65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica
DESCOBRINDO A HISTÓRIA DA ARTE, CONSTRUINDO UMA NOVA HISTÓRIA PROJETO PEDAGÓGICO PIBID/ARTES VISUAIS
Ane Beatriz dos Santos Reis - Departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística - UFPE
Maria das Vitórias Negreiros do Amaral - Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Teoria da Arte e Exprressão Artística-UFPE
INTRODUÇÃO:
O projeto pedagógico Descobrindo a história da arte, construindo uma nova história, foi idealizado para o PIBID/Artes e vivenciado com estudantes do Ensino Médio da Escola Estadual Diário de Pernambuco, Recife/PE. Proposta de problematizar a História da Arte de forma não cronológica a partir da iconografia. Não enfatizando estilos ou movimentos artísticos ou somente artistas consagrados, mas degustar a Arte e sua história relacionando os objetos de estudo com a realidade da época e a vivenciada pelos estudantes. Diante de um quadro desfavorável da educação básica e a urgência de uma melhor formação para os licenciandos, o PIBID/Artes é uma ferramenta de pesquisa, observação e prática da docência. O projeto propõe uma renovação no ensino da história da arte contrapondo-se ao Plano Anual de Arte da Secretaria de Educação que sugere um ensino cronológico e com preponderância da história da arte européia. A tríade da Abordagem Triangular, idealizada por Ana Mae Barbosa: ler, contextualizar e produzir arte, foi a base do projeto metodológico. A teoria sobre história da arte foi desenvolvida a partir dos seguintes autores: ARGAN(2005); ECO, org(2010); GOMBRICH(2011). Para metodologia do ensino da arte: BARBOSA(2008, 2010); BARBOSA, AMARAL(2008); BARBOSA, CUNHA(2010); OSTROWER(1999).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O projeto visa experimentar a arte a partir de metodologias contemporâneas e provocar nos estudantes, do Ensino Médio, um pensamento crítico sobre História e Arte. Problematizar arte como linguagem e possibilitar a compreensão da Arte como uma área de conhecimento construída histórica e socialmente.
MÉTODOS:
Neste trabalho realizado na Escola Estadual Diário de Pernambuco, foi utilizada a abordagem triangular, de Ana Mae Barbosa, com as seguintes ações: a leitura de imagens, a contextualização e a produção de arte. Foram realizadas aulas expositivas, na sala de artes, em duas turmas do ensino médio: 2o ano “A” e “B”, em 90 minutos de aula. Cada turma tinha uma média de 30 estudantes, com idades entre 16 e 19 anos. Os estudantes apreenderam a História da Arte, utilizando imagens impressas, em projeção de slides ou filmes com projetor multimídia. Para a produção de atividades artísticas foi utilizado: giz de cera, lápis grafite, lápis de cor, tinta acrílica, papel branco, pinceis, miçangas, lona de algodão, jornal, revistas, cola branca e papel machê. Foram realizadas duas visitas a exposições de artes: no Instituto Ricardo Brennand, a exposição Dores da Colômbia, do artista colombiano Fernando Botero e no Centro Cultural Santander, a exposição Ele moía a escuridão, do artista plástico pernambucano Marcelo Coutinho. Este artista visitou a escola para uma conversa com os estudantes sobre a exposição e seus processos artísticos. Ao final do período vivenciando a docência, foi realizada uma exposição com os trabalhos dos estudantes no pátio da escola.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Participar do PIBID e relacionar a teoria apreendida na universidade com a prática da docência foi um exercício desafiante. A prática da docência é um processo contínuo de pesquisa, assimilar suas particularidades durante a graduação enriquece o processo de aprendizagem. Importante também foi a troca de conhecimentos entre os licenciandos participantes do PIBID/Artes, a professora orientadora, a supervisora da escola, professora de Português que leciona também Artes, e o envolvimento dos estudantes na experimentação da sala de aula. Vera Maria Candau (1995, p. 298) afirma que “ao analisarmos as diferentes dimensões da cultura em que estamos imersos tomamos consciência de que se trata de um universo diversificado e provocativo”. Pesquisar a história da arte não atrelada aos tempos cronológicos ou estilos artísticos, mas em temas que foram vivenciados em diversas épocas e ainda os são, de modo diferente ou não, pelos sujeitos envolvidos tornou o ensino mais dinâmico, diversificado e também provocativo. Aproximou a arte da diversidade cultural a que o povo brasileiro está entranhado.
CONCLUSÕES:
O PIBID Artes foi uma experiência desafiante, mas muito proveitosa. Ao final do período de aulas, foi distribuído um questionário para os estudantes com questões sobre o que foi trabalhado e suas sugestões. Foi muito gratificante perceber que o esforço e a dedicação colheram resultados de contentamento pelo formato das aulas realizadas na sala de artes e também na mudança de paradigma sobre a importância da disciplina Artes, no currículo escolar do Ensino Médio. A participação maciça dos estudantes na exposição que finalizou o projeto com o 2o “A” e “B” foi outra demonstração de que a proposta foi vivenciada com satisfação.
Palavras-chave: Artes, Ensino, Metodologia.