65ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 11. Economia |
DINÂMICA DO EMPREGO FORMAL NO ESPIRITO SANTO – 2000/2010 |
Francisca Kathyane Malheiro Lins - Graduando em Economia- URCA Luís Abel da Silva Filho - Professor/Pesquisador- Depto.de Ciências Econômicas- URCA Willian Gledson e Silva - Professor/Pesquisador- Depto.de Ciências Econômicas- UERN |
INTRODUÇÃO: |
A instabilidade política e econômica no início da década de 1990, além da abertura econômica ao capital externo, conjuntamente com a implementação do Plano Real em 1994, sugeriram acentuada reestruturação na economia do país com impactos significativos para a força de trabalho. A classe assalariada brasileira passou a vivenciar o dilema das altas taxas de desemprego no país e, quanto à criação de postos de trabalho, as novas formas de contratação em tempo parcial e por hora de trabalho, além da elevada informalidade eram prioridade. Com tal conjuntura, a década de 1990 foi marcada pelas baixas taxas de crescimento econômico e pela forte vulnerabilidade da mão de obra nacional às formas de contratação e aos novos postos de trabalho. A recuperação do crescimento econômico brasileiro, já nos anos iniciais da década de 2000, notadamente a partir de 2003, proporcionou melhor desempenho no mercado de trabalho nacional e condicionou a criação de postos de trabalhos com registros formais em todo o país. Esse desempenho é resultado de um conjunto de fatores macroeconômicos que corroboraram a dinâmica nacional do início do século XXI, superando, embora parcialmente, os problemas assistidos no final do século XX. |
OBJETIVO DO TRABALHO: |
Analisar a dinâmica e o perfil dos postos de trabalho no Estado do Espírito Santo no período de 2000 e 2010. |
MÉTODOS: |
Essas evidências não são isoladamente observadas em regiões de menor dinamismo econômico do país, mas tem ocorrência em todo o território nacional. Diante disso, o presente trabalho orienta-se nos pressupostos empíricos acerca da recuperação econômica e do mercado de trabalho nacional e tem como abrangência geográfica o estado do Espírito Santo. Os dados aqui captados são advindos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED do Ministério do Trabalho e do Emprego – MTE. Propõe-se aqui que a criação de postos de trabalho no estado citado tem acompanhado a tendência observada na literatura nacional, com forte concentração em segmentos de menor envergadura, além de serem eles de baixa remuneração e acentuadamente seletistas. O objetivo perseguido pela investigação é observar o mercado de trabalho segundo a criação líquida de postos de trabalho nos anos 2000 e 2010, a partir do fluxo anual. Observa-se aqui, a criação de postos de trabalho segundo o setor de atividade econômica, tamanho do estabelecimento, sexo, nível de escolaridade, faixa etária, faixa de remuneração, dentre outras. |
RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
Os principais resultados constatados na pesquisa mostram que a maioria dos postos de trabalho criados no estado concentrou-se no setor de serviços, com maior participação dos homens e jovens com idade de até 17 anos e entre 18 e 24. As demais faixas, além de ter pequena participação nas novas vagas criadas, para aqueles com idade acima de 40 anos, no ano 2000, e acima de 50 anos, em 2010, percebeu-se queima de postos de trabalho.Em relação ao nível de escolaridade, as novas vagas foram preenchidas por trabalhadores com o ensino médio completo, sendo eles maioria absoluta em todos os anos observados, porém mais acentuada em 2010. Além disso, as vagas ocupadas por profissionais com nível superior de formação foram significativamente reduzidas nos dois anos, assim como para aqueles com níveis inferiores ao ensino médio. Quanto a remuneração dos postos de trabalho criados, esses foram acentuadamente na escala entre 1 e 2 salário mínimo (SM), como também, até 1 SM. Nas demais faixas assistiram-se a queima de postos de trabalho nos dois anos comparados nessa análise. Além do mais, os postos de trabalhos que foram criados tanto em 2000 quanto em 2010 remuneravam, em média, salários inferiores àqueles que foram queimados nos mesmos anos. |
CONCLUSÕES: |
Diante dos resultados observados, pode-se inferir pela precarização do mercado de trabalho formal no estado do Espírito Santo, mesmo diante de um contexto de relativa melhora, no que se refere à criação de novas oportunidades de empregos formais observadas aqui. Porém, deve-se levar em consideração que o saldo de vagas no mercado de trabalho formal ocorreu em postos de trabalho nas baixas faixas de remuneração e foi acentuadamente seletista no que se refere à idade, sexo, escolaridade dos ocupados. Assim propõe-se, portanto, necessária a intervenção de políticas de empregos que objetivem melhorar a qualidade dos postos de trabalho criados no estado e em todo o país. |
Palavras-chave: Mercado de trabalho, Emprego formal, Espírito Santo. |