65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
DIVERSIDADE FÚNGICA EM SEMENTES DE IPÊ-ROSA (Tabebuia pentaphylla)
Daynara Costa Vieira - Laboratório de Fitopatologia - UFRA
Rodrigo Oliveira Aguiar - Engº Agrônomo/ Pós-Graduando em Biotecnologia - UFRA
Bruna de Oliveira Silva - Laboratório de Fitopatologia - UFRA
Lais Pinto da Rocha - Laboratório de Fitopatologia - UFRA
Iris Lettiere do Socorro Santos da Silva - Profa. Dra./Orientadora - Laboratório de Fitopatologia - UFRA
José Arthur Leal Nascimento - Núcleo de Horticultura - UFRA
INTRODUÇÃO:
Os ipês pertencem ao gênero Tabebuia que compreende cerca de cem espécies e tem ampla distribuição, desde o México e Antilhas até a Argentina. Além de fornecerem boa madeira, são árvores muito ornamentais, principalmente devido à profusão de suas flores de diferentes matrizes. A espécieTabebuia pentaphylla,apresenta tronco robusto, com casca levemente fissurada longitudinalmente, sua propagação é feita via sexuada e sua qualidade sanitária pode ser um entrave para obtenção de mudas sadias, sendo importante conhecer sua sanidade para assegurar a produção de boa mudas .A qualidade sanitária é um dos mais importantes aspectos, pois microrganismos podem causar anormalidades e lesões nas plântulas, bem como deterioração de sementes sendo que os maiores problemas ligados às doenças durante a germinação são causadas por fungos. O tratamento sanitário é considerado uma das medidas mais recomendadas por controlar doenças na fase que antecede à implantação da cultura. A pesquisa na área de patologia de sementes é um ponto de partida para fornecer subsídio sobre os principais problemas que podem ocorrer nas sementes, como a baixa ou a falta de germinação, perda da viabilidade com consequente interferência na longevidade de sementes armazenadas e insucesso na produção de mudas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Objetivou-se com o presente trabalho identificar e quantificar os fungos associados às sementes de ipê rosa Tabebuia pentaphylla, e avaliar o efeito da assepsia das sementes na germinação e na plântula.
MÉTODOS:
O Teste de sanidade foi conduzido no laboratório de Fitopatologia da Universidade Federal Rural da Amazônia-UFRA, com sementes oriundas da Universidade. Para a detecção dos fungos utilizou-se o método de incubação em papel de filtro ou “Blotter test”. Sendo utilizadas 400 sementes, divididas em dois tratamentos consistindo em sementes não desinfestadas (T1 - sem hipoclorito) e sementes desinfestadas (T2- com hipoclorito). As sementes (T1) foram submetidas à água destilada esterilizada, por um período de 3 minutos, já as (T2) foram desinfestadas superficialmente com hipoclorito de sódio (NaClO) a 1% por 3 minutos, sendo posteriormente lavadas com água destilada e colocadas para secar .Foram distribuídas 12 sementes por gerbox ,utilizando como substrato 3 folhas de papel de filtro esterilizadas e umedecidas com água destilada com período de incubação de 7 dias, em temperatura ambiente (28 ± 2º C), sob fotoperíodo de 12 horas. Após este período foi realizada a análise observando a olho nu a formação e tipo de colônia presente nas sementes.O exame morfológico foi feito ao microscópio de luz, quando necessário, foram realizadas preparações microscópicas para a identificação das espécies .Os resultados foram avaliados pela frequência relativa dos fungos de sementes infectadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Em sementes de ipê rosa desinfestadas superficialmente sem hipoclorito de sódio, foi observada a incidência dos gêneros Curvularia sp.,(57,26%), Nigrospora sp. (94%), Fusarium sp.(7,97%) e Alternaria sp.(15,94%). Já em sementes desinfestadas superficialmente com hipoclorito de sódio, observa-se a incidência de espécies dos gêneros Curvularia sp.(2,98%)., Nigrospora sp.(18,84%), Fusarium sp.(2,24%). Observou-se que a assepsia reduziu a incidência dos fungos detectados nas amostras avaliadas, sendo evidenciado que os fungos estavam sendo transportados pelos tecidos externos das sementes, logo, foram praticamente erradicados das sementes após assepsia, especialmente os gêneros Alternaria sp. e Curvularia sp.Esses resultados demonstram que a maioria dos fungos estava contaminando e não infectando as sementes, pois se considera contaminação a associação do patógeno a um tecido sem atividade enzimática, superficial ou interno, e uma infecção, quando ocorre em um tecido interno, com atividade vital. Tanto o fungo Fusarium sp., quanto Alternaria sp., são considerados potencialmente patógenos e normalmente causam desde apodrecimento de sementes até tombamentos de plântulas e de mudas de espécies florestais.
CONCLUSÕES:
Os fungos mais frequentes detectados nas sementes de ipê-rosa foram: Curvularia sp., Nigrospora sp, Fusarium sp. e Alternaria sp. A assepsia com hipoclorito de sódio (NaClO) a 1% por três minutos, reduz a incidência de fungos em sementes de ipê-rosa.Tanto o fungo Nigrospora sp. quanto Curvularia sp., apresentaram maior diminuição de incidência, provavelmente, devido o seu caráter dematiáceo.
Palavras-chave: Ipê-rosa, Sanidade de sementes, Blotter test.