65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 8. Antropologia
GEOTECNOLOGIA EM FUNÇAO DO MAPEAMENTO DE MOVIMENTOS SOCIAIS EM BENJAMIN CONSTANT E AMATURÁ NA MESOREGIAO DO AMAZONAS
Janilson Gonçalo Rubem - Universidade do Estado do Amazonas. Núcleo de Cartografia Social da Amazonia
Francisco de Assis Nogueira de Matos - Universidade do Estado do Amazonas. Núcleo de Cartografia Social da Amazonia
Jose Francisco da Silva Neves - Universidade do Estado do Amazonas. Núcleo de Cartografia Social da Amazonia
Suzana Carvalho Lima - Universidade do Estado do Amazonas. Núcleo de Cartografia Social da Amazonia
Antonio Caldas da Luz - Universidade do Estado do Amazonas. Núcleo de Cartografia Social da Amazonia
Reginaldo Conceição da Silva - UEA. Núcleo de Cartografia Social da Amazonia.Coord. reginho.obi@hotmail.com
INTRODUÇÃO:
A pratica do auto mapeamento, realizada por povos e comunidades tradicionais na representação do espaço vivencial, traz consigo o fortalecimento das praticas tidas como tradicionais nos seus múltiplos aspectos (religioso, laboral, lazer etc.) e é carregado de expressões cujos significados são evidenciados nas múltiplas linguagens utilizadas na produção dos fascículos e boletins. Uma desta linguagem é a geotecnologica. Através do programa de ArcGis, o Projeto da Nova Cartografia Social da Amazônia(PNCSA), por intermédio da articulação dos seus Núcleos espalhados pelos estados amazônicos e as comunidades tradicionais mais vicinais, captam acontecimentos passiveis de serem geocartografados.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste paper, portanto é discorrer sobre esta articulação em duas atividades denominadas “Oficina de Mapas e de uso de GPS”, ocorridas nas cidades de Benjamin Constant, junto aos indígenas Kokamas, e em Amaturá com agroextrativistas da Castanha do Brasil e indígenas de quatro comunidades étnicas diferentes.
MÉTODOS:
O paper foi produzido a partir das observações nas Oficinas de Mapas e Curso de GPS, realizadas pelo PNCSA na Comunidade Indígena Bom Jardim, Benjamin Constant e na Associação de Produtores e Beneficiadores de Castanha do Brasil, em Amaturá. As atividades em campo por sua vez, tem como método o auto mapeamento, construído de forma coletiva pelos agentes sociais constatados, participes das Oficinas
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Por meio das observações das oficinas ocorridas entre dezembro de 2012 e março de 2013, tendo como foco o uso de geotecnologia, observamos como estas comunidades tradicionais, usam seus espaços e defendem seus territórios diante da existência dos conflitos territoriais e manutenção dos saberes tradicionais. Ao produzir os croquis, expõem suas lutas e demandas de modo coletivo (referente ao processo de ocupação territorial dos invasores e atravessadores). O trabalho em laboratório, utilizando-se dos pontos coletados pelos agentes sociais em suas comunidades, aliados as informações coletadas nas entrevistas, vídeos, fotografias e nos croquis, o uso do ArcGis refina as interpelações da comunidade em mapas tematizados ricos em informações socioterritoriais produzidas por quem faz o uso do espaço amazonense.
CONCLUSÕES:
O envolvimento e articulação de pesquisadores e acadêmicos com representantes sociais, dentro do PNCSA, em especial no Alto Solimões – Amazonas permite o mapeamento dos povos e das comunidades tradicionais da mesorregião do Alto Solimões. As experiências trocadas durante as Oficinas de Mapas e Curso de uso de GPS e a posterior confecção de boletins, fascículos e mapas chancelam saberes à medida que a geotecnologia esta disponível e acessível a parcelas populacionais minoritárias nos mais distintos rincões do Estado. Os mapas produzidos pelos agentes sociais, mais que um documento cartográfico, é fruto do engajamento destes na luta pela manutenção dos saberes tradicionais e pelo direito de uso dos seus territórios. Dessa forma, as geotecnologias quando absorvidas por povos e comunidades tradicionais, se configuram como ferramenta capaz de monitorar danos a ambientes naturais e possibilitar articulações entre agentes sociais com órgãos públicos e privados.
Palavras-chave: Geotecnologia, Cartografia Social - Auto Mapeamento, Povos e Comunidades Tradicionais.