65ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 13. Serviço Social - 3. Serviço Social da Educação
SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO: UMA ABORDAGEM SOBRE A VIOLÊNCIA ESCOLAR EM BELÉM-PA
Lais Souza da Cunha - Depto.de Ciências Sociais Aplicadas - UFPA
Adriana Benedito Azevedo da Silva - Depto.de Ciências Sociais Aplicadas - UFPA
Cristian Lima Santos - Depto.de Ciências Sociais Aplicadas - UFPA
Laura Tayná Silva de Souza - Depto.de Ciências Sociais Aplicadas - UFPA
Mayra Ferreira Ramos - Depto.de Ciências Sociais Aplicadas - UFPA
INTRODUÇÃO:
A partir da ampla divulgação pela mídia sobre a grande ocorrência de violência nas escolas de ensino público na cidade de Belém-PA e sobre o novo PLC O60/2007 que está em tramite no senado federal, o qual dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de assistência social nas escolas públicas de educação básica. Instigou-nos a buscar a visão do aluno sobre os diversos tipos de violência no contexto escolar. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) violência é: “O uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou provação.” (Krug et al., 2002: 5). Ristum (2010), conceitua bullying como abuso de poder físico ou psicológico entre pares, envolvendo dominação, prepotência, por um lado, e submissão, humilhação, conformismo e sentimentos de impotência, raiva e medo, por outro. Partindo destas definições e da grande repercussão da mídia de casos de violência nas escolas, constatamos que ocorrem diversos tipos de violência tanto física quanto psicológica, prejudicando os alunos e os profissionais no desenvolvimento das atividades e nas suas relações sociais.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Constatar o índice de violência escolar, a partir de uma pesquisa realizada em duas escolas de ensino público da cidade de Belém-PA, buscando identificar se as escolas desenvolvem ações de prevenção e combate à violência escolar e qual a percepção dos alunos e dos profissionais em relação a esta violência.
MÉTODOS:
Foram aplicados 88 questionários com os alunos no entorno das escolas, sendo 50 questionários aplicados com alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Marechal Cordeiro de Farias, 47 questionários aplicados com alunos e profissionais da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Vilhena Alves, sendo que 09 questionários foram aplicados no interior desta escola com os profissionais, com perguntas sobre dados de identificação referentes à faixa etária, sexo, nível de escolaridade, violência dentro da escola; questões abertas sobre violência física, violência simbólica e ações de combate e prevenção das escolas envolvidas nas pesquisas. A pesquisa sistematizou bibliografia relacionada ao tema, analisou o material coletado relacionando com a pesquisa realizada nas escolas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Constatou-se que na Escola Cordeiro de Farias 37 dos entrevistados possui entre 15 a 17 anos; 30 são do sexo feminino; em relação a escolaridade 18 estão na 8ª série; 20 estão 1º ano e 6 estão na 5ª série; 26 responderam que não presenciaram nenhum tipo de violência e 24 responderam que sim; 45 responderam que não sofreram nenhum tipo de violência e 5 responderam que sim; 37 responderam que não sofreram nenhum tipo de violência simbólica (bullying/outras) e 13 responderam que já sofreram; 31 alunos responderam que não estão informados sobre ações da escola relacionados a prevenção e combate à violência e 19 responderam que estão informados. Constatou-se que na Escola Vilhena Alves 18 dos entrevistados possui entre 15 a 17 anos e 20 são do sexo feminino; em relação a escolaridade 12 estão entre 5ª e 6ª série e 5 estão entre 7ª e 8ª série; 26 responderam que não presenciaram nenhum tipo de violência e 12 responderam que sim; 35 responderam que não sofreram nenhum tipo de violência e 3 responderam que sim; 33 responderam que não sofreram nenhum tipo de violência simbólica (bullying/outras) e 5 responderam que já sofreram; 23 alunos responderam que não estão informados sobre ações da escola relacionados a prevenção e combate à violência e 14 responderam que estão informados.
CONCLUSÕES:
Foi possível compreender que a maioria dos alunos entrevistados não se percebe como agressor ou como vítima, pois muitos não se dão conta da sua realidade dentro da escola, aproximadamente 80 alunos das escolas pesquisadas afirmaram que não presenciaram e nem sofreram nenhum tipo de violência no âmbito escolar, porém a partir dos relatos de alguns profissionais (pedagogos, auxiliar de portaria e professores) da Escola Vilhena Alves afirmaram que ocorre com frequência casos de violência envolvendo alunos e profissionais, os quais citaram ocorrências de agressões físicas e verbais, assaltos e furtos. Em relação às ações de prevenção e combate que são desenvolvidas pelas escolas, tanto os profissionais quanto os alunos afirmaram que existem poucas ações entre elas reuniões com os alunos e com os responsáveis, cartazes informativos e, quando há necessidade, a escola aciona a Companhia Independente de Policiamento Escolar – CIPOE, em relação a esta ultima, alunos e profissionais apontaram como forma de segurança e controle da violência. Percebe-se também a falta de esclarecimento dos alunos e dos profissionais em relação aos projetos que a escola desenvolve e em relação ao assunto abordado, dificultando assim no desenvolvimento das atividades e nas suas relações sociais.
Palavras-chave: Escola, Violência, Aluno.