65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 2. Biologia Geral - 3. Biologia Geral
MANEJO DO AÇAI NA COMUNIDADE DO PORTO DA CEASA NO MUNICÍPIO DE BELÉM, ESTADO DO PARÁ.
Marcos Quintino Drago Bisneto - graduando de ciências biológicas - IFPA
Suellem Sousa Cavalcante Vasconcelos - graduanda de ciências biológicas - IFPA
Cezário Ferreira dos Santos Júnior - Prof. Orientador - Coordenação de saúde - IFPA
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho consiste na apresentação dos resultados de uma pesquisa sobre uma área que é habitada pela comunidade “Porto da Ceasa”, onde vai falar do perfil socioambiental da comunidade, discutindo o tema com duas subdivisões que consideramos de extrema importância para esse estudo na comunidade: Utilização dos Recursos Naturais por Famílias Ribeirinhas,tendo como elemento principal a análise da relação homem/natureza na comunidade ribeirinha do Porto do Ceasa, localizada entre a Ceasa (Companhia de abastecimento do Estado do Pará S. A.) e a Cosanpa (Companhia de Saneamento do Pará) em Belém, para isso levamos em consideração os hábitos e costumes das pessoas da comunidade, com relação à exploração e utilização de recurso animal e vegetal da área em que vivem; O Manejo do Açaí, subtema escolhido pelo fato do açaí ser atualmente o principal produto natural explorado e cultivado pela comunidade, sendo de grande importância alimentar e econômica às famílias ribeirinhas habitantes no local, visando mostrar um melhor aproveitamento da área para uma melhoria na produção e na renda das famílias dessa comunidade.
“Por volta da década de 50 no século XX, a região de várzea onde hoje se localiza a comunidade Porto do CEASA não era habitada, mas era conhecida por ter expressivas quantidades de pés de açaí e cacau nativos, espontâneos e cultivados. A área estava sob a responsabilidade do Instituto Agronômico do Norte – IAN, (...).” (LISBOA, 2009).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Fazer com que a comunidade do Porto da Ceasa tivesse um melhor aproveitamento no manejo do açaí, melhorando a renda das famílias dessa comunidade.
MÉTODOS:
Após a aprovação do projeto junto ao PIBICTI, iniciamos uma pesquisa bibliográfica, para analisar o que já foi escrito e pesquisado dentro da comunidade Porto do CEASA por outros pesquisadores, e encontramos poucas, mas eficientes publicações sobre o tema. Em novembro de 2012, foi aplicado um questionário na comunidade, sendo alcançadas 27 famílias (totalidade de famílias na comunidade).
Como o projeto procurou melhorar a produção do açaí na comunidade do Porto da Ceasa, escolheu-se uma área para ser estudada, onde tivessem plantado (Euterpe oleracea),o açaí, selecionando uma área amostral de 20 m x 500 m. Onde foram mostrados todos os estipes de Açaí (Euterpe oleracea) acima de 1,30 m (altura do peito) e medidos todos os DAP (Diâmetro à altura do Peito) e feita também uma avaliação visual do fuste e copa.
As árvores foram distribuídas e classificadas em oito classes de (fuste + copas): classe 1 (árvores com Altura de 0 a3 m); classe 2 (árvores com Altura de 4 a6 m); classe 3 (7a 9 m); classe 4 (10 a12 m); classe 5 (13 a 15 m); classe 6 (19a 18 m); classe 7 (19 a21 m); classe 8 (22 a 24 m).
As seis classes de diâmetro: classe 1 (árvores com DAP de 0 a3 cm); classe 2 (árvores com DAP de 4 a6 cm); classe 3 (7 a9 cm); classe 4 (10 a12 cm); classe 5 (13 a15 cm); classe 6 (16 a18 cm) foram avaliados as quantidade de cachos maduros de fruto, com florescência, e fruto verde e com facão e a porcentagem de estipes que apresentam determinados tipos de cacho e facão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram encontradas dez espécies de açaí na comunidade, onde a espécie Euterpe oleracea foi a mais numerosa em população com 274 individuos, correspondentes a densidade relativa de 16,29%, seguindo-se Cecropiapalmata com 266 indivíduos (DRE 15,81%).
As árvores de classe 1 (árvores com DAP de 0 a3 cm) apresentaram 25 estipes com 2 cachos com fruto maduro, 8 cachos com fruto verde, 15 com florescência, 6 facão, 4 cachos juvenis; classe 2 (árvores com DAP de 4 a6 cm) com 150 estipes com 23 cachos com fruto maduro, 25 cachos com fruto verde, 38 com florescência e 10 facão, 59 cachos juvenis e 25 não identificados; classe 3 (7 a9 cm) com 163 estipes com 32 cachos com fruto maduro, 116 cachos com fruto verde, 114 com florescência e 52 facão, 15 cachos juvenis e 35 não identificados; classe 4 (10 a12 cm) com 225 estipes com 52 cachos com fruto maduro, 336 cachos com fruto verde, 295 com florescência e 121 facão, 2 cachos juvenis e 5 não identificados; classe 5 (13 a15 cm) com 67 estipes com 9 cachos com fruto maduro, 30 cachos com fruto verde, 38 com florescência e 23 facão; classe 6 (16 a18 cm) com 3 estipes com 0 cachos com fruto maduro, 1 cachos com fruto verde, 3 com florescência e 1 facão.
CONCLUSÕES:
Esta pesquisa demonstrou que é possível manejar o açaí (Euterpe oleracea) com maior eficiência dentro da comunidade, sendo mais bem aproveitadas todas as partes da planta (Fruto, Palmito, Caule), tendo em vista que o açaí é fator de renda e de alimentação para quase todas as famílias da comunidade, cerca de 20 vinte famílias trabalham com o açaí em um total de 29 na comunidade.
O gráfico de regressão, mostrou que a classe de DAP de 10 a 12cm apresentou rendimento máximo, as classes de DAP superiores deixarão de produzir efeito positivo, onde a produtividade tende a diminuir, o que favorece a utilização da estipe para a produção do palmito.
Palavras-chave: Açaí, Comunidade, Manejo.