65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
Deficiência e Acessibilidade: Um olhar docente sobre o IFbaiano campus Catu.
Igor Marcel Anjos de Sousa - Estudante de Analise e Desenvolvimento de Sistemas IFBaiano Campus Catu
Aline Cruz Porto Silva - Professora/Orientadora - IFBaiano campus Catu
Mariana Nepomuceno - Estudante de Analise e Desenvolvimento de Sistemas IFBaiano Campus Catu
Henrique Cardoso Silva - Estudante do Curso de Licenciatura em Química IFBaiano campus Catu
Anderson José da Silva Brito - Estudante do Curso de Licenciatura em Química IFBaiano campus Catu
INTRODUÇÃO:
Segundo o censo demográfico realizado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no ano de 2010, o número de Brasileiros que possui algum tipo de deficiência aumentou. Vinte e Quatro por cento da população, uma parcela bastante significante, afirmar possuir alguma das deficiências pesquisadas, sendo elas: intelectual, motora, visual e auditiva. Fazendo vista ao mesmo estudo, no que se refere à escolarização de pessoas com deficiência, um dado relevante é que “para a população de 15 anos ou mais de idade com pelo menos uma das deficiências investigadas, a taxa de alfabetizados é de 81,7%” (IBGE,2010). Dito isto, este estudo contempla uma breve analise sobre a ótica dos docentes do IFBAIANO campus Catu no que diz respeito às pessoas com deficiência, se dispõe de ferramentas alternativas, tais como softwares, jogos e/ou material didático especifico, para lidar com pessoas deficientes, e se a acessibilidade pode ser vista como uma ferramenta para inclusão e permanência do estudante deficiente na comunidade escolar, ofertando ao publico em questão uma alternativa para a formação profissional.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este estudo pretende analisar as percepções dos docentes campus Catu a cerca das pessoas com deficiência, saber se os mesmos estão aptos a lidar com as diferenças, se encontram ferramentas de acessibilidade disponíveis pela instituição para receber indivíduos com alguma limitação. Compreender se o campus oferta a oportunidade de continuidade na formação discente pessoas com deficiência.
MÉTODOS:
A metodologia deste estudo se deu em três etapas, Sendo a primeira, o levantamento bibliográfico em periódicos e sites confiáveis que abordassem conteúdos afins a temática desta produção. No intuito de embasar teoricamente as informações necessárias ao desenvolvimento desta atividade. A segunda etapa é a aplicação de um questionário investigativo a um grupo de 20 (vinte) professores da Instituição, para entender a percepção e vivência destes sujeitos em relação às pessoas com deficiência mental/intelectual, motora, visual e auditiva, e a acessibilidade tanto dos conteúdos de suas respectivas disciplinas quanto do campus em si. A terceira etapa parte da publicação do resultado deste estudo em murais a fim de promover uma sensibilização e incentivar a Instituição, docentes, comunidade escolar bem como a comunidade geral a repensarem e a buscarem alternativas que possibilitem a inclusão das pessoas com deficiências.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Como resultado obtivemos que: 73% dos entrevistados disseram haver algum tipo de dificuldade para lecionar suas disciplinas a pessoas com deficiência (dentre as deficiências investigadas), alegando falta de conhecimento sobre possíveis meios de ensino, desconhecem a língua brasileira de sinais - Libras e a dificuldade de encontrar recursos metodológicos característicos para o ensino disciplinas técnicas. Quanto às estruturas do campus, 64% indicaram como “ruins”, não atendem a demanda das pessoas com as deficiências investigadas, mantendo a porcentagem média de 9% para “excelente”, “bom”, “regular”.
Os docentes também foram questionados quanto à integração entre as pessoas com deficiência e a turma. 46% disseram ser “boas”, 27% disseram não existe deficientes em suas turmas. Continuando, 18% afirmam ser “excelente” e 9% disseram ser “ruim”.
Quando perguntados se há amparo legal sobre como deve ser o acompanhamento e desenvolvimento desses estudantes em âmbito escolar, 64% afirmaram “existir amparo legal”, 18% afirmaram “não ter conhecimento sobre este amparo legal”.
Por fim, questionamos se o campus dispõe de ferramentas multidisciplinares que tornem as aulas acessíveis as pessoas com deficiência, 64% dos entrevistados disseram “não”, 36% disseram que “sim”.
CONCLUSÕES:
Concluímos que o processo de inclusão das pessoas com deficiências, sob o olhar dos docentes do IFBaiano Campus Catu ainda é um processo que vem ocorrendo de forma tímida, sem resultados expressivos. Infelizmente não atendendo a demanda do publico em questão, é sabido que “é necessário ofertar as escolas as condições de acessibilidade em: edificações, meios de comunicação e informação e recursos didáticos” (MANZINI,2008).
Este é o primeiro estudo realizado no âmbito dos cursos superiores, sobre a inclusão de pessoas com deficiência, foi considerado de grande valia por parte dos docentes, visto que acreditam que a formação de um profissional consciente da necessária integração da pessoa com deficiência no contexto educacional, assim como prevê a Constituição da República do Brasil de 24 de janeiro de 1967: “A educação é direito de todos e será dada no lar e na escola; assegurada a igualdade de oportunidade, deve-se inspirar-se no princípio da unidade nacional e nos ideais de liberdade e de solidariedade humana”. Dito isto se pode pensar em desenvolvimento e avanço tecnológico no campus, sem pensar na acessibilidade, caso contrário, corre-se o risco de promover segregação ao invés de inclusão.
Palavras-chave: Acessibilicade, Educação Especial, Docência.