65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 2. Currículo
A APLICABILIDADE DA TEMÁTICA ORIENTAÇÃO SEXUAL ENQUANTO TEMA TRANSVERSAL NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL (6º AO 9º ANO) NO CENTRO DE ENSINO ROSEANA SARNEY EM BACABAL (MA)
Francisco Vale - Prof. Me/Orientador - UFMA
Nagylla Dias Oliveira - Bolsista - PIBID - UFMA
Rubenil da Silva Oliveira - Acadêmico - UFMA
INTRODUÇÃO:
A inserção da educação sexual na escola sempre esteve no âmbito de um dos grandes problemas a ser encarado, ou seja, ser resolvido, pois seja ela qual for à faixa etária do aluno sempre terá questionamentos, talvez seja por isso, que nem os professores trabalhem, por medo de serem questionados e não saberem como responder. A orientação sexual na escola deve ser compreendida como um processo de intervenção pedagógica interdisciplinar pautada na transversalidade.
A importância de se trabalhar a educação sexual deve-se ao fato de que fazendo os adolescentes compreenderem o universo sexual, pode-se melhorar o contexto em que elas vivem, evitando assim que algumas problemáticas relacionadas à falta de conhecimento sobre a sexualidade venham acontecer. Porém constatou-se que tratar desse assunto na escola é um tabu a ser quebrado, pois sempre essa temática esteve relacionada à posição cultural, religiosa e social, impossibilitando o homem de perceber-se como sujeito inteiro (CRUZ E GIBBINE, 2012).
Devido às pesquisas já feitas no âmbito dessa temática, sabe-se o quanto ainda as escolas precisam investir em estudos mais aprofundados para que essa temática seja trabalhada de maneira mais eficaz visando à compreensão do que diz os PCN’s acerca do tema transversal – orientação sexual.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Analisar o modo como é trabalhada a orientação sexual nas séries finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) no Centro de Ensino Roseana Sarney em Bacabal (MA).
MÉTODOS:
A metodologia adotada compreendeu a pesquisa documental, bibliográfica e a pesquisa de campo, na pesquisa documental destaca-se a leitura dos Parâmetros Curriculares Nacionais e a proposta curricular da escola como meio de perceber se a escola aplica o que está previsto no currículo nacional e local. Na pesquisa bibliográfica, destaca-se a história da sexualidade, os PCN’s e a orientação sexual inserida no currículo escolar como tema transversal, possibilitando um tratamento interdisciplinar na escola. Na pesquisa de campo, adotou-se a abordagem qualitativa de pesquisa, pela necessidade dos pesquisadores conviverem com os pesquisados durante a coleta de dados para conhecer de modo mais profícuo a realidade estudada, sobretudo, as práticas associadas à problemática. Para isso, foi usada como técnica de pesquisa a observação participante e sistemática a partir do preenchimento da ficha de observação e como instrumento foi utilizado à entrevista semiestruturada com anotações escritas dos relatos dos docentes entrevistados. Esta pesquisa foi realizada no Centro de Ensino Roseana Sarney em Bacabal (MA), no turno matutino, no período de 04 a 23 de março de 2013 e como público-alvo cinco professores do ensino fundamental (6º ao 9º ano) efetivos e contratados da rede estadual de ensino.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A sexualidade sempre foi vista como um tabu e por isso, não era papel da escola abordar essa temática, uma vez que a criança e o adolescente não deveriam conhecê-la, pois era encarada como perversão da moral e dos bons costumes da sociedade tradicional e a sexualidade só seria descoberta mediante a prática do ato sexual. Essa discussão é importante no ambiente escolar, pois os professores deveriam trabalhar a transversalidade no currículo, porém há um distanciamento grandioso entre o discurso e a prática, uma vez que a escola não trabalha com esse tema, o que revela uma percepção anterior à formulação dos PCN’s mesmo que alguns dos pesquisados já tenham se graduado no século XXI quando os PCN’s já eram realidade. Também a pesquisa evidenciou que os professores mal leem os Parâmetros da disciplina a qual lecionam e ainda desconhecem qualquer formação continuada dessa temática, o que revela que ou a formação foi deficitária ou os professores perpetuam as práticas da pedagogia liberal tradicional e os preconceitos em se tratando da sexualidade. Os resultados da pesquisa evidenciam uma formação precária e dotada de preconceitos e estereótipos deturpados em relação à orientação sexual, pois se constatou que a maioria dos professores desconhecem os Parâmetros Curriculares Nacionais.
CONCLUSÕES:
A construção da discussão sobre a educação sexual já tem uma longa trajetória na escola, mesmo que anteriormente aos Parâmetros Curriculares Nacionais fosse considerado um tabu, a qual muitos estudiosos e pesquisadores se empenham a fazer, que vem desde a análise da temática até os dias de hoje, no que diz respeito à inserção da mesma nas escolas. É através da escola, mais precisamente na sala de aula que temos a apreensão da mesma, na maneira de conhecer o próprio corpo e a dimensão da sexualidade na infância e adolescência.
Nesse sentido, a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais – Orientação Sexual representam um avanço no tratamento didático e inserção da educação sexual como componente do currículo escolar a ser trabalhado desde as séries iniciais.
A orientação sexual no Centro de Ensino Roseana Sarney tem sido trabalhada por alguns professores, mas, ainda sem uma organização lógica, sem um planejamento especifico, pois a sua abordagem é feita de modo aleatório e a maioria dos professores não trabalham considerando a interdisciplinaridade e, por conseguinte, a transversalidade. Isto se explica por não haver disciplinas especificas para a temática na escola e nem a formação docente compete para tal eficiência, o que torna difícil encontrar resultados positivos.
Palavras-chave: Temas transversais, Orientação sexual, Séries finais.