65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
FOTOINIBIÇÃO EM PLANTAS JOVENS DE CHICHÁ SOB IRRADIÂNCIAS CONSTRASTANTES NO AMBIENTE DE CRESCIMENTO
Vanessa Camargo Soares - Laboratório de Ecofisiologia e Produtividade Vegetal, IFGoiano-Câmpus Rio Verde.
Alan Carlos Costa - Prof. Dr. Orientador/IFGoiano.
Clarice Aparecida Megguer - Laboratório de Ecofisiologia e Produtividade Vegetal, IFGoiano-Câmpus Rio Verde.
Fábia Barbosa da Silva - Laboratório de Ecofisiologia e Produtividade Vegetal, IFGoiano-Câmpus Rio Verde.
Marília Assis dos Santos - Laboratório de Ecofisiologia e Produtividade Vegetal, IFGoiano-Câmpus Rio Verde.
Jônatas Neves de Castro - Laboratório de Ecofisiologia e Produtividade Vegetal, IFGoiano-Câmpus Rio Verde.
INTRODUÇÃO:
O chichá (Sterculia striata), pertencente à família Malvaceae, é uma espécie característica de florestas semidecídua, podendo ocorrer em cerrados mais fechados. É uma espécie que desponta com elevado potencial para a regeneração de clareiras devido ao seu rápido desenvolvimento, além da sua ocorrência em formações tanto primárias quanto secundárias. No entanto, pouco se conhece sobre o comportamento dessa espécie em condições contrastantes de irradiância. Condições extremas de irradiância, baixa ou alta, podem promover estresses e causar danos ao aparato fotossintético. Esses danos podem ser monitorados pela fluorescência da clorofila a, uma técnica rápida e não destrutiva, a qual fornece o rendimento da fluorescência da clorofila e fornece subsídios para estimar a inibição ou o dano no aparato fotossintético. Entre os parâmetros da fluorescência, o rendimento quântico potencial (Fv/Fm) é utilizado para avaliar a ocorrência de dano nos centros de reação do fotossistema II. Normalmente, valores inferiores a 0,75, dependendo da espécie, é indicativo de fotoinibição do aparato fotossintético.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Objetivou-se com o presente estudo avaliar a ocorrência de fotoinibição em plantas jovens de chichá sob irradiâncias contrastantes no ambiente de crescimento.
MÉTODOS:
O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Ecofisiologia e Produtividade Vegetal do Instituto Federal Goiano – Câmpus Rio Verde. Plantas jovens de chichá foram dispostas em três estruturas recobertas com telado afim de obter valores médios de irradiâncias de 25; 180 e 420 µmol m-2s-1. Um quarto ambiente foi estabelecido a pleno sol, sem nenhuma cobertura, com irradiância obtendo-se valores médios de irradiância de 1500 µmol m-2s-1. As plantas foram avaliadas pela manhã, aos 15, 34, 51 e 74 dias quanto à fluorescência da clorofila a utilizando um fluorômetro portátil modulado, modelo MINI-PAM (Walz, Effeltrich, Germany), equipado com uma pinça especial para suporte da folha modelo 2030-B. As características avaliadas foram o rendimento quântico potencial do fotossistema II (Fv/Fm), o rendimento quântico efetivo do fotossistema II (∆F/Fm’), a taxa aparente de transporte de elétrons (ETR) e o coeficiente de extinção não-fotoquímica (NPQ). O estudo foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado. Foram utilizadas sete repetições para cada tratamento. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e as médias comparadas pelo Teste de Tukey (p<0,01), por meio do Sistema de Análises Estatísticas Gerais (SAEG) versão 9.0.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Verificou-se que alterações nas características da fluorescência da clorofila a ocorreram em função dos ambientes de crescimento e do tempo de permanências nas plantas nestas condições. Os menores valores de razão Fv/Fm foram observados nas plantas crescidas nas maiores irradiâncias, caracterizando a ocorrência de fotoinibição. Nas plantas crescidas sob irradiância de 1500 µmol m-2s-1, verificou-se valores da Fv/Fm em 0,65, a partir dos 34 dias, e nas plantas sob 420 µmol m-2s-1, valores de 0,74, partir dos 51 dias. Em plantas mantidas sob irradiância de 25 e 180 µmol m-2s-1 os valores da razão Fv/Fm mantiveram numa faixa de 0,77 a 0,79 até o final do experimento. Os valores de ∆F/Fm’, ETR e NPQ não diferiram significativamente em plantas sob irradiância de 25, 180 e 420 µmol m-2s-1, no entanto, foram maiores em relação as plantas de pleno sol (1500 µmol m-2s-1). Os menores valores observados de Fv/Fm, ∆F/Fm’ e ETR em plantas jovens de chichá, sob irradiância de 1500 µmol m-2s-1, indicam uma redução na atividade da cadeia transportadora de elétrons, confirmandoo que a elevada densidade de fluxo de fótons promoveu a inibição da fotossíntese com provável dano ao fotossistema II.
CONCLUSÕES:
A ocorrência de fotoinibição foi constatada em plantas jovens de chichá crescidas em irradiâncias de 1500 µmol m-2s-1, não sendo constatada nas demais irradiâncias avaliadas no presente estudo.
Palavras-chave: Sterculia striata, Razão Fv/Fm, Eficiência fotoquímica.