65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
INCIDÊNCIA DE PICOS HIPERTENSIVOS EM POPULAÇÕES ATENDIDAS PELO LABORATÓRIO ITINERANTE-LABIT
Kauany Almeida Costa Silva - Depto. de Enfermagem - UEPB
Gleidson Nayon Bezerra da Silva - Depto. de Enfermagem - UEPB
Larissa Nayane Braz do Nascimento - Depto. de Enfermagem - UEPB
Suellen Dantas de Amorim - Depto. de Enfermagem - UEPB
Josefa Josete da Silva Santos - Profa. Ms./Orientadora - Depto. de Enfermagem - UEPB
INTRODUÇÃO:
A pressão arterial(PA) é aquela existente no interior das artérias e comunicada às suas paredes. Como toda medida, a PA pode variar em função de flutuações verdadeiras ou aparentes. Estas variações, quando permanentes podem indicar o aparecimento de uma disfunção sistêmica caracterizada como hipertensão arterial (HA). A HA está intimamente ligada a ocorrência de picos hipertensivos, causas comuns de distúrbios neurológicos e cardiovasculares. Os serviços de saúde são os receptores dos indivíduos com problemas hipertensivos, usualmente associados a outras morbidades. Isso representa um número expressivo de internações hospitalares e um alto custo para a saúde pública, uma vez que a HA já foi considerada a principal causa de incapacidade definitiva. Um dos mais importantes desafios na prevenção e tratamento da Hipertensão Arterial é: manter vigilância firme através de verificações constantes e rastrear os níveis aumentados de PA, estes procedimentos devem ser realizados pelo profissional de saúde como medida preventiva, fazendo parte também dos exames clínicos de rotina. Esse simples procedimento pode detectar indivíduos assintomáticos com elevados níveis pressóricos, o que permite o início precoce do tratamento.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a incidência de picos hipertensivos em adultos jovens atendidos nas ações de saúde desenvolvidas pelo Laboratório Itinerante da Universidade Estadual da Paraíba, durante os anos de 2011 e 2012.
MÉTODOS:
Tratou-se de uma pesquisa de campo, do tipo exploratória, com caráter descritivo, com abordagem quantitativa. Realizada no período de 12 meses, em associação com as ações de saúde promovidas pelo Laboratório Itinerante- Labit, vinculado a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). A população foi constituída por um grupo de adultos jovens entre 18 a 45 anos de idade. As ações de saúde e cidadania promovidas pelo LABIT abrangeram apenas o estado da Paraíba, sendo a cidade de Campina Grande e municípios circunvizinhos os grandes beneficiados. Os dados foram coletados a partir de um questionário, por meio de uma demanda de atendimento espontânea. Foram realizadas três mensurações da pressão arterial, utilizando-se um manômetro aneroide e a campânula de um estetoscópio para adultos. Os dados foram repassados para um banco de dados criado através do modelo Microsoft Office Excel, onde foram interpretados e analisados em consonância com a fundamentação teórica de suporte da pesquisa. Esta pesquisa foi desenvolvida em concordata com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que aprova as diretrizes e normas regulamentadas de pesquisas envolvendo seres humanos, baseando-se nos princípios básicos da bioética.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Utilizamos para comparação estudos que abordam a hipertensão arterial, uma vez que os níveis pressóricos elevados estão associados a ela. Os resultados apontam para uma P.A.S com 119,7 mmHg e a P.A.D 81,7 mmHg. Os maiores percentuais entre os valores foram, na P.A.S 66,7% (entre 90 e 120 mmHg) e na P.A.D 55,5% (entre 60 e 80 mmHg). Os valores considerados anormais demonstraram 1,8% para aqueles com P.A.S acima de 150 mmHg e 2,8% para P.A.D acima de 100 mmHg, que encontram-se abaixo dos níveis relatados nas literaturas e que apresentaram-se mais prevalentes em indivíduos do sexo feminino e de raça branca. A prevalência dos hipertensos está abaixo da média estipulada para a população adulta brasileira (22,7%), mas, uma vez que a doença avança com o passar dos anos já se torna, desde então, motivo para maior investigação, tratamento e orientação. Além disso, os usuários hipertensos costumeiramente fazem uso da prática da automedicação, que pode significar desequilíbrio orgânico, insensibilidade aos medicamentos, alergias ou até mesmo a morte, além do aspecto econômico causado pelo uso desnecessário destes. Estudos nacionais de base populacional vêm sendo realizados desde a década de 90, em todas as regiões do país, exceto no norte brasileiro (PASSOS, 2006).
CONCLUSÕES:
Com base nos resultados encontrados e conforme a literatura pesquisada é possível concluir-se, que a análise da incidência dos picos hipertensivos como mecanismo de identificação dos portadores de HAS em idade jovem, antes do aparecimento dos agravos relacionados, é uma prioridade como ação de saúde e uma responsabilidade dos profissionais da área, que devem incentivar o desenvolvimento de terapêuticas para esta finalidade. Para isso, é fundamental a reorganização do cuidado primário fundamentada na integração de uma equipe multiprofissional, com competências definidas. Pode-se apontar como estratégia para reduzir a prevalência de níveis pressóricos elevados à ampliação do acesso à atenção básica, o incentivo à educação popular em saúde, o estímulo à adesão da família ao tratamento, a garantia à alimentação adequada, evitando assim o sobrepeso, sedentarismo, o diabetes mellitus. Além da prevenção do hábito do tabagismo e o uso de álcool abusivo e incentivando a prática regular de atividade física. Os encaminhamentos para tratamentos e intervenções, acontecem diante da necessidade de cada cliente, dentro de sua estratificação de risco.
Palavras-chave: Incidência, Hipertensão, Prevenção.