65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
PADRÃO DE CONSUMO DE ÁLCOOL EM GRADUANDOS DO INSTITUTO FEDERAL GOIANO – CÂMPUS URUTAÍ
Luiza Gabriela Fulgêncio de Lima - Instituto Federal Goiano – Câmpus Urutaí
André Luis da Silva Castro - Prof. Dr. - Depto. de Ciências Biológicas do IFGoiano - Câmpus Urutaí
Lucas Donizetti Vieira - Instituto Federal Goiano – Câmpus Urutaí
Joyce Moreira de Souza - Instituto Federal Goiano – Câmpus Urutaí
Andrezza Arantes Castro - Instituto Federal Goiano – Câmpus Urutaí
Camila Gracyelle de Carvalho Lemes - Instituto Federal Goiano – Câmpus Urutaí
INTRODUÇÃO:
O álcool é uma das substâncias psicoativas mais consumidas em todo o mundo e também no Brasil, independente da faixa etária. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% dos casos de dependência química do mundo são de usuários de álcool. No entanto, os danos causados pelo consumo são ainda parcialmente conhecidos, o que é agravado pela falta de controle no comércio de bebidas, falta de fiscalização no trânsito, falta de consciência e prudência dos consumidores, dentre várias outros fatores que tornam difícil calcular o peso global dos danos relacionados ao consumo do álcool.
Uma forma de reduzir os danos causados pelo consumo de álcool é implementar e intensificar atividades educativas, especialmente com adolescentes e jovens. Dados recentes indicam que é na adolescência que ocorre o primeiro contato com substâncias alcoólicas, o que pode levar os indivíduos à abstinência, ao consumo irresponsável ou até à dependência química. Contudo, para subsidiar tais atividades é preciso conhecer o padrão de consumo dos usuários e os fatores associados ao uso. Assim, o presente estudo avaliou o consumo de álcool em uma população universitária no município de Urutaí, interior de Goiás.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Investigar o padrão de consumo de álcool por graduandos do Instituto Federal Goiano – Câmpus Urutaí. A pesquisa ainda visa subsidiar ações educativas de redução de danos causados pelo consumo de álcool.
MÉTODOS:
A pesquisa foi realizada em junho de 2012, com 196 graduandos do IF Goiano – Câmpus Urutaí (município de Urutaí-GO), dos dez cursos superiores da Instituição. Uma média de 20 alunos de cada curso participou da pesquisa. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do IF Goiano, sob o protocolo nº 004/2012.
Foi aplicado um questionário estruturado com 26 perguntas, sendo 16 referentes a informações sócio-demográficas e sobre fatores associados ao uso do álcool e 10 perguntas relativas ao Teste para Identificação de Problemas Relacionados ao Uso do Álcool (AUDIT). O AUDIT foi desenvolvido pela OMS e avalia o padrão de consumo de álcool, os sinais e sintomas de dependência, bem como os problemas decorrentes do uso do álcool. O teste permite ainda calcular a pontuação para cada participante da pesquisa, que varia de 0 a 40, e identifica quatro categorias: 0 a 7 pontos - uso de baixo risco; 8 a 15 pontos - uso de risco; 16 a 19 pontos - uso nocivo; 20 ou mais pontos - provável dependência.
Os estudantes foram abordados de forma informal, foram devidamente esclarecidos sobre o objetivo e os riscos da pesquisa e assinaram devidamente o TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido), consentido assim sua participação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os estudantes participantes têm entre 18 e 42 anos (média de 20 ± 3,24 anos). A maior parte deles reside no município de Urutaí - 41,32% (n= 81) e 48,9% (n= 96) dos participantes residem com os pais. Do total de respondentes, 114 (58,16%) têm o hábito de consumir bebidas alcoólicas e 94 (81,34%) consumiram álcool pela primeira vez antes de atingir a maioridade. O consumo de álcool em adolescentes menores de 18 anos é alarmante, o que reforça a necessidade de inserir nos programas de prevenção de uso de álcool as práticas de orientação familiar.
Em relação ao uso de álcool, 18,13% (n= 35) dos respondentes somaram pontuação 0 no AUDIT, sendo caracterizados como abstinentes. A porcentagem de abstinentes foi menor do que a prevista pela OMS. Entre os estudantes que consomem álcool, encontramos 69,43% (n= 133) na zona de baixo risco, 21,24% (n= 39) na zona de risco, 7,25% (n= 17) na zona de uso nocivo e 2,07% (n= 4) na zona de provável dependência. O uso de álcool tem sido reportado também como causa para ausência nas aulas e baixo rendimento escolar, além de inúmeros outros aspectos prejudiciais à sociedade. Assim, mesmo com a baixa frequência de estudantes com uso nocivo, a regularidade dos que consomem álcool já é suficiente para planejar atividades preventivas e educativas.
CONCLUSÕES:
O uso problemático do álcool foi verificado apenas em uma pequena parcela da população estudada e dentro dos padrões esperados pela OMS. Contudo uma atenção especial deve ser dada aos universitários, tanto em função do meio propício para consumo de álcool, quanto para a prevenção de riscos presentes e futuros. Os dados obtidos são essenciais para traçar estratégias político-educacionais que visem minimizar os danos causados pelo uso, não só do álcool bem como de outras substâncias psicoativas associadas.
Palavras-chave: Dependência, Perfil, AUDIT.