65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 1. Geografia Humana
A RELAÇÃO MOBILIDADE E METROPOLIZAÇÃO: A DINÂMICA ESTABELECIDA ENTRE A METRÓPOLE FORTALEZA E O MUNICÍPIO DE PACAJUS-CE.
Francisco Leonardo Maia Matos - Geografia - UECE
Carlos Wilami da Silva Gomes - Geografia - UECE
INTRODUÇÃO:
A nossa abordagem da mobilidade tem por foco a relação entre o município de Pacajus na Região Metropolitana de Fortaleza - RMF e a metrópole Fortaleza. Diariamente pode-se perceber um grande fluxo de pessoas entre as duas cidades. O município de Pacajus passou a integrar a RMF em 1999, destacando-se como meio de viabilização de integração a BR-116. Com grande número de deslocamentos empreendidos, principalmente de trabalhadores e estudantes, Pacajus se qualifica como um interessante objeto de análise, sobretudo para entender o processo de metropolização a partir da mobilidade. Cabe ressaltar a abrangência teórico-metodológica quando tratamos a mobilidade, não descartamos que ela implica em movimento devendo-se, contudo, ressalvar que é muito mais do que isso, pois trata-se de uma relação social. De acordo com Levy (2002) a mobilidade pode ser definida como “o conjunto de modalidades pelas quais os membros de uma sociedade tratam a possibilidade de eles próprios ou outros ocuparem sucessivamente vários lugares”. No âmbito dos estudos metropolitanos gostaríamos de destacar o conceito apresentado por Ascher (1998), uma vez que este autor associa mobilidade e metropolização nos possibilitando, assim, um maior entendimento dessa relação.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O estudo teve como objetivos discutir a metropolização a partir da mobilidade com intuito de entender esse processo; verificar como se insere o município de Pacajus na Região Metropolitana de Fortaleza a partir das relações que ele estabelece com a metrópole; identificar quais os principais motivos da mobilidade e que tipo de mobilidade ocorre entre Pacajus e Fortaleza.
MÉTODOS:
adotamos como metodologia o levantamento bibliográfico sobre o tema, além de pesquisas em sites e órgãos. No que se refere ao tratamento dos tipos de deslocamentos entre os dois municípios destacamos que seria difícil dar conta de todos esses tipos, desse modo, optamos por trabalhar os transportes públicos (ônibus e vans), realizando entrevistas com os usuários dos transportes para tentar, minimamente, traçar o perfil de quem utiliza e dinamiza a mobilidade entre Pacajus e Fortaleza, para então inferir como ela ocorre e qual seu papel no tocante a metropolização.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Com a integração na RMF, Pacajus passa por mudanças que influenciam na forma de vida dos seus moradores principalmente com a chegada de empresas no corredor industrial formado pela BR 116 que corta Pacajus e o município de Horizonte, que também faz parte desse corredor industrial. A indústria imprime uma nova dinâmica rompendo com o tempo lento em que estavam habituados os seus moradores, ao mesmo tempo em que essa atividade impulsiona novos fluxos, de acordo com Silva (2007) “As ligações rodoviárias e a integração do espaço às redes informacionais, intensificaram os fluxos de pessoas, mercadorias e capital no interior da região metropolitana”. Com a participação de Pacajus na RMF notou-se o aumento da população que vem acompanhado da dinamização do espaço urbano e consequente incremento das atividades terciárias e, também, da atividade industrial que chega ao município. Em resumo, como afirma Pereira Júnior (2005), “a cidade de Pacajus aponta para relativo dinamismo nas atividades que organizam as relações sociais, no qual a expansão dos fluxos e dos mecanismos urbanos impõe-se com grande destaque”. Logo se percebe que através da mobilidade entre Fortaleza e Pacajus o processo de Metropolização ganha força e as relações entre os municípios assumem um caráter metropolitano.
CONCLUSÕES:
Pode-se inferir, a partir deste estudo, que Pacajus estabelece relações intensas com Fortaleza levando-se em conta os fluxos gerados entre as duas cidades no que concerne, sobretudo, às dinâmicas relativas ao trabalho, comércio e estudo. A mobilidade, portanto, se dá principalmente através dos movimentos pendulares, que podem ser observados diariamente nos fluxos constantes de ônibus e vans em que estudantes e trabalhadores passam o dia na metrópole e voltam para suas casas em Pacajus dando-lhe características de uma cidade dormitório, todavia, ainda há comerciantes que fazem compras de produtos em Fortaleza para serem comercializados em Pacajus. Há outra mobilidade referente aos fluxos que partem da própria metrópole para a cidade de Pacajus, esses em sua maioria relacionados a trabalho e comércio. Logo devido ao que foi exposto entendemos que mais que pertencer a Região Metropolitana de Fortaleza, Pacajus estabelece relações diárias com a metrópole, que são possibilitadas pela mobilidade.
Palavras-chave: Movimento Pendular, Região Metropolitana de Fortaleza, Espaço Urbano.