65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
PROJETO INTERAGINDO
Fabiana Nascimento e Silva - Secretaria de Educação de Pernambuco - SEDUC
Iara da Silva Barbosa - Secretaria de Educação de Pernambuco - SEDUC
Maria Edjane Paixão - Secretaria de Educação de Pernambuco - SEDUC
Maria de Fátima Nunes de Almeida - Secretaria de Educação de Pernambuco - SEDUC
Maria Tereza Gurgel - Secretaria de Educação de Pernambuco - SEDUC
Rozana Ferreira Nascimento - Secretaria de Educação de Pernambuco - SEDUC
INTRODUÇÃO:
A Unidade Interdisciplinar de Apoio Psicopedagógico – UIAP é um Serviço que envolve profissionais das áreas de Psicologia, Pedagogia e Fonoaudiologia, e que atuam no âmbito da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco. O trabalho das UIAPs está pautado em quatro diretrizes: articulação, avaliação e acompanhamento, supervisão e assessoria, pesquisa e estudo, na perspectiva da educação inclusiva. Nesse processo, um dos maiores desafios que se apresentam, é a inclusão dos estudantes com deficiência intelectual em classes comuns. Isso porque, além da maioria desses estudantes encontrarem-se fora da faixa etária dos anos iniciais do Ensino Fundamental, o processo de inclusão está permeado de ideias pré-concebidas, como a falta de condições da escola, incapacidade dos estudantes e despreparo dos professores. Sendo assim, as UIAPs atuam também, no desenvolvimento de ações que contribuam para desmistificar essas ideias. Foi com esse propósito, que a UIAP José Mariano elaborou o Projeto Interagindo, para atender estudantes com deficiência intelectual matriculados em Classes Especiais de diferentes escolas, favorecendo um espaço de interação e troca de experiências de forma que pudessem evidenciar suas possibilidades para pais, professoras e para eles mesmos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Analisar o desempenho dos estudantes com deficiência intelectual, que freqüentam classes especiais, em um contexto diferente do cotidiano, através de atividades realizadas de forma coletiva e mediadas por intervenções psicopedagógicas; Contribuir para a conscientização das famílias sobre as possibilidades dos alunos.
MÉTODOS:
O projeto, vivenciado numa experiência piloto, envolveu seis escolas e vinte e quatro estudantes de Classe Especial, todos com deficiência intelectual em níveis severo ou grave e faixa etária entre dezesseis a trinta e cinco anos, e obedeceu as seguintes etapas: Encontro com as professoras para apresentação do projeto e contrato didático; Reunião com os pais para apresentação do projeto e fortalecer a parceria; Reuniões da equipe para (re)organização e avaliação das atividades; Realização de quatro encontros semanais com os estudantes (4 grupos de 06 estudantes de escolas diferentes); Reunião com os pais para socialização da experiência, e; Encontro com os professores para discussão dos resultados. Os encontros com os estudantes eram precedidos de momentos de acolhimento e descontração e compreenderam atividades livres e/ou dirigidas, envolvendo: atividades sistemáticas e diversificadas com o nome dos estudantes, utilizando fichas, alfabeto móvel e crachá; atividades com dominó de figuras, numerais, formas geométricas, blocos lógicos e outros materiais concretos; contação, interpretação e reprodução de histórias, com atenção para a sequência lógica, registro oral e gráfico; atividades envolvendo esquema corporal (identificação, reprodução do corpo humano); avaliação e autoavaliação realizadas coletivamente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram realizados dezesseis encontros semanais com os estudantes. Todos participaram com disponibilidade, entusiasmo, interesse, disciplina e envolvimento nas atividades propostas; demonstraram fácil adaptação e interação com os colegas e as facilitadoras; apresentaram boa freqüência nos encontros bem como retorno positivo das experiências vivenciadas, na escola e na família. Atitudes comprovadas tanto pelas facilitadoras, como pelo depoimento dos próprios estudantes, dos professores e, principalmente, dos pais.
CONCLUSÕES:
Considerando a forma como os estudantes participaram das atividades, podemos concluir que, a não-inclusão desses estudantes em classes comuns, não se justifica. Como podemos observar nos resultados apresentados, não houve dificuldade de adaptação e, embora em graus e formas diferentes, todos apresentaram evolução, tanto no que concerne aos aspectos cognitivos, como à elevação da autoestima e o crescimento nas relações interpessoais.. Acreditamos que é preciso investir em ações que garantam, efetivamente, uma escola pública e de qualidade para todos, pois ficou evidente na vivência do Projeto Interagindo que, criando-se as oportunidades, as condições necessárias, o estudante responde positivamente, ampliando suas possibilidades. É urgente, portanto, conferir aos estudantes com deficiência, o direito legitimo de se escolarizar em salas comuns, isso significa potencializar mais e melhores experiências que ajudarão na formação integral de todos e todas.
Palavras-chave: Inclusão, Interação, Possibilidades.