65ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 1. Contabilidade - 2. Contabilidade e Finanças
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DO EMPREENDEDOR E FAMÍLIA FUNDADORA NO GERENCIAMENTO DE ESTRTURA DE CAPITAL DA EMPRESA
Diego Santos Quinto - UPM - Centro de Ciências Sociais Aplicadas (IC)
Liliane Cristina Segura - Profª. Drª. - UPM - Centro de Ciências Sociais Aplicadas (Orientadora)
INTRODUÇÃO:
A discussão a respeito da tomada de decisão dos gestores é muito relevante quando são comparadas as variáveis que interferem na decisão dos indivíduos. Cada decisão dos gestores gera um impacto para a empresa, pois cada gestor analisa o problema diante de perspectivas diferentes, dado o interesse que o mesmo tem na organização e os dados obtidos para sua análise. Casos de falhas nas decisões diárias são extremamente comuns e levam diariamente a empresa a correr riscos com decisões enviesadas. No Brasil temos um histórico antigo de empresas familiares que vem desde o início da economia agrícola em seu território e que também sofrem influência de seus gestores nas tomadas de decisões. A história deste tipo de empreendimento no país foi se desenvolvendo e trazendo alguns casos de sucesso que causaram o interesse do mercado e da sociedade. A pergunta principal deste trabalho é: “A empresa que possui como gestor principal o sócio fundador apresenta estrutura de capital diferente de empresas em que os gestores não possuem relação com a família fundadora?". Tem por finalidade compreender como ocorre esse gerenciamento e sua funcionalidade através de dados e indicadores econômicos disponibilizados pelas empresas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho é identificar a diferença na tomada de decisão feita pelos sócios fundadores em relação a estrutura de capital e contribuir para a pesquisa de finanças, uma vez que esse tema não é muito pesquisado no país, mas tem grande abordagem no exterior através dos trabalhos de Kahneman e Tversky (1974), Kahneman (2003), Bazerman e principalmente Baker, Ruback, e Wurgler (2005).
MÉTODOS:
Dado o caráter inicial desta pesquisa e a pouca literatura brasileira sobre o tema, caracterizamos este trabalho como exploratório. Neste contexto, os resultados produzidos por este trabalho serão de grande contribuição para que novas pesquisas sejam desenvolvidas sobre o tema. O estudo desenvolvido terá como base a utilização do tipo de pesquisa quantitativa e descritiva. Os indicadores que utilizaremos para as análises são: Return on Equity (ROE), Retorno sobre Ativo (ROA) e o grau de endividamento pelo patrimônio líquido. Este trabalho será desenvolvido através da identificação de gestores fundadores e gestores não fundadores em pesquisa de 50 empresas listadas na BOVESPA (Bolsa de Valores de São Paulo) que possuam dados completos. Serão classificadas por familiares e não familiares e pela atividade principal. Os indicadores calcularemos através dos valores encontrados na base de dados do economomática aferidos no sistema SSPP, seguindo as necessidades as fórmulas listadas acima, considerando os aspectos de lucro operacional, ativo total, EBIT, passivo não circulante e patrimônio líquido. A análise dos dados obtidos serão comparadas conforme o grau de investimento e se são familiares ou não familiares. Se a empresa é família e se o grau de investimento aumentou ou diminuiu.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No teste para o indicador de endividamento foram analisados 590 empresas não-familiares e 304 empresas familiares. Através do valor do Sig. 0,159 foi não foi possível ter um dado que rejeitasse a hipótese de que um ou outro tipo de empresa é mais eficiente do que a outro, pois as variáveis não apresentaram uma variância significante. As variáveis do indicador ROA apontaram que a empresa familiar é mais eficiente sem que com isso necessite se endividar, sendo menos alavancada. Mas em compensação a sua aquisição de ativos é menor e por isso não apresenta um endividamento tão grande. Os dados obtidos pelo indicador ROE mostram que as empresas familiares são mais endividadas do que as empresas não familiares, mas são mais eficientes na administração dos seus ativos financeiros.
CONCLUSÕES:
As empresas familiares e não familiares têm uma representação significativa no mercado brasileiro e faz com que tenhamos algumas questões a cerca do seu sucesso como instituições que fazem parte do ciclo econômico do país. Sendo assim, este estudo veio questionar qual das duas empresas apresenta uma eficiência maior. Os dados apresentados através do sistema estatístico SSPP não puderam responder o problema de pesquisa já que dos três indicadores escolhidos para análise apenas dois demonstraram variância de suas variáveis significantes e as mesmas foram contraditórias nos seus resultados apontando que em retorno do endividamento as empresas familiares são mais eficientes apesar de se endividarem mais do que as não familiares. O outro indicador de retorno sobre os ativos demonstrou que as empresas não familiares são mais eficientes, pois não adquirem muitos ativos e com isso se endividam menos. Assim, com dois resultados contraditórios, o trabalho fica a disposição para que outros indicadores possam ser analisados e tragam dados que respondam de maneira eficaz o problema de pesquisa.
Palavras-chave: empresa familiar, ROE, ROA.