65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 3. Engenharia Agrícola
MODELAGEM MATEMÁTICA DAS CURVAS DE SECAGEM DAS SEMENTES DE PIMENTA BODE
Hellismar Wakson da Silva - Instituto Federal Goiano - Câmpus Ceres
Isneider Luiz Silva - Instituto Federal Goiano - Câmpus Ceres
Renato Souza Rodovalho - Instituto Federal Goiano - Câmpus Ceres
Claudia Antonia Vieira Rossetto - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
INTRODUÇÃO:
A pimenta bode (Capsicum chinense L.) é tradicionalmente consumida e cultivada na região central brasileira (CARVALHO et al., 2006). O uso de sementes de pimenta com alta qualidade fisiológica é fundamental na implantação da cultura (RIBEIRO et al., 2006). As sementes de pimenta podem apresentar elevado teor de água na pós-colheita, o que inviabiliza o armazenamento das mesmas, uma vez que água é o componente principal que controla a atividade biológica e sua conservação. A secagem é o processo mais utilizado para assegurar a qualidade e a estabilidade de sementes considerando-se que a diminuição da quantidade de água reduz a atividade biológica e as mudanças químicas, fisiológicas e físicas que ocorrem durante o armazenamento (MENEGHETTI et al., 2012). Os modelos matemáticos são uma proposta para simular os processos de secagem de produtos (DI SCALA e CRAPISTE, 2008). Por meio desses modelos é possível construir curvas de secagem para as diferentes condições de temperatura e atividade de água. Para pimenta malagueta, foi constatado que o melhor modelo foi Oswin Modificado nos níveis de 30 a 50 °C com R2=94,98%; SE=0,8139; P=4,6318%; para isotermas (SILVA e RODOVALHO, 2012). Os tais conhecimentos são fundamentais ao longo do processo de beneficiamento de sementes, assim como, para o dimensionamento de equipamentos de secagem e armazenamento.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho teve como objetivo ajustar os modelos de curva de secagem aos dados experimentais das sementes de pimenta bode (Capsicum chinense L.) nas temperaturas de 30, 35 e 40 °C.
MÉTODOS:
O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Fisiologia Vegetal do Instituto Federal Goiano - Câmpus Ceres. Foram utilizadas sementes de pimenta bode (Capsicum chinense L.) extraídas manualmente de acordo com Ribeiro et al. (2008). As sementes foram submetidas à secagem em condições de ambiente sem controle por 24 horas e, posteriormente, secagem artificial nas temperaturas de 30, 35 e 40 °C em incubadora do tipo B.O.D. As amostras foram pesadas periodicamente até as sementes atingirem umidade de equilíbrio (Ue) (FARIA et al., 2012). A razão de umidade (Ru) e a taxa de remoção de água (TRA) foram calculadas conforme Siqueira et al. (2013) e Resende et al. (2011), respectivamente. O ajuste dos modelos matemáticos aos dados experimentais para descrever as curvas de secagem das sementes de pimenta bode, utilizou a metodologia proposta por Reis et al. (2011). As magnitudes do coeficiente de determinação (R2), do erro médio relativo (P) e do erro médio estimado (SE) foram utilizadas para verificar o grau de ajuste dos modelos, conforme (MENEGLETTI et al., 2012).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O grau de umidade das sementes de pimenta foi reduzido de 23,8% b.u. para 9,50, 8,58 e 7,58% b.u., respectivamente para as temperaturas de 30, 35 e 40 °C. O comportamento inversamente proporcional entre a Ue e a temperatura de secagem das sementes de pimenta, também foi observado por Faria et al. (2012) para sementes de crambe. Dentre os modelos ajustados, o de Henderson e Pabis Modificado foi o que apresentou o melhor ajuste aos dados experimentais da secagem das sementes de pimenta, apresentando R2 > 0,99, P < 9,94% e SE < 0,42x10-2. Reis et al. (2011) e Resende et al. (2011) também sugerem estes modelos como os de melhor ajuste para a pimenta Cumari do Pará (R2=0,996; P=7,710; SE=0,010 de 45 à 65 °C) e sementes de pinhão-manso (R2=0,9975; P=7,20; SE=0,022 de 30 à 50 °C), respectivamente. E a secagem reduz com o aumento da temperatura, evidenciando maior taxa de remoção de água (TRA) conforme observado por Resende et al. (2011), Faria et al. (2012) e Siqueira et al. (2013). As maiores taxas de remoção de água foi de 0,06, 0,09 e 0,11 kg kg-1 h-1, respectivamente para as temperatura de 30, 35 e 40 C.
CONCLUSÕES:
O tempo necessário para que as sementes de pimenta bode possam atingir a umidade de equilíbrio foi de 7,91, 7,00 e 6,42 horas para as temperaturas de 30, 35 e 40 °C. E o modelo de Henderson e Pabis Modificado foi o que melhor descreveu as curvas de secagem das sementes de pimenta bode, podendo ser utilizado para descrição deste fenômeno.
Palavras-chave: Capsicum chinense L., Modelos, Cinética de secagem.