65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 3. Medicina Veterinária Preventiva
OPINIÕES E VALORES DA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA A RESPEITO DA PRESENÇA DE ANIMAIS DOMÉSTICOS ERRANTES NO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
Silvio Henrique Ramos de Araújo - Departamento de Medicina Veterinária – UFRPE
Polyanna Lins Pereira - Departamento de Medicina Veterinária – UFRPE
Mirna Juliana Mendonça de Lima - Departamento de Medicina Veterinária – UFRPE
Vitor Marques de França - Departamento de Medicina Veterinária – UFRPE
Marcela Oliveira Sampaio - Departamento de Medicina Veterinária – UFRPE
Gileno Antonio Araújo Xavier - Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal – UFRPE
INTRODUÇÃO:
Vários são os agentes zoonóticos que podem ser transmitidos por cães e gatos errantes, que representam uma forma de manutenção e propagação de doenças ao ser humano. As agressões infligidas aos humanos pelos animais constituem outro problema de SP provocado pelos animais errantes. A presença de animais, sem restrição ou controlo na via pública, pode constituir por si só, uma fonte de ansiedade e incômodo. O ruído, a invasão de propriedade e a destruição de bens representam motivos de queixas associadas aos animais errantes. Os acidentes surgem em resultado de um excessivo número de animais errantes, um tráfego rodoviário intenso e reflexo dos automobilistas na tentativa de evitar colisões com os animais. A poluição ambiental causada pelos animais errantes decorre da conspurcação dos espaços públicos com os dejetos dos animais e espoliação dos lixos, podendo desencorajar a utilização dos mesmos. O ato de predação, de canídeos e felinos errantes, é capaz de comprometer o bem-estar de outras espécies animais, podendo causar impactos de ordem econômica e ecológica.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a percepção da comunidade universitária a respeito da presença dos animais errantes no Campus da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
MÉTODOS:
O trabalho de campo foi realizado no período de fevereiro a abril de 2013. Um questionário concebido para o efeito contou com 13 perguntas contendo alíneas que remetem para questões relacionadas com valores e atitudes face à presença, ameaças e manutenção de animais errantes no Campus da UFRPE. Para cada questão fechada foram elaborados gráficos, permitindo uma visão geral e de particularidades que pudessem ser verificadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram contabilizados 335 entrevistados, sendo destes 79% graduandos; 4% pós-graduandos; 10% docentes; 4% técnicos e 3% outros; quando questionados se concordavam com a manutenção de animais no Campus, obteve-se resposta negativa em 50%, 83%, 88%, 54% e 70% e quando inquiridos sobre as condições que vivem os animais, se ruim, regular ou bom, revelaram 74%, 83%, 85%, 92% e 56% ser ruim, respectivamente. Notou-se com isso que tais respostas estão intimamente ligadas as condições inadequadas em que estes animais errantes sobrevivem perambulando por entre os diversos ambientes da instituição. Outro aspecto questionado foi se já sofreu injúria ou ameaça pelos animais, obteve-se os seguintes valores de respostas negativas: 82% dos graduandos, 83% dos pós-graduandos, 79% dos docentes, 77% dos técnicos e 90% dos outros.
CONCLUSÕES:
Este estudo permitiu constatar que, dos grupos investigados, os Graduandos, mesmo conscientes das condições ruins em que sobrevivem os animais errantes no Campus da UFRPE, ainda assim se mostraram como sendo aquele mais se expressou como dividido na opinião quanto à manutenção destes animais nos ambientes da universidade. Percebeu-se que se faz necessária a congregação dos diversos grupos envolvidos neste estudo, juntamente com todas as instâncias superiores da Instituição para resolução desta problemática. Estes primeiros dados não dispensam, no entanto, um posterior aprofundamento, e subsequente discussão científica, em fóruns próprios.
Palavras-chave: Posse Responsável, Interação Homem-animal, Bem-estar.