65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E UM CURRÍCULO MAIS DESCOLONIZADO PARA UMA EDUCAÇÃO INTERCULTURAL
Cláudia Simone Almeida de Oliveira - NUPPEC - Faculdade Santa Catarina - FASC- Recife PE.
Maria Solange Waked de Araújo - Licenciada em Pedagogia: Faculdade santa Catarina – FASC- Recife PE
INTRODUÇÃO:
As relações étnico-raciais dentro das escolas, bem como a cultura afro-brasileira e africana, vêm sendo abordadas nas escolas, ainda, de maneira superficial e com a visão eurocêntrica.Com base nos estudos pós-coloniais (QUIJANO, 2005; MIGNOLO, 2005; WALSH,2007,2008) e na perspectiva da interdisciplinaridade (MINAYO,2002 THIESEN ,2008; MORIN, 2002, 2005),desenvolvemos uma pesquisa com discussões sobre memória, ancestralidade e herança africana nas práticas dos professores da Educação Básica. A relevância da pesquisa está na investigação de práticas que resgatem as grandes contribuições do povo africano na construção da sociedade brasileira.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Repensar o currículo como espaço de disputas (ARROYO,2011) e (re)significar as práticas pedagógicas; Discutir as lutas, resistências e riquezas históricas e culturais das nossas raízes afrodescendentes; conhecer uma pedagogia descolonial; discutir interculturalidades nas escolas, construir uma proposta pedagógica antirracista, analisar a influência da formações dos educadores nesses desafio de uma
MÉTODOS:
Essa pesquisa de caráter qualitativo, trata-se de um estudo exploratório em dois campos, uma escola pública do Município de Jaboatão e outra instituição particular da cidade de Olinda, ambas, localizadas no estado de Pernambuco. Observamos as práticas, aplicamos questionários e analisamos as formações dos professores, através da análise de conteúdo. Também discutimos os processos de construção e implementação dos projetos pedagógicos antirracistas nesses espaços educativos junto às comunidades escolares.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados apontam para uma Educação dessas relações étnico-raciais, através de políticas e práticas identitárias, que efetivem a implementação da lei 10639/03 que altera a LDB (Lei de Diretrizes e bases) que estabelece as Diretrizes Curriculares que institui a obrigatoriedade do ensino da História da África e dos africanos no currículo escolar. Destacamos o trabalho com a literatura infantil, a partir da obra de autores como Munanga, (1999); Arboleya (2008) para a construção das identidades, discussões de estereótipos com os educadores nas formações, aumento da autoestima dos estudantes e luta coletiva contra a discriminação e o preconceito racial, respeitando todo tipo de diferença na diversidade dos sujeitos de direito.
CONCLUSÕES:
Avaliamos processos de Formação de pedagogos/as e professores em serviço e identificamos o compromisso e a qualificação desses sujeitos para trabalharem com a educação para as relações étnico-raciais e a dinâmica desses momentos formativos, para identificar o que vem contribuindo para a concretização desse currículo mais descolonizado e para construção de uma Educação intercultural. Um ponto de destaque está na gestão participativa e no Projeto político Pedagógico que priorize suas ações de cidadania ativa. No outro aspecto, observamos que a formação inicial no curso de pedagogia também tem um papel importante nessa proposta de efetivação da legislação educacional viva dentro das escolas através da docência e das coordenações pedagógicas.
Palavras-chave: Educação, Formação docente, Diversidade.