65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
Avaliação da Mobilidade Funcional de Idosos Integrantes/Participantes de Programa Cinesioterapêutico
Acsa Priscila Queiroz Silva - Depto. de Fisioterapia - UEPB
Aracelli Laíse Tavares Mendonça Diniz - Depto. de Fisioterapia - UEPB
Thâmmara Lariane Henriques Tito - Depto. de Fisioterapia - UEPB
Hellen Louise Lino de Sousa - Depto. de Fisioterapia - UEPB
Denize Bonfim de Oliveira - Depto. de Fisioterapia - UEPB
Vitória Regina Quirino de Araújo - Profa Dra./Orientadora - Depto. de Fisioterapia - UEPB
INTRODUÇÃO:
A senescência e a senilidade habitualmente são acompanhadas do declínio da mobilidade, provocado pela diminuição das aferências dos sistemas visual, vestibular e somatosensorial em associação às modificações musculoesqueléticas. A mobilidade é definida como a capacidade de deslocamento de um individuo pelo ambiente, sendo considerada de suma importância, sobretudo para o idoso, por se constituir em uma ferramenta necessária para a realização das atividades da vida diária (AVDs) e, em consequência, para a manutenção da independência e autonomia funcional (BEGATE, RICARDO E SAWAZKI, 2006). Para a preservação dos graus de mobilidade sugere-se o estímulo às atividades funcionais, visto que a falta de atividade física regular associada à diminuição no controle postural, decorrentes do envelhecimento, estão intimamente ligados a déficits de coordenação, equilíbrio e incidência de quedas em idosos, sendo assim, é preconizada a prática de atividades físicas regulares, como as de programas cinesioterapêuticos, viabilizando um melhoria na condição neuromuscular dos indivíduos idosos (ALFIERI, TEODORI, MONTEBELO, 2004).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a mobilidade dos idosos de uma instituição de Apoio e Convivência antes e após a intervenção fisioterapêutica realizada através de um programa cinesioterapêutico.
MÉTODOS:
A amostra inicial (56) foi composta por idosos não institucionalizados de Instituição de Apoio e Convivência, localizado no município de Pocinhos-PB. Após a seleção, feita a partir de critérios pré-estabelecidos, 16 idosos compuseram a amostra final. Inicialmente, foi aplicado um questionário sócio-demográfico e logo após os sujeitos da pesquisa foram submetidos à aplicação do Teste Time Up And a Go (TUG), com o objetivo de avaliar os graus de mobilidade e equilíbrio. Os sujeitos foram avaliados pelo teste citado antes e após a intervenção fisioterapêutica. As intervenções foram realizadas na própria Instituição, totalizando 13 sessões com 50 minutos cada, realizadas duas vezes por semana. O programa de exercícios consistiu em: exercícios respiratórios; alongamento, flexibilidade e fortalecimento de cadeias musculares; exercícios de equilíbrio, propriocepção e coordenação motora e técnicas de relaxamento. Para a construção do banco de dados foi utilizado o programa Excel (2010). Os dados foram analisados através do programa estatístico SPSS 18. Foi constatada a normalidade dos dados através do teste de Kolmogorov-Smirnov. Logo após, aplicado o teste T-Student para amostras pareadas, sendo estabelecido o intervalo de confiança igual a 95% (p<0,05).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Quanto à idade, se observou um predomínio de idosos com a faixa etária entre 60-69 anos (43,8%) e 70-79 anos (50%); idade média de 69,9 anos. Quanto ao sexo, a maior parte da amostra foi composta por mulheres (87,5%). A média do tempo na realização do TUG obtido pelos idosos antes da intervenção foi de 10,18 (DP±1,64). Para Perracini (2006) o tempo obtido pela aplicação do TUG classifica o idoso em três categorias de funcionalidade, sendo considerados independentes funcionais aqueles que obtiverem tempos inferiores a 10 segundos; enquanto que aqueles que obtiverem tempos superiores a 20 segundos são considerados dependentes funcionais. De acordo com os resultados obtidos, sugere-se que os idosos da amostra apresentam um bom nível de capacidade funcional. Os resultados encontrados após as sessões mostraram uma média de tempo no TUG de 9,83 (DP ± 1,82); no entanto, não apresentou significância estatística (p = 0,218). Um estudo realizado por Alfieri, Teodori, Montebelo (2004), comparou dois grupos de idosos quanto ao tempo no TUG. O grupo I com idade média de 63,4 anos realizou um protocolo de exercícios três vezes por semana durante 12 semanas e obteve tempo médio de 7,29 segundos, ao passo que o grupo II, não realizou os exercícios e fez uso de um tempo médio de 10,55 segundos.
CONCLUSÕES:
Os resultados obtidos mostram que os idosos da amostra se encontram em um bom nível de capacidade funcional, sobretudo, após a realização dos exercícios, sendo preservadas a independência e a participação desses no grupo de convivência e nas demais atividades proporcionadas pela sociedade, incluindo atividades laborais e de lazer. Nesse sentido, o estudo destaca a importância da conduta fisioterapêutica, em especial de Programas Cinesioterapêuticos, com exercícios de fácil execução para a melhoria da mobilidade e da agilidade de idosos. No entanto, ressalta-se a necessidade de ser realizado um número maior de sessões para que se obtenha uma média no tempo do TUG ainda menor e, que por conseguinte, possa existir uma melhora na mobilidade dos idosos com significância estatística. Além disso, os estudos encontrados mostram resultados mais satisfatórios em idosos com média de idade abaixo da amostra estudada, sendo sugerido ainda, a realização de estudos com uma população mais idosa.
Palavras-chave: Idosos não institucionalizados, Mobilidade Funcional, Cinesioterapia.