65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 5. Enfermagem Pediátrica
A DOR: O PROCESSO DE CUIDAR DO ENFERMEIRO E DO FARMACÊUTICO
Evelin Firmino de Moura - Depto. de Enfermagem – UEPB
Débora Truta Duarte - Depto. de Farmácia – UEPB
Marcelino Rodrigues Batista - Depto. de Farmácia – UEPB
Tatiany Fernandes Quirino - Depto. de Farmácia – UEPB
Lindomar de Farias Belém - Profa. Dra./Orientadora - Depto.de Farmácia - UEPB
Ivana Maria Fechine Sette - Profa. Dra./Orientadora - Depto.de Farmácia- UEPB
INTRODUÇÃO:
A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável à lesão tissular real ou potencial (Mersky e Bogduk, 1994). Sendo uma das principais causas na busca de cuidado pelo sistema de saúde.
O tratamento da dor é avaliado como uma parte importante do cuidado que a American Pain Society resumiu na frase “Dor: O 5 Sinal Vital” (Campbell, 1995), considerada um sinal vital sugere dizer que a avaliação da dor é tão fundamental quanto verificar a pressão arterial e o pulso de um paciente. Portanto deve ser tratada no primeiro momento em que for sentida, diminuindo a necessidade de medicação e o sofrimento do paciente. Este tratamento pode ser farmacológico ou não-farmacológico.
Através da Farmacovigilância obtém-se a melhora da capacidade de avaliação da relação benefício/risco, tornando melhor os resultados da terapêutica e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.
Os enfermeiros devem ter em mente que os pacientes têm direito a ter sua dor aliviada e que sua persistência ocasiona sofrimento inútil para o doente, familiares, amigos e equipe de saúde.
Constatou-se então a necessidade do estudo da dor e o sofrimento que esta causa, através de seu monitoramento e sua mensuração. Assim como a análise da terapêutica escolhida pela equipe de saúde e seu efeito sobre o paciente.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Atuar no controle da dor na criança com responsabilidade na avaliação diagnóstica, na medicação e monitoramento dos resultados do tratamento e na comunicação das informações da sua dor.
MÉTODOS:
A pesquisa foi realizada no Hospital Fundação Assistencial da Paraíba, na ala pediátrica, onde se aplicou o questionário para monitoramento e mensuração da dor. Com auxílio de três escalas de dor: Escala objetiva da dor, Escala de avaliação da dor por faces e escala de quantificação gráfica da dor. Houve esclarecimento de dúvidas sobre a farmacoterapia aplicada e possíveis medidas terapêuticas não medicamentosas. A amostra era composta por crianças de 0 a 12 anos, que estiveram internados no hospital citado, no período de julho de 2011 a julho de 2012, que tenham apresentado dor no momento da internação ou no decorrer da mesma. Os dados foram analisados no programa Microsoft Office Excel 2010.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Durante o período de pesquisa obteve-se uma amostra de 18 crianças. Constatou-se que a dor na região do abdome (55,5%), foi o principal agravo com maior número de crianças acometidas. Sendo seguida pela cefaleia (27,7%) e a dor de ouvido (11,1%). Os medicamentos mais utilizados foram a dipirona e antibióticos derivados da penicilina.
Durante a coleta de dados nos deparamos diversas vezes com a automedicação realizada pelos responsáveis (61%), uma prática perigosa. Alguns responsáveis relataram repetir as prescrições que já haviam sido indicadas aos pacientes em outros momentos de doença. Não houve esclarecimento sobre o risco de possíveis reações adversas e interações medicamentosas.
Em função de as intervenções necessárias já terem sido aplicadas, 88, 9 % das crianças não apresentava sinais de dor quanto a movimentação, verbalização, choro e agitação.
Os acompanhantes não souberam relatar a intensidade da dor nas crianças (30,7 %), devido a falta de conhecimento e a idade das crianças 72,2% tinham até 3 anos de idade.
Ainda observou-se que as intervenções hospitalares se resumem exclusivamente a aplicação de medicamentos, havendo uma necessidade da utilização de terapias não medicamentosas para auxiliar no resultado satisfatório, já que essas causam menos reações adversas.
CONCLUSÕES:
A Dor age nos alertando de que algo está fora dos parâmetros fisiológicos normais, daí a relevância do monitoramento aplicado na pesquisa, objetivando o controle da dor por meio de uma assistência adequada ao paciente. Diante dos resultados, verificou-se que a dor é um sofrimento evidente no dia-a-dia da criança hospitalizada, tornando necessária uma interação entre o profissional de saúde, a criança e o acompanhante. Portanto, o trabalho proporcionou que estes obtivessem um melhor esclarecimento sobre como lidar com a dor, sobre os riscos da automedicação pelos responsáveis e o uso de terapêuticas não medicamentosas, além de permitir que a farmacovigilância atuasse de modo a contribuir para o uso racional de medicamentos. Também oferecemos um esclarecimento aos acompanhantes que muitas vezes não conheciam da patologia e desconheciam o tratamento, que para eles machucavam seus filhos, causando sofrimento e ansiedade aos mesmos. Após os esclarecimentos eles se mostravam mais colaborativos e interrompiam menos o serviço da equipe de enfermagem, trazendo benefício para o serviço do hospital. Verificou-se a necessidade de um maior esclarecimento pela equipe de saúde, a criança e ao acompanhante quanto ao monitoramento e tratamento da dor e os riscos da automedicação.
Palavras-chave: Dor, Farmacovigilância, Enfermagem.