65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
CONTRIBUIÇÃO DA INOCULAÇÃO COM RIZÓBIO E ADUBAÇÃO NITROGENADA NA PRODUTIVIDADE DO FEIJOEIRO CULTIVADO NA ZONA DA MATA SUL DE PERNAMBUCO
Wedja Cibelle Silva Carneiro - Bolsista PIBIC/Graduação – IFPE Campus Barreiros
Rivaldo Rogério da Silva Junior - Estudante do curso Tec. Agropecuária - IFPE Campus Barreiros
Tatiely Gomes Bernardes - Profa. Dra./Orientadora - IFPE Campus Barreiros
Marcos Antônio Machado Mesquita - Técnico Agropecuária - IFPE Campus Barreiros
José Nildo Tabosa - Pesquisador – IPA
Antônio Félix da Costa - Pesquisador – IPA
INTRODUÇÃO:
A cultura do feijão é popularmente conhecida e cultivada em todo território brasileiro, desde grandes produtores agrícolas até o pequeno agricultor familiar, ocupando uma área plantada com mais de três milhões de hectares. O nitrogênio (N) é o nutriente exigido em maior quantidade pelo feijoeiro, e que se têm mais estudos relacionando-o ao aumento de produtividade. Entretanto, este nutriente se perde facilmente no sistema solo-planta-atmosfera, seja por lixiviação, volatilização, erosão, entre outras, ocasionado carência na planta, que pode ser limitante à produtividade de grão.
A fixação biológica de nitrogênio (FBN) pelas bactérias do gênero Rhizobium em associação com leguminosas, como o feijão, podem contribuir com o fornecimento de parte das necessidades das plantas por N. Entretanto, deve-se considerar que o sucesso de inoculação do feijoeiro com estirpes de rizóbio com alta eficiência está associado à habilidade competitiva de tais estirpes e adaptação às condições ambientais (Straliotto et al., 2002). E, estudos relatam o efeito negativo do uso de altas doses de N no processo de FBN (Pelegrin et al., 2009).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Objetiva-se com este trabalho avaliar a produtividade e desenvolvimento do feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.), em função da aplicação de diferentes doses de adubação nitrogenada associada ou não a inoculação com rizóbio, cultivado na Zona da Mata Sul de Pernambuco.
MÉTODOS:
O experimento foi conduzido no IFPE/Campus Barreiros, localizado na Fazenda Sapé, no município de Barreiros, PE. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, no esquema fatorial (4x2), com quatro repetições, com um total de 32 parcelas. Os tratamentos foram com quatro doses de N, na forma de uréia (0, 20, 40 e 80 kg N ha-1), dos quais, foram aplicados 20 kg N ha-1 na semeadura e o restante em cobertura aos vinte cinco dias após emergência, e dois tratamentos microbiológicos (com e sem inoculação com rizóbio). Cada parcela foi composta por 8 linhas de 6 m de comprimento.
As sementes do feijoeiro, cultivar “Princesa”, foram inoculadas com estirpe de rizóbio, recomendada comercialmente para esta cultura, tanto as sementes como o inoculante foram cedidos pelo IPA. A semeadura foi realizada manualmente, no dia 27 de outubro de 2012. Utilizou-se o espaçamento entre linhas de 0,50 cm e a densidade de semeadura de 15 a 16 sementes por metro
A colheita foi realizada manualmente após a maturação fisiológica, que ocorreu aos 83 dias após a emergência. Foram avaliados o rendimento do feijoeiro kg ha-1, a massa de 100 grãos (g), o número de vagens, o número de grãos por vagem e o estande final (número de plantas m-1).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As variáveis analisadas, rendimento de grãos, número de vagem por planta, número de grãos por vagem, massa de 100 grãos e estande final não foram influenciados pelas doses de N e pela inoculação com rizóbio nas sementes, assim como não houve interação entre os tratamentos. A menor produtividade do feijoeiro comum, cultivar “Princesa”, foi obtida no tratamento em que não utilizou-se N, de 1685 kg ha-1, e o tratamento em que aplicou-se 20 kg N ha-1 em semeadura obteve-se maior produtividade, de 1851 kg ha-1. O experimento foi conduzido numa área de várzea, possivelmente devido ao alto teor de matéria orgânica no solo não houve aumento da produtividade em razão do aumento das doses de N. Salgado et al. (2012), obtiveram produtividades de 1700 kg ha-1 e 3133 kg ha-1, utilizando doses de 20 kg ha-1 e 120 kg ha-1, respectivamente, com a mesma cultivar.
O número médio de vagens por planta foi de 12 a 13 vagens planta, corroborando com Salgado et al. (2012) que obtiveram com cultivar “Princesa” média de 12,6 vagens por planta. O número médio de grãos por vagem foi de 4,26. A massa de 100 grãos apresentou uma média de 23,4 g e o estande final apresentou uma média de 10 plantas por m.
CONCLUSÕES:
Diante dos resultados obtidos conclui-se que a inoculação das sementes com rizóbio não influenciou nas variáveis analisadas, rendimento de grãos, número de vagem por planta, número de grãos por vagem, massa de 100 grãos e estande final. E, o aumento das doses de nitrogênio não influenciou significativamente para o aumento de produtividade do feijoeiro.
Palavras-chave: Fixação biológica de nitrogênio, Phaseolus vulgaris L., Cultivar “Princesa”.