65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
PERFIL DOS PACIENTES DO CAPS AD DE CAMPINA GRANDE-PB
Ransmully Mendonça Alves - Depto. de Farmácia – UEPB
Heloiza Maria Pereira de Macêdo - Depto. de Fisioterapia – UEPB
Júlia Cristina Leite Nóbrega - Depto. de Fisioterapia – UEPB
Magnum Sousa Ferreira dos Reis - Depto. de Fisioterapia – UEPB
Pâmela Thais da Silva Sousa - Depto. de Fisioterapia – UEPB
Clésia Oliveira Pachú - Profa. Dra. / Orientadora – CCBS – UEPB
INTRODUÇÃO:
O consumo de álcool, tabaco e outras drogas está presente em todos os países do mundo. Mais da metade da população das Américas e da Europa já experimentou álcool alguma vez na vida e cerca de um quarto é fumante. O consumo de drogas ilícitas atinge 4,2% da população mundial (LARANJEIRAS, 2010). Na área da atenção aos usuários de álcool e outras drogas, o aumento da rede dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) entre todos os dispositivos de atenção à saúde mental, têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira, dada a função articuladora desses Centros frente aos níveis de atenção em saúde bem como seu papel acolhedor, constituindo-se em uma nova clínica, produtora de autonomia (Brasil, 2005).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este estudo tem como objetivo avaliar o perfil dos pacientes do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas - CAPS AD da cidade de Campina Grande, Paraíba. A definição de fatores comuns aos dependentes químicos pode ser determinante ou contribuir para o uso/abuso de outras drogas.
MÉTODOS:
Trata-se de pesquisa qualitativa descritiva, desenvolvida no Centro de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) da cidade de Campina Grande-PB, realizada no período de julho de 2012 e fevereiro de 2013. A pesquisa foi resultado de uma parceria entre a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e a Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG). Como técnica de coleta de dados foi utilizada a entrevista sobre as variáveis: sexo, renda familiar e escolaridade. A amostra compreendeu 61 sujeitos em tratamento ativo da dependência química, de ambos os sexos e idade entre 17 e 74 anos. Os dados foram analisados e tabulados para melhor visualização dos resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Da amostra, 93,44% dos entrevistados eram do sexo masculino. Assis et al (2010) expõe que a baixa prevalência do sexo feminino no tratamento de álcool e outras drogas pode ser justificada pelo preconceito que atinge a mulher que faz uso abusivo dessas substâncias, além de sentimentos de culpa, vergonha, medo e baixa autoestima, que as levam a evitar que alguém descubra seu problema. Percebe-se, na atualidade, que o universo feminino está cada vez mais sensível ao uso de álcool. Quando perguntados sobre o grau de escolaridade 57, 38% relataram possuir ensino fundamental incompleto, corroborando com Schenker&Minayo (2005) que observaram existir baixa escolaridade entre os dependentes químicos. Tornando mais grave o problema, decorrente, muitas vezes, do próprio uso da droga. O consumo na maior parte dos casos é iniciado precocemente, contribuindo para a evasão escolar desde cedo. Quanto a renda familiar 39,34% relataram possuir até um salário mínimo, 39,44% até dois salários mínimos e 9,84% até 3 salários mínimos. Segundo Constantino et al. (2012), a renda familiar baixa pode ser fator para iniciação e manutenção na drogadição.
CONCLUSÕES:
Dos 61 sujeitos em tratamento ativo no CAPS AD foi possível observar uma maioria absoluta, 93,44 %, de homens que procuram se livrar da dependência química. Outra descoberta interessante da pesquisa mostra o baixo nível de escolaridade dos sujeitos que se encontram em tratamento. A renda familiar dos dependentes químicos em tratamento no CAPS AD é em torno 1 a 2 salários mínimos. O acompanhamento do perfil de dependentes químicos é de grande importância para definição de Políticas Públicas que atinjam um maior número de drogadictos.
Palavras-chave: Dependência Química, Drogas Psicoativas, Drogadição.