65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
CONDIÇÕES DE AMBIENTE E SAÚDE DOS TRABALHADORES DE DUAS MICROEMPRESAS DE FABRICAÇÃO E VENDA DE CALÇADOS NO MUNICÍPIO IMPERATRIZ – MA.
Dayane Ariely da Silva - CCSST – UFMA – Curso de Enfermagem – Imperatriz, MA
Tais Oliveira Marinho - CCSST – UFMA – Curso de Enfermagem – Imperatriz, MA
Antonio Waneton Paulo Pinheiro Sousa - CCSST – UFMA – Curso de Enfermagem – Imperatriz, MA
Francisca Jacinta Feitoza de Oliveira - Prof. Ma./Orientadora – CCSST – UFMA – Curso de Enfermagem – Imperatriz, MA
INTRODUÇÃO:
As doenças ocupacionais são caracterizadas por um conjunto de doenças que causam alterações na saúde do trabalhador, quando provocadas por fatores relacionados com o ambiente de trabalho. A caracterização destas, como doenças profissionais ou do trabalho, surge da interpretação do artigo 20 da Lei 8.213, em seu inciso I que estabelece: “doença profissional, assim entendida e produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social”. Uma doença ocupacional normalmente é adquirida quando um trabalhador é exposto acima do limite permitido por lei a agentes químicos, físicos, biológicos ou radioativos, sem proteção compatível com o risco envolvido. Essa proteção pode ser na forma de equipamento de proteção coletiva (EPC) ou equipamento de proteção individual (EPI). Existem também medidas administrativo-organizacionais capazes de reduzir os riscos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Identificar condições no ambiente de trabalho que possam gerar problemas de saúde e acidentes de trabalho nos trabalhadores, bem como investigar o estado de saúde dos mesmos.
MÉTODOS:
Este trabalho caracteriza-se por ser um estudo transversal e descritivo, de caráter qualitativo. Esta pesquisa foi realizada em duas microempresas de fabricação e venda de calçados femininos no município de Imperatriz – Maranhão. Para tanto, foram investigados quatorze funcionários de uma microempresa que denominamos de microempresa A (MEA) e sete de outra que denominamos de microempresa B (MEB), totalizando 21 funcionários entrevistados. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se um roteiro de entrevista estruturado com questões abertas e fechadas que foram aplicados após os funcionários assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Equipamentos e maquinários existentes conforme objetivo da empresa. Estrutura física encontra-se inadequada para o tipo e atividade exercida. Os EPIs e os equipamentos de trabalho guardados de forma inadequada, oferecendo risco de acidente no trabalho. A MEA fornece os seguintes Equipamentos de Proteção Individual: protetor auricular e máscara com filtro. Porém se observou que os trabalhadores não faziam uso dos EPIs. A jornada de trabalho era de 45h semanais na MEA e 49h na MEB. Os profissionais da MEA gozam de férias regularmente e não realizam horas extras. A mesma fazia uso de medidas de proteção coletiva. Ambos locais de trabalho não apresentavam iluminação adequada. Os trabalhos manuais eram feitos na posição sentada ou em pé, sem intervalo. A partir da análise dos dados, observou-se que na MEA 57,14 % dos funcionários referiram dor na coluna, 35,71 % dor de cabeça, 14,29% problema auditivo e 50% tinham problemas de visão. Dos funcionários da MEB, 71,43% referiram dor na coluna, 14,28% dor de cabeça, 14,28% problema auditivo e 57,14% problemas de visão. A MEA segue as exigências do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional no que diz respeitos aos exames médicos admissionais e demissionais, sendo as demais normas desrespeitadas tanto pela MEA quanto pela MEB.
CONCLUSÕES:
Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo o mesmo abordar no mínimo as condições de trabalho, conforme estabelecido na norma regulamentadora NR17. Observou-se que ambas as empresas não ofereciam condições ambientais do posto de trabalho e organização adequada, expondo os trabalhadores aos riscos químicos, físicos e dentre outros citados, expondo os mesmos a doenças ocupacionais e acidentes de trabalho. Para conscientizar os trabalhadores com risco de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais cabe aos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) realizar atividades educativas, palestras e educação permanente em Saúde do Trabalhador para a sociedade em geral, em ações envolvendo os Sindicatos de Trabalhadores, Empresas, Universidades e outros centros de capacitação.
Palavras-chave: Doenças ocupacionais, Acidentes de trabalho, Fatores de risco.