65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental
CONTAMINAÇÃO DE ALUMÍNIO NAS ÁGUAS DO RIO TODOS OS SANTOS, DISTRITO DE VALÃO – POTÉ/MG
Felipe Santos Moreira - Instituto de Ciência, Engenharia e Tecnologia, UFVJM – Campus Mucuri
Luma Rodrigues Blanc - Instituto de Ciência, Engenharia e Tecnologia, UFVJM – Campus Mucuri
Andréa Manchester - Instituto de Ciência, Engenharia e Tecnologia, UFVJM – Campus Mucuri
Ronaldo Serafim Abreu Silva Manchester - Instituto de Ciência, Engenharia e Tecnologia, UFVJM – Campus Mucuri
Cleide Aparecida Bomfeti - Instituto de Ciência, Engenharia e Tecnologia, UFVJM – Campus Mucuri
Jairo Lisboa Rodrigues - Prof. Orientador – Instituto de Ciência, Engenharia e Tecnologia, UFVJM
INTRODUÇÃO:
Os corpos hídricos tem se tornado um importante meio de contaminação aos seres vivos. Além da crescente preocupação com a escassez das reservas de água doce, outro problema está relacionado à sua qualidade. A ineficaz gestão dos recursos hídricos tem comprometido o processo de manutenção do abastecimento público e de áreas potencialmente produtivas, uma vez que essa deficiência tem levado a redução da qualidade e do volume de muitos rios.
De acordo com a Lei nº 9.433 de 8 de janeiro de 1997 (Política Nacional de Recursos Hídricos), em seu Capítulo II, Artigo 20, Inciso 1º, estabelece a necessidade de: “Assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos”, em função disso, torna-se indispensável o monitoramento ambiental das reservas de água doce disponíveis para o consumo humano. Para averiguação dos padrões de potabilidade é estabelecida a Portaria nº 2.914/2011, do Ministério da Saúde e a Resolução 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que estabelece padrões de qualidade da água e classifica os corpos hídricos superficiais.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Análises de parâmetros físico-químicos e determinação do Alumínio nas águas do Rio Todos os Santos, distrito de Valão – Poté/MG.
MÉTODOS:
Foram realizadas coletas de amostras da água do Rio Todos os Santos em dois pontos (A e B), em seis meses do ano de 2012 (maio a outubro) no distrito de Valão – Poté/MG. Os procedimentos de coleta foram realizados de acordo com a metodologia proposta pela CETESB (2010). As amostras foram submetidas a análises de Alumínio e parâmetros físico-químicos. Para a avaliação do potencial hidrogeniônico (pH), da turbidez, da condutividade elétrica e do oxigênio dissolvido das amostras coletadas, foram utilizados os seguintes equipamentos: potenciômetro pH metro DM-22 - Digimed, turbidímetro, modelo HI 98703 – Hanna Instruments, condutivímetro, modelo CD-4303 - Lutron e oxímetro, modelo DM-4P - Digimed, respectivamente conforme a metodologia adotada por Macedo (2003). A determinação de Alumínio foi realizada por meio de um Espectrômetro de Massas com Plasma Acoplado Indutivamente (ICP-MS), segundo o método proposto por Lawrence et al. (2006).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados dos parâmetros físico-químicos analisados apresentaram-se em conformidade com a Resolução 357/2005 do CONAMA, que classifica o Rio Todos os Santos como Classe II para corpos superficiais de água doce. No entanto, segundo a Portaria nº 2.914/2011, do Ministério da Saúde, que estabelece o controle e vigilância da qualidade da água para o consumo humano, o parâmetro de Turbidez apresentou-se alterado em 100% das amostras. No período de estiagem foi observada alterações de alumínio em concentrações superiores ao período chuvoso, conforme as duas normas apresentadas. O excesso de alumínio no organismo afeta principalmente o sistema neurológico, acumulando-se em vários tecidos, incluindo ossos, cérebro e outros órgãos do corpo humano. Os sinais e sintomas da intoxicação por alumínio são a neurotoxicidade aguda (agitação, confusão mental e convulsão). Estudos também alegam a possibilidade de o alumínio desempenhar um papel importante no desenvolvimento da doença de Alzheimer (ATSDR, 2008).
CONCLUSÕES:
Dos parâmetros físico-químicos analisados, apenas a Turbidez apresentou alteração (Valor máximo permitido = 5 UT). A alteração do alumínio foi constatada nos dois pontos analisados, destacando-se maiores concentrações no ponto B. A partir dos resultados obtidos foi possível diagnosticar o processo de contaminação do Rio Todos os Santos no distrito de Valão – Poté/MG. Dessa forma, torna-se evidente a vulnerabilidade dessa comunidade em adquirir um possível efeito tóxico pelo excesso de alumínio no organismo.
Palavras-chave: Monitoramento Ambiental, Rios Contaminados, Efeitos Adversos.