65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 2. Botânica Aplicada
LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLOGICOS DE UMA AREA DO CERRADAO DA CHAPADA DO ARARIPE
Luiz Marivando Barros - Prof. Me.- Depto. de Ciências Biológicas - URCA
Victor Aves Belém - Graduação em Ciências Biológicas – URCA
Francisco Jardel Pereira Fernandes - Graduação em Ciências Biológicas – URCA
Pedro Silvino Pereira - Professor - SEDUC
Francisca Lucinda de Luna - Graduação em Ciências Biológicas - URCA
Antônia Eliene Duarte - Prof. Me. - Departamento de Ciências Biológicas - URCA
INTRODUÇÃO:
A vegetação brasileira constitui um dos mais importantes recursos naturais renováveis do país, sendo fator preponderante para a conservação da água, do solo e da fauna, além de ter influência direta sobre o clima e a paisagem. Ao longo dos tempos, os recursos da flora brasileira vêm sendo explorados, na maioria das vezes, sem muita preocupação quanto aos critérios de conservação e maneira de utilização, uma vez que não foi dada a devida importância a pesquisa básica (IBDF, 1987). A Chapada do Araripe localizada no sul do Ceará, é um belo exemplo de floresta, cuja a implantação de um modelo exploratório auto¬ssustentável e de extrema importância, visto apresentar enorme influência sobre o aspecto sócio-econômico nas comunidades que vivem em prol da mesma, fornecendo alimentos, remédios naturais, material de combustão (lenha), além de ser atrativo turístico com geração de emprego e renda. Particularizando o bioma regional - cerradão, desenvolveu-se o presente estudo abordando aspectos fitossociológicos, com intuito de contribuir para um melhor conhecimento da sua composição florística como da organização da comunidade vegetacional, favorecendo o manejo autossustentável que assegure a população circunvizinha a conservação de seus recursos naturais.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O estudo foi desenvolvido abordando aspectos fitossociológicos do cerradão, objetivando-se a obtenção de dados da sua composição florística, da organização da comunidade vegetal, com a finalidade de realizar um manejo autossustentável para assegurar a conservação dos recursos naturais.
MÉTODOS:
O levantamento florístico foi realizado durante a plotagem dos indivíduos nas parcelas. A identificação botânica foi realizada através da observação direta das exsicadas existentes no HCDAL/URCA com auxilio de bibliografia especializada. O método fitossociológico utilizado foi o de parcelas múltiplas, com dimensões 10x10m. Foram montadas 8 parcelas sendo cada uma subdividida cm 16 subparcelas de 2,5x2,5m, para melhor localização dos indivíduos (ARAUJO, 1992). As unidades amostradas foi realizada de modo semi¬-aleatório, equidistantes uma da outra em 50m. Foram incluídos todos os indivíduos lenhosos vivos que obedeceram os seguintes critérios: diâmetro do caule ao nível do solo maior ou igual a 3cm e altura major ou igual a 1m, que apresentassem a base do caule no interior da parcela ou tocassem por fora da parcela ate uma distância de 1m. Após a catalogação dos dados foram realizados cálculos, com base em RODAL, et al (1992), com a finalidade de se obter a Curva do coletor, o nível arquitetural e estrutural e as densidades absoluta (DAt id/ha) e relativa do taxon (DRt percentual).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Verificou-se a ocorrência de 24 espécies distribuídas em 15 famílias destacando-se: Apocynaceae, Leguminosa Mimosoidae, Lauraceae e Annonaceae cada uma com duas espécies. Foi obtida uma densidade total de 6.812,5 id/ha com 545 indivíduos atendendo aos critérios de inclusão. Indivíduos com maior altura: urubu 20m; pau terra 13,20m; gargaúba, piqui 14m; pau cascudo 12m e visgueiro 10m; Indivíduos com maior DAP: pau cascudo 35,03cm e pau terra 33,75cm; Indivíduos de maior diâmetro da base: pau terra 43,63cm e louro 41,40cm. Quanto a densidade absoluta do taxon destacaram-se: urubu 100 espécimes e DAt = 1.250 id/ha; potim 85 esp. e 1062,5 id/ha; café bravo 68 esp. e 850 id/ha e cabelo de cutia 56 esp. e 700 id/ha e quanto a densidade relativa do (DRt percentual) destacaram-se o urubu 18,34, potim 15,59, café bravo 12,47 e cabelo de cutia 10,27 por cento. Indivíduos com maior frequência absoluta (Fat percentual): urubu, café bravo e cabelo de cutia todos com 100 por cento de frequência. A frequência total (FT percentual) foi de 1.237,5 por cento. A maior frequência relativa (FRt percentual), foram urubu, café bravo e cabelo de cutia, FRt de 8,08 por cento de frequência. A curva do coletor apresentou estabilização a partir da oitava parcela, caracterizando uma amostragem suficiente.
CONCLUSÕES:
Através dos resultados obtidos concluímos que a Chapada do Araripe em todo seu complexo vegetacional possui grandes potencialidades ecológicas particularmente no bioma Cerradão que é uma das áreas mais extensas. Na área de estudo observou-se pouca diversidade vegetal apenas 24 espécies, contundo bastante densa em relação ao número de espécimes com 6.812,5 id/ha, o que possibilita a exploração racional de madeira para diversas utilidades e de frutos entre outros recursos naturais sempre atendendo a um plano de manejo autossustentável orientado pelo IBAMA. Através da grande densidade de indivíduos presentes na área de cerradão foi comprovado que a mesma está bem conservada abrigando diversas espécies da fauna local as quais contribuem bastante para riqueza da região. Algumas espécies se destacaram tanto em frequência quanto em diversidade. A Ocotea ef duckei (urubu) alcançou a maior frequência 100 por cento e maior densidade 1.250 id/ha, despertando assim o interesse de estudos mais detalhados destas espécies, como fenologia e dispersão de sementes.
Palavras-chave: Fitosociologia, Chapada do Araripe, Cerradão.