65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 5. Matemática - 4. Matemática Aplicada
RESOLVENDO PROBLEMAS DE MATEMÁTICA EM SITUAÇÃO DE INTERAÇÃO SOCIAL
ANA PAULA VEIGA SERRÃO - Instituto de Educação Matemática e Científica
MARIA DE FÁTIMA VILHENA DA SILVA - Profª Drª Orientadora -Docente da graduação e do PPGECM-IEMCI-UFPA
FRANCISCO HERMES SANTOS DA SILVA - Prof. Dr. Co-orientador-Docente Docente da graduação e do PPGECM-IEMCI-UFPA
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho originou-se a partir do das observações realizadas durante o período em que participei das atividades de acompanhamento de uma turma da 3° série na Escola de Aplicação da UFPA. Além de atividades de observação, participei de vivências pedagógicas de desenvolvimento de conteúdos matemáticos do qual eu destaco as operações de multiplicação e divisão. Em relação a estes conteúdos, identifiquei que alguns alunos apresentavam dificuldades em resolver situações problemas.. Contudo, sabemos que a resolução de problemas estimula a produção de conhecimentos e desenvolve a capacidade de gerenciar informações. Além disso, a atividade de resolver problemas está presente em nosso dia-a-dia exigindo, por vezes, soluções rápidas. Sendo assim é muito importante que na escola seja possível ensinar matemática utilizando estratégias de como resolver problemas incentivando o aluno a desenvolver raciocínio matemático e capacidade de desafiar caminhos para soluções, interagindo com os colegas e desenvolvendo a comunicação.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Recordar fatos básicos da multiplicação. Interpretar as situações problemas de multiplicação. Desenvolver habilidades do cálculo mental com situações – problemas.
MÉTODOS:
O trabalho foi foi realizado em Belém – PA, na Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará, no mês de dezembro de 2012, durante as aulas de Matemática, de uma turma de 3ª série do Ensino Fundamental com vinte e um alunos em uma sequência de 2 aulas constituída de três momentos. Iniciamos com abordagem sobre operações de multiplicação e divisão articulando ao cotidiano do aluno. Depois, cada aluno recebeu uma folha de papel em branco para fazer cálculos matemáticos que envolviam multiplicação e divisão. A turma em círculo, ao som da música, passava uma caixinha de mão em mão, com várias tiras de papel que continham situações-problemas a serem resolvidas. Quando parava a música a criança que estivesse com a caixa, tirava um papel, lia o problema sorteado em voz alta a fim de que todos pudessem ouvir e imediatamente resolviam. Os resultados podiam ser resolvidos mentalmente ou no papel, e depois expressos oralmente assim que encontrassem o resultado. O aluno(a) “premiado(a)” buscava obter sozinho a solução do problema, enquanto isso os demais alunos do círculo se reuniam e, em conjunto, discutiam e resolviam o problema ou questão-problema. Novamente a música tocava e a caixinha passava de mão em mão até que parasse novamente e quando interrompida a música novo problema era sorteado. Foram sorteados trinta problemas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As atividades matemáticas despertaram participação ativa dos alunos que, perguntando tiravam suas dúvidas sobre divisão e multiplicação. A música deu um tom de empolgação, pois eles cantarolavam juntos. A questão sorteada lidas em voz alta fazia os alunos ficarem atentos. Destacamos, no entanto, que o aluno que tirava a questão a resolvia sozinho, porém os demais do círculo resolviam-na à sua maneira. Estes compartilhavam os seus resultados com os demais do círculo e comparavam seus resultados para saber se suas respostas estavam corretas ou semelhantes. Aquele que parecia não acertar a questão tinha a oportunidade de corrigi-la, pois o(s) colega(s) que tinha(m) certeza de saber que a resposta estava certa explicava para aquele que errou e mostrava como resolveu a sua questão. Ao final o grupo resolvia o problema muito mais rápido do que o aluno que o fazia sozinho. Concluímos, portanto, que a sócio-interação entre os alunos, caracterizado pela reunião de saberes ao que cada um compreendia sobre a questão matemática, facilitava encontrar a solução correta, muito mais rapidez. De 30 questões sorteadas, 25 foram resolvidas sozinhas pelo aluno premiado antes do restante do grupo. Destas a maioria das soluções apresentavam respostas corretas e poucos alunos erraram o problema.
CONCLUSÕES:
Numa situação de interação aluno-aluno o professor é um facilitador, mediador e incentivador de alunos, levando-os a pensarem e socializarem as suas ideias. O principal objetivo da atividade desenvolvida não foi encontrar resposta correta e sim compreender o processo de resolução, a partir da ativa participação dos alunos na tentativa de resolução matemática, e buscar os diferentes caminhos para chegar a um resultado, em ritmo de interação. A música e a estratégia do jogo de caixinha com as questões matemáticas facilitaram a participação dos alunos bem como a motivação clara pela atividade. Notamos que, a reunião de maior número de alunos para encontrar a solução do problema, cada qual com sua tentativa facilitou muito mais obter resultados certos, mais rapidamente, do que somente um aluno buscando a solução da questão “premiada”. A interação que eles tiveram durante a aula, favoreceu o processo de comunicação e por conseguinte o processo de ensino e de aprendizagem.
Palavras-chave: resolução de problema, sócio-interação, educação matemática.