vilosidades intestinais e, conseqüentemente, melhora na absorção dos nutrientes.
Acredita-se que um dos fatores primordiais para a obediência à dieta é o conhecimento da doença e seu tratamento, pelo paciente. Diante disto, torna-se ainda maior a responsabilidade dos médicos e nutricionistas de tirar todas as dúvidas que venham surgir, de forma mais clara possível.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Esta pesquisa teve o objetivo de avaliar o consumo alimentar e o estado nutricional dos pacientes com doença celíaca do grupo de celíacos de Alagoas.
MÉTODOS:
A pesquisa foi realizada em Maceió/AL com os pacientes do grupo de celíacos de Alagoas.A coleta de dados foi realizada nas reuniões mensais com os pacientes integrantes grupo que participaram das reuniões. A amostra foi não probabilística por conveniência, sendo avaliados 10 pacientes cadastrados no grupo de celíacos de Alagoas.
Os procedimentos foram divididos em dois momentos, o de avaliação antropométrica e de avaliação dietética.
Com relação à avaliação antropométrica foi aferido peso em balança eletrônica de plataforma, Filizola® cap. 150g e sens. 100g e a estatura em estadiômetro vertical fixo, em posição ortostática.Também coletada mensuração da circunferência da cintura que foi realizada com os indivíduos em pé, usando fita métrica inextensível no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca ântero-superior, imediatamente após a expiração e tendo como ponto de corte o preconizado pelo International Diabetes Federation.
Para avaliação do consumo alimentar foi utilizado um Recordatório de 24 Horas e dois auto registros coletados pelos pesquisadores responsáveis pelo estudo sendo os inquéritos aplicados com auxílio do Registro Fotográfico para Inquéritos Dietéticos e kit de medidas caseiras e posteriormente cadastrados no Excel e tabulados com auxílio das tabelas de composição química e com os rótulos dos alimentos sem glúten.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O estudo foi realizado com um total de 10 pacientes de ambos os sexos do grupo de celíacos de Alagoas, com faixa etária de 14 a 53 anos, com médio de ± 31,6 anos. Sendo ainda a maioria eutróficos segundo o IMC, corroborando com outros estudos realizados com pacientes celíacos, com prevalências menores que variaram de 68 a 75% eutrofia nos pacientes avaliados.
O diagnóstico da doença foi realizado nos integrantes através de exames, onde 20% foram através da biópsia, 30% por marcadores bioquímicos e 50% através de ambos. Com relação a freqüência da classificação da doença celíaca do grupo estudado, que 10% dos pacientes são assintomáticos, 40% dos pacientes possuem a forma não clássica da doença e 50% apresentam a forma clássica.
Quanto aos sintomas relatados após a ingestão do glúten, observa-se que estavam presentes os seguintes sintomas: 23% distensão abdominal, 17% diarréia, 7% anemia, 17% constipação intestinal e 27% outros; porém, ressalta-se que existem integrantes assintomáticos.
Através da análise do recordatório 24 horas, de acordo com uma adaptação ao guia alimentar, foi observado que havia um consumo elevado de açúcares e carnes, os demais grupos, cereais, verduras e legumes, leites e derivados, feijões e óleos, havia um consumo abaixo do recomendado pelo guia alimentar, e apenas o grupo das frutas havia um consumo adequado.
CONCLUSÕES:
A adesão de uma dieta totalmente isenta de glúten é a única forma de tratamento após o diagnóstico da doença celíaca. A não adesão a dieta, traz consequências, como distensão abdominal, diarréia e anemia. Para a descoberta da doença a biópsia do intestino delgado é considerada até hoje o padrão – ouro para diagnóstico.
Para auxiliar no tratamento desta doença, o nutricionista é um fator importante, pois o tratamento dietético é exclusivo. Aderir a uma dieta isenta de glúten não influencia apenas o consumo de alimentos, mas também a qualidade de vida dos pacientes.
Palavras-chave: Doença celíaca, Glúten, Estado nutricional.