65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 8. Educação Matemática
O ENSINO DE GEOMETRIA NA ESCOLA PÚBLICA: TECENDO CAMINHOS PARA UMA APRENDIZAGEM A PARTIR DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E CONTEXTUALIZAÇÃO
Ronaldo José da Silva - Depto. de Estatística e Informática-UFRPE
Leandra Tamiris de Oliveira Lira - Depto. de Ciências Naturais-UPE
INTRODUÇÃO:
O ensino de Geometria nos anos iniciais deve possibilitar que o aluno estabeleça pontos de referência que lhe permita situar-se e posicionar-se no espaço, bem como, perceber semelhanças e diferenças entre os objetos no espaço, identificar e representar as formas dimensionais (PCN, 1997). Nesse sentido, o uso de situações problemas e contextualização dos conteúdos de Geometria surgem como instrumento que deve estar presente nas aulas de matemática de nossas escolas, pois à medida que o conhecimento matemático mantém relações com o cotidiano dos alunos, fica mais fácil desenvolver o ensino e a aprendizagem da Matemática (FIORENTINI, 1995). De acordo com o referido autor, a aprendizagem efetiva da Matemática não consiste apenas no desenvolvimento de habilidades como a do cálculo, ou na fixação de alguns conceitos através da memorização ou da realização de uma série de exercícios. O aluno aprende significativamente Matemática, quando consegue atribuir sentido e significados às ideias Matemáticas, mesmo aquelas mais abstratas e, sobre elas, é capaz de pensar, estabelecer relações, justificar, analisar, discutir e criar.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Investigar como se dá o ensino e a aprendizagem de Geometria na escola pública ; Verificar os conhecimentos prévios dos alunos sobre Geometria; Identificar os fatores que influenciam no ensino e na aprendizagem de Geometria.
MÉTODOS:
Nosso estudo apresenta um caráter qualitativo. O campo de estudo foi uma escola pública municipal, localizado em Paudalho –PE. Os sujeitos da pesquisa foram trinta e três alunos do 6º ano do ensino Fundamental. Como instrumento de pesquisa, utilizamos testes para fazer um levantamento do conhecimento de noções geométricas por parte dos alunos. Estes testes foram elaborados com base no livro didático de Matemática adotado pela escola e com base nas recomendações do PCN de Matemática. Elaboramos cinco questões, contendo assuntos de Geometria variados, tais questões apresentavam a Geometria como uma descrição e compreensão do espaço em que vivemos. Por outro lado, o uso de situações problemas e contextualização constituíram-se como instrumento facilitador na construção de conceitos, descrição e compreensão do espaço em que vivemos. Deve-se frisar que os testes para cada turma continham questões da série já cursada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A maioria dos alunos não respondeu as questões contidas no teste. Sendo assim, o que será discutido é resultado das raras tentativas de resolução. Dos trinta e três alunos que responderam ao teste, somente nove alunos acertaram a primeira questão que pedia para examinar o desenho de alguns sólidos geométricos e dizer o número de vértices, faces e arestas. Outros dezessete alunos também tentaram responder, acertando apenas algumas partes da questão. Desses trinta e três alunos, alguns poucos tentaram responder a segunda questão, na qual era apresentada uma circunferência, onde havia três segmentos de reta. Pedia-se então para se identificar quais dos segmentos eram exemplos de diâmetro e/ou raio. Dois dos alunos acertaram uma pequena parte. A terceira questão apresentava três figuras espaciais, e dizia que cada segmento de reta indicado chamava-se aresta. Pedia-se então para citar o número de arestas em cada figura, identificando-as. Dos trinta e três alunos, apenas onze acertaram o número de arestas, porém não as identificaram. As demais questões tratavam principalmente sobre retas, figuras planas, e número de lados de polígonos, numa abordagem menos conceitual, a maioria dos alunos reconheceram as figuras planas apenas por observação destas no espaço.
CONCLUSÕES:
A aplicação dos testes permitiu obter uma pequena visão da realidade do ensino da Geometria nas escolas públicas. Parece que a “omissão geométrica” ainda está presente de forma latente em nossas salas de aula. A análise dos testes permite concluir que a maioria dos alunos apresentam dificuldades na resolução de problemas referente a Geometria, pois não conhecem alguns conceitos fundamentais como o de aresta, forma plana, forma espacial, entre outros. Entretanto, percebemos que tais alunos apresentam um pensamento geométrico, pois reconhecem o espaço como algo ao redor deles e as figuras geométricas por suas formas, não por suas propriedades.
Palavras-chave: Matemática, Educação, Aluno.