65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
NODULAÇÃO E DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DO FEIJOEIRO EM RAZÃO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA E FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO
Rivaldo Rogério da Silva Junior - Bolsista PIBIC/Técnico - IFPE Campus Barreiros
Wedja Cibelle Silva Carneiro - Graduanda Tec. Agroecologia - IFPE Campus Barreiros
Tatiely Gomes Bernardes - Profa. Dra./Orientadora - IFPE Campus Barreiros
Marcos Antônio Machado Mesquita - Técnico Agropecuária - IFPE Campus Barreiros
José Marcílio da Silva - Prof. Me. - IFPE Campus Barreiros
José de Paula Oliveira - Pesquisador – IPA
INTRODUÇÃO:
Algumas bactérias que coexistem em simbiose ou não nas raízes de plantas, possuem enzimas com capacidade de redução do N atmosférico, transformando-o em amônia e disponibilizando-o para as plantas (Lodeiro et al., 2000), processo conhecido como fixação biológica de nitrogênio (FBN). A habilidade das bactérias conhecidas como rizóbio para fixar nitrogênio em simbiose com as leguminosas é de considerável importância agrícola (Jensen et al., 2003), entretanto, classe de solo, clima, fertilidade do solo e cultivar podem afetar a resposta da inoculação. O feijoeiro é uma planta hospedeira capaz de ser nodulada pelo rizóbio presente no solo, e pesquisas tem relatado estirpes de crescimento rápido capazes de formar simbioses efetivas com esta cultura.
O uso intensivo dos fertilizantes nitrogenados vem causando graves problemas de poluição, como a contaminação dos recursos hídricos pelo nitrato e a emissão de gases de efeito estufa. Além disso, devido às altas perdas de N no sistema solo-planta-atmosfera proporciona elevado custo para o produtor rural. Portanto, a alternativa de maximizar a fixação biológica de nitrogênio, com a utilização do tratamento de sementes com rizóbio, via inoculação, torna-se uma tecnologia altamente sustentável.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente estudo tem como objetivo avaliar o efeito da adubação nitrogenada e da fixação biológica de nitrogênio na produção de nódulos e no desenvolvimento do feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) cultivado na Zona da Mata Sul de Pernambuco.
MÉTODOS:
O experimento foi instalado no IFPE/Campus Barreiros, localizado no município de Barreiros, PE. O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso, no esquema fatorial (4x2), com quatro repetições, tendo um total de 32 parcelas. Os tratamentos foram com quatro doses de N, na forma de uréia (0, 20, 40 e 80 kg N ha-1), dos quais, foram aplicados 20 kg N ha-1 na semeadura e o restante em cobertura aos vinte cinco dias após emergência, e dois tratamentos microbiológicos (com e sem inoculação com rizóbio). Cada parcela foi composta por oito linhas de plantio de 6 m de comprimento (50 cm entre elas), ou seja, tendo 24 m2, por parcela.
As sementes de feijão comum, cultivar ‘Princesa’, foram inoculadas com estirpe de rizóbio, cedido pelo IPA. A semeadura foi realizada manualmente, na densidade de 15 sementes por metro. Para análise da massa seca da parte aérea do feijoeiro foram coletadas duas plantas em local pré-determinado, quando estas estavam em pleno florescimento. E, as raízes destas foram coletadas, com muito cuidado, e utilizadas para a determinação do número nódulos e massa seca dos nódulos. Todos os resultados obtidos foram submetidos á analise de variância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Não houve diferença na massa de matéria seca da parte aérea (MSPA) do feijoeiro em razão da inoculação da semente com rizóbio e das doses de nitrogênio. Entretanto, houve efeito significativo na MSPA do feijoeiro quando se analisaram as interações entre a inoculação e as doses de N. A massa seca média da parte aérea do feijoeiro, cultivar Princesa, foi de 16,54 g planta-1. A dose de 20 kg N ha-1 associada a inoculação da semente proporcionou maior massa seca da parte aérea do feijoeiro, de 24 g planta-1.
De acordo com a análise de variância do número de nódulos por planta e da massa seca dos nódulos presentes nas raízes do feijoeiro, não houve efeito significativo dos tratamentos, inoculação e doses, assim como não houve interação significativa. O número médio de nódulos por planta foi de 19,64, valores superiores aos encontrados por Pelegrin et al. (2009) que variaram 2 a 14 nódulos por planta de feijão, cultivar Pérola. O peso médio dos nódulos foi de 0,016 g por planta.
CONCLUSÕES:
De acordo com os resultados conclui-se que a inoculação das sementes com rizóbio e aumento nas doses de nitrogênio não proporcionou aumento significativos no número de nódulos e na massa seca dos nódulos. Entretanto, a dose de 20 kg N ha-1 em semeadura associada ao tratamento de semente com rizóbio proporcionou maiores valores de massa de matéria seca da parte aérea do feijoeiro.
Palavras-chave: Rizóbio, Phaseolus vulgaris L., Zona da Mata.