65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
Estudo do potencial fungitóxico do extrato de Zingiber officinale e óleo essencial de Copaifera langsdorffii sobre Colletotrichum gloeosporioides, isolado do maracujazeiro amarelo.
Magdala Cavalcanti de Paula - Bolsista PIBIC; aluna do curso de Tecnólogo em Agroecologia - IFPE Barreiros
Marcelo Rodrigues Figueira de Mello - Prof. Dr. IFPE- Barreiros
Amanda Reges de Sena - Prof. a Msc. IFPE- Barreiros
Kátia Cilene da Silva Felix - Dr a / Bolsista FACEPE/UFRPE
Moêma Joel Velozo - Bolsista PIBIC; aluna do curso de Tecnólogo em Agroecologia - IFPE Barreiros
Antônio Henrique do Nascimento Filho - Bolsista PIBIC; aluno do curso de Tecnólogo em Agroecologia - IFPE Barreiros
INTRODUÇÃO:
A cultura do maracujazeiro ocupa um lugar de destaque na fruticultura tropical. Considerada como uma alternativa agrícola importante, a cultura do maracujazeiro pode oferecer um rápido retorno econômico e receita bem distribuída durante o ano.
Apesar de amplamente cultivada no Brasil, esta cultura é afetada por sérios problemas fitossanitários. Dentre esses problemas esta a antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides.Essa doença deprecia a qualidade do fruto, reduz a produtividade e longevidade da cultura (LIMA, et al. 2004).
O controle desta doença é frequentemente realizado pelo o uso de agrotóxicos, implicando em contaminações para os agricultores, consumidores e meio ambiente (EMBRAPA, 2009).
Vários Trabalhos demonstram à existência de propriedades fungitóxicas em óleos essenciais e extratos à base de plantas medicinais, atuando contra o patógeno por ação direta ou por indução de resistência na planta (GACHOMO, KOTCHONI, 2008).
O gengibre, Zingiber officinale, possui em seu rizoma princípios ativos antimicrobianos como o gingerol e zingibereno (ALBUQUERQUE, 1989). Na copaíba, Copaifera langsdorffii, observa-se a presença do ácido copálico e sesquiterpenos, sendo o oxido desse ultimo efetivo contra fungos (TAPPIN et al., 2004).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar o potencial fungitóxico do extrato de gengibre e óleo essencial de copaíba em diferentes concentrações sobre o crescimento micelial de Colletotrichum gloeosporioides.
MÉTODOS:
O experimento foi realizado no laboratório de microbiologia do IFPE-Campus Barreiros.
O isolado foi obtido de fruto e plantas de maracujazeiro com sintomas característicos da doença. A metodologia de isolamento utilizada foi descrita por Menezes & Silva-Hanlin (1997).
Para obtenção do extrato aquoso de gengibre, 100g do material foi lavado em água corrente e desinfestados em NaClO a 0,5% por 15min, sendo posteriormente secos em bandejas. O gengibre foi triturado em liquidificador industrial por 5 min, com 1000 mL de água destilada esterilizada (ADE), obtendo-se um extrato bruto a 100%, o qual permaneceu em temperatura ambiente por 72hs. Após esse tempo o extrato foi filtrado e transferido para frasco âmbar. O óleo essencial de copaíba foi adquirido comercialmente.
O extrato e o óleo essencial foram testados nas concentrações de 5, 15 e 25%; 1, 3 e 5µL/ml, respectivamente. A testemunha foi cultivada apenas com meio de cultura BDA e tratada com agua destilada esterilizada (ADE).
A avaliação do crescimento micelial foi realizada aos sete dias. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado em arranjo fatorial 2x3x1. Para cada tratamento foi utilizado quatro repetições, sendo cada repetição constituída por uma placa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados revelaram que os tratamentos com extrato aquoso de gengibre e o óleo essencial de copaíba apresentaram efeito fungitóxico sob o crescimento micelial de Colletotrichum gloeosporioides em condições in vitro. O óleo essencial de copaíba foi mais eficiente que o extrato de gengibre, sendo observada uma inibição do crescimento micelial de 77,4%, 84,9% e 83,4% nas concentrações testadas.
O efeito fungistático do óleo de copaíba pode estar relacionado à presença de diterpenos e sequisterpenos, cuja principal substância responsável pela inibição de fungos é o cariofileno e seus óxidos derivados (MACIEL, et al., 2002; VEIGA JÚNIOR; PINTO, 2002). A inibição do crescimento micelial de espécies de C. gloeosporioides foi demonstrada pelo uso de extratos hexânico e metanólico da copaíba (AMORIM, 2009).
Para o extrato de Gengibre, foi verificada uma inibição do crescimento micelial de 66,2% e, 87,7% apenas para as concentrações a 15% e 25% respectivamente. Na concentração a 5% não foi observada diferença significativa.
ROZWALKA et al., (2008) observou o efeito inibitório dos extratos de alecrim e gengibre sobre o crescimento micelial de C. gloeosporioides, indicando o potencial desses extratos no controle da antracnose em frutos de goiabeira.
CONCLUSÕES:
O óleo essencial de copaíba inibiu o crescimento micelial do patógeno em condições in vitro. Apresentando uma porcentagem de inibição do crescimento micelial de 84,9% para a concentração de 3 µL/ml.
O extrato de gengibre apresentou inibição do crescimento micelial do patógeno apenas nas concentrações 15% e 25%, indicando a necessidade de testar outras dosagens e outras metodologias no preparo do extrato.
O potencial das plantas medicinais e seus subprodutos no controle de fitopatógenos vêm sendo relatada em diferentes trabalhos, pela sua ação antimicrobiana e capacidade de induzir resistência e acúmulo de fitoalexinas, sendo estes compostos sintetizados no metabolismo secundário das plantas (GACHOMO, KOTCHONI, 2008).
Os resultados obtidos neste estudo sugerem a atuação do mecanismo de ação direta do extrato de gengibre e óleo essencial de copaíba na inibição do crescimento micelial do patógeno, indicando esses produtos como uma alternativa promissora na inibição de C. gloeosporioides a baixas concentrações.
Palavras-chave: CONTROLE NATURAL, FUNGITOXIDADE, a.