65ª Reunião Anual da SBPC

D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 2. Análise Toxicológica

ESTUDO DA TOXICIDADE Sida santaremnensis ATRAVÉS DO TESTE COM Artemia salina leach.

Jair Dantas Alves - Unidade Acadêmica de Saúde - UFCG Danielly Alburquerque da Costa - Profa. Dra. / Unidade Acadêmica de Saúde - UFCG Fernando de Sousa Oliveira - Prof. Dr./Orientador - Unidade Acadêmica de Saúde - UFCG

INTRODUÇÃO:

Cerca de 60-80% da população dos países em desenvolvimento, dependem de plantas para cuidar de sua saúde, porém, o uso desses vegetais normalmente é realizado de maneira inadequada, já que, poucas plantas medicinais possuem estudos sobre suas potencialidades terapêuticas e toxicológicas. Sida santaremnensis, popularmente conhecida como vassourinha, é utilizada como emoliente, antifebril e diurética. Devido a essas características, faz-se necessário estudos que auxiliem na identificação de possíveis potencialidades tóxicas dessa espécie.

OBJETIVO DO TRABALHO:

Avaliar o potencial toxicológico, através da determinação da concentração letal 50% (CL50) de extratos de Sida santaremnensis, visando à utilização mais segura em estudos farmacológicos posteriores.

MÉTODOS:

Para tal, utilizou-se o bioensaio com Artemia salina baseado na técnica descrita por Meyer e colaboradores, analisando-se fases obtidas do extrato bruto dessa espécie. Os extratos à serem testados foram pesados e solubilizados em solução salina artificial a fim de se obter uma solução-mãe com uma concentração de 4 mg/mL. As amostras foram obtidas do extrato bruto de Sida santaremnensis. O extrato bruto das partes aéreas da planta foi submetido a extrações com vários solventes em ordem crescente de polaridade por meio de cromatografia líquida em coluna, nesse caso utilizou-se primeiramente a fase hidroalcóolica que possui o caráter mais polar e a fase diclorometano que apresentava característica de polaridade intermediária. As fases foram liofilizadas e armazenadas em recipiente fechado sob temperatura de 15-20°C. Os valores de CL50 foram calculados através da expressão dos resultados como uma percentagem dos controles, e determinados graficamente a partir das curvas concentração-resposta por regressão não-linear com intervalo de confiança de 95%, utilizando-se o programa GraphPadPrism 4.04. As atividades de pesquisa foram desenvolvidas no Laboratório de Farmacologia e Toxicologia do Centro de Educação e Saúde da Universidade Federal de Campina Grande – Campus Cuité.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

A análise dos resultados obtidos nos testes de toxicidade aguda mostrou-se eficiente, uma vez que, pode-se avaliar a toxicidade das fases hidroalcóolica e diclorometano de Sida santaremnensis podendo assim observar o comportamento da viabilidade das Artemia salina em função do aumento da dose administrada, mostrando que, com o aumento da concentração, houve o aumento da mortalidade das Artemia salina. A partir dos dados coletados pode-se determinar graficamente a partir das curvas concentração-resposta por regressão não-linear com intervalo de confiança de 95%, a CL50 para as fases hidroalcóolica e diclorometano, onde a primeira apresentou uma CL50 = 566,0 (509,4 – 629,0) µg/mL e a segunda apresentou uma CL50 = 123,7 (77,87 – 196,4) µg/mL, respectivamente, mostrando que a fase diclorometano possui uma potencial mais tóxico quando comparada coma fase hidroalcóolica. Meyer et al. (1982) estabeleceram uma relação entre o grau de toxicidade e a dose letal média, apresentada por extratos de plantas sobre larvas de Artemia salina, desde então, considera-se que quando são verificados valores acima 1000 μg/mL, estes, são considerados menos tóxicos.

CONCLUSÕES:

As fases hidroalcóolica e diclorometano apresentaram diferenças toxicológicas, visto que a fase hidroalcóolica mostrou-se menos tóxica, que a fase diclorometano. A comparação com um estudo anterior do extrato etanólico bruto com uma CL50 = 24,44 (20,0 – 28,88) µg/mL permitiu observar que as substâncias responsáveis pelo seu potencial toxicológico não estão presentes nas Fases Hidroalcóolica e Diclorometano, pois ambas apresentaram toxicidade inferior ao extrato bruto, mesmo que ainda apresentem toxicidade considerável, inferiores a 1000 μg/mL.

Palavras-chave: Sida santaremnensis, Plantas medicinais, Artemia salina.