65ª Reunião Anual da SBPC
H. Artes, Letras e Lingüística - 1. Artes - 4. Educação Artística
Grupo Phylos: coral estudantil como instrumento de inclusão cultural
Lorena Sampaio Nascimento - Escola Estadual de Educação Profissional Júlia Giffoni
Mateus de Sousa Nogueira - Escola Estadual de Educação Profissional Júlia Giffoni
Rebeca Vitória Costa de Sousa - Escola Estadual de Educação Profissional Júlia Giffoni
Fabricio Pereira Maciel - Escola Estadual de Educação Profissional Júlia Giffoni
Leilane Santos Bezerra - Escola Estadual de Educação Profissional Júlia Giffoni
José Wellington Leite Teofilo - Escola Estadual de Educação Profissional Júlia Giffoni
INTRODUÇÃO:
A música é um fenômeno universal, que está presente na história de todas as civilizações. Desde os primórdios, esta faz parte do dia a dia das comunidades, se manifestando de diferentes maneiras. De acordo com pesquisas em relação aos benefícios que a música pode proporcionar aos seus adeptos, percebe-se a importância de inseri-la no sistema educacional. Em 1996 a lei de diretrizes e bases, 9694, trabalha a música como componente curricular, entretanto, esta estava ligada a disciplina de artes. Em agosto de 2008 foi aprovada a lei nº 11.769 que torna obrigatório o ensino de música nas escolas de educação básica, as quais deveriam se adequar até 2011. A lei da educação musical na escola, 11.769, representa a democratização do acesso à educação musical e a reordenação no sistema educacional vigente com a incorporação deste ensino ao conjunto de componentes já presentes nos currículos escolares. Observa-se que mesmo com o fortalecimento da educação musical, o Estado do Ceará ainda não está adequado perante a lei, pois as escolas públicas não apresentam a música em sua grade curricular. Projetos como este que além de promover o ensino de música gera a inclusão cultural de diversos jovens, trazem resultados que servirão de bases para a posterior implantação deste ensino.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Viabilizar aos alunos da EEEP Julia Giffoni o acesso a educação musical por meio da contratação de um professor de música e a montagem de um grupo cênico musical, grupo phylos. Busca-se desenvolver a sensibilidade, criatividade, concentração, percepção dos educandos, bem como a inclusão cultural, com visitas a teatros e centros de cultura.
MÉTODOS:
O Projeto de educação musical na EEEP Júlia Giffoni iniciou-se em agosto de 2011, com a participação de apenas 9 alunos e a ministração do curso aos sábados. Durante as aulas foram realizados estudos e práticas de técnica vocal, alongamentos, técnicas de respiração, aquecimentos, exercícios para o melhoramento da dicção e noções básicas de partitura. O grupo passou a ter uma estrutura de coral cênico, desmistificando a postura rígida e convencional de corais, com movimentações e expressões faciais e corporais. Os integrantes tiveram suas vozes classificadas em: sopranos, mezzo-sopranos, contraltos, tenores, baixos e barítonos. Este recebeu o nome de Phylos, que significa amor de irmão.
Para a escolha do repertório, as músicas são apresentadas, ouvidas e discutidas. As mesmas apresentam um caráter tanto sacro como profano.
Em 2012, com 20 integrantes, deixou de ser apenas um grupo escolar, pois partes destes membros eram da comunidade. Iniciaram-se aulas de teatro e dança.
Bimestralmente é realizado visitas a teatros e/ou centros de cultura, objetivando aumentar o interesse dos participantes pela cultura local, bem como gerar a inclusão cultural.
Realizou-se um questionário para avaliar o impacto deste projeto na vida dos participantes diretos e indiretos do projeto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Com apenas 1 ano e 10 meses de formação, o grupo Phylos já apresenta vários resultados no referente a inclusão cultural, pois o mesmo já participou da IV e V feira de ciências e cultura da Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza, recebendo premiação nas duas edições. Montou-se dois recitais de natal, um para o ano de 2011 e outro para 2012, o qual foi apresentado na Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado, Policia Civil, Shopping Benfica, TV Diário. E produziu dois espetáculos, Amoratêmpora e Recomeçar, os quais foram apresentados em teatros, tais como: Celina Queiroz (UNIFOR), SESC Emiliano Queiroz, SESC Iracema, José de Alencar, Marcos Miranda, entre outros.
Além das apresentações realizadas pelo grupo, este também promoveu visitações a teatros/centro de culturas com os alunos da EEEP Júlia Giffoni. Estas visitas eram atreladas a peças locais, objetivando o conhecimento da cultura cearense, bem como seus artistas.
Nos questionários aplicados aos participantes obtiveram-se os seguintes resultados: 38% nunca tinham ido ao teatro antes do phylos; 100% acreditam que este projeto teve resultados positivos em suas comunidades; e 93% dizem que mesmo saindo da instituição pretendem continuar no grupo ou participar de projetos culturais semelhantes.
CONCLUSÕES:
A partir da realização deste projeto percebeu-se a importância de desenvolvê-lo na escola e de certa forma alcançando as comunidades afins. Os alunos de ensino médio de rede pública podem apresentar um trabalho artístico de qualidade desde que orientados por profissionais qualificados se que dediquem ao trabalho. Para que o ensino da música venha crescer no Brasil, faz se necessário o incentivo para tal atividade, com a contratação de excelentes profissionais e o fomento de projetos como este, que visam à qualificação a música.
Palavras-chave: coral, Phylos, música.