65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
BARREIRAS AO ESTABELECIMENTO DA EDUCAÇÃO SEXUAL NO AMBIENTE FAMILIAR NA CONCEPÇÃO DE ADOLESCENTES
Gustavo José Alves da Silva - IF Goiano – Câmpus Urutaí
José Henrique Faleiro - IF Goiano – Câmpus Urutaí
Randys Caldeira Gonçalves - IF Goiano – Câmpus Urutaí
Aline Sueli de Lima Rodrigues - Depto. de Gestão Ambiental do IF Goiano – Câmpus Urutaí
André Luis da Silva Castro - Depto. de Ciências Biológicas do IF Goiano – Câmpus Urutaí
Guilherme Malafaia Pinto - Orientador - Depto. de Ciências Biológicas do IF Goiano – Câmpus Urutaí
INTRODUÇÃO:
A sexualidade é uma das dimensões do ser humano que envolve gênero, identidade, orientação sexual, erotismo, envolvimento emocional, amor e reprodução. É experimentada ou expressa em pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, práticas, papeis e relacionamento. Ela é um elemento significante na formação da identidade do adolescente, manifestada por múltiplas identificações, como da imagem corporal, da descoberta do “outro” como objeto de amor ou desejo e do descobrimento de si e das relações com os familiares, grupos e profissionais. Todavia, em nossa sociedade, o tema sexualidade ainda encontra-se cercado de crenças, mitos e tabus. Isso se deve, em grande parte, à cultura da sociedade que reduz a sexualidade à sua função reprodutiva e genital, sem compreender a sexualidade como integrante do processo educacional e vivencial do indivíduo, histórica e culturalmente produzidos. A relevância de pesquisas acerca da sexualidade está na contribuição de informações que possam auxiliar pais e professores na elaboração de ações interventivas com vistas a contribuir com o processo de formação do ser humano.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo dessa pesquisa foi realizar a partir da concepção de adolescentes, uma avaliação sobre o desenvolvimento ou não da educação sexual por parte dos pais no processo de formação de adolescentes do Colégio Estadual Rodrigo Rodrigues da Cunha, Pires do Rio, GO.
MÉTODOS:
Esta pesquisa trata-se de uma “investigação avaliativa” na forma de estudo de caso. Elegeu-se como sujeitos da pesquisa alunos adolescentes matriculados no Colégio Estadual Rodrigo Rodrigues da Cunha, Pires do Rio, GO. Inicialmente o projeto de pesquisa foi apresentado ao gestor responsável pela instituição, sendo solicitada a autorização para o desenvolvimento da pesquisa junto aos adolescentes. Em seguida, os objetivos da pesquisa foram apresentados aos adolescentes e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi entregue aos mesmos para que os seus pais ou responsáveis pudessem ler e autorizar a participação dos adolescentes na pesquisa. Apenas os alunos que apresentaram autorização expressa dos pais responderam ao questionário. Esse último foi estruturado por questões objetivas e discursivas. As respostas referentes às questões objetivas foram analisadas de forma quantitativa, por meio de cálculo de percentuais. As respostas das questões discursivas, de natureza qualitativa, foram avaliadas por meio da análise de conteúdo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Entre os 79 adolescentes que participaram da pesquisa, 58,2% (n=46) eram do sexo feminino. Em relação à idade, verificou-se uma distribuição na faixa etária de 12 a 15 anos. Notou-se que 67% (n=53) dos adolescentes, não dialogam com seus pais acerca da sexualidade, sendo os motivos mais mencionados a vergonha, a desaprovação da família o medo da repreensão dos pais, porque possuem a crença que sabem o que precisam saber. Um total de 73,4% (n=58) dos adolescentes apontaram as mães como a principal fonte de diálogo, levando a crer que, entre mães e filhos, há vínculos sobre tais assuntos. Dentre os motivos pelos quais os adolescentes procuram as mães para conversarem sobre a sexualidade, os mais citados foram: a facilidade de diálogo, o entendimento do assunto por parte da mãe e por considerarem que ela é a responsável pela educação dos filhos. Constatou-se que 29,1% (n=23) dos adolescentes procuram sanar suas dúvidas com outras pessoas que não sejam seus pais e 16,4% (n=13) alegam não conversar com ninguém. Apenas 39,2% (n=31) dos adolescentes, afirmaram que existe algum assunto relacionado à sexualidade que acreditam ser importante conversar com os pais, sendo os mais citados a gravidez, sexo, métodos contraceptivos e namoro.
CONCLUSÕES:
Conclui-se que há um grande número de adolescentes que não tem diálogo acerca da sexualidade com seus pais. Pais e filhos ainda esbarram em barreiras para o estabelecimento do diálogo como: vergonha, medo e a desaprovação. A proporção de adolescentes que citou as mães como a principal fonte de diálogo e esclarecimento de dúvidas sobre sexualidade leva a crer que, entre mães e filhos há vínculos de diálogo sobre tais assuntos. Já os pais, parecem não são atores centrais no processo de formação e educação sexual de seus filhos. Ainda existe um distanciamento entre pais e filhos no que tange à sexualidade, sugerindo que maior atenção seja dada a essa temática.
Palavras-chave: Família, Comunicação, Educação sexual.