65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
MUSEU DE CIÊNCIAS ITINERANTE E INCLUSIVO: SENSIBILIZANDO PARA INCLUSÃO
Gustavo Henrique Varela Saturnino Alves - Secretaria de Estado de Educação, SEE-RJ e NuDCEN/ Depto. de Neurobiologia, UFF
Ravelly Machado Soares - NuDCEN – Instituto de Biologia, UFF
Adriana da Cunha Faria Melibeu - NuDCEN/ Depto. de Neurobiologia, UFF
Karin da Costa Calaza - NuDCEN/ Depto. de Neurobiologia, UFF
Paula Campello-Costa - NuDCEN/ Depto. de Neurobiologia, UFF
Lucianne Fragel-Madeira - Orientadora – NuDCEN/ Depto. de Neurobiologia – UFF
INTRODUÇÃO:
Um dos temas mais discutidos em ambientes escolares é Educação Especial com a perspectiva inclusiva. Entende-se por Educação Especial a modalidade de educação escolar oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. Na perspectiva da educação inclusiva, o foco não é deficiência do aluno e sim os espaços, os ambientes, os recursos que devem ser acessíveis e responder a especificidade de cada aluno. A adoção do conceito de necessidades educacionais especiais e do horizonte da educação inclusiva implica mudanças significativas nas instituições de ensino básico e na formação continuada dos profissionais da educação. Portanto, adaptações nos espaços e nos recursos são necessárias, não só na estrutura física das escolas, como também no desenvolvimento das práticas de ensino e aprendizagem e nas relações humanas. Nesse sentido, a realização de demonstrações práticas e interativas com alunos do ensino fundamental e médio e profissionais da educação os introduzirá às informações de conceitos de educação inclusiva de modo mais participativo e instigante, facilitando o processo de aprendizagem, de conscientização e de inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais ao processo coletivo de ensino.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O projeto Museu de Ciências Itinerante e Inclusivo - MuCItIn - tem por objetivos a produção de oficinas práticas de ciências, à baixo custo e de caráter inclusivo, e com estas, divulgar conceitos de educação inclusiva no ambiente escolar através da ludicidade e experimentação, promovendo a formação continuada de profissionais da educação, a conscientização social e a prática da educação inclusiva.
MÉTODOS:
Para realização deste projeto criamos oficinas práticas com temas de Ciências, lúdicas e inclusivas, a saber: “Jogo da memória em Braille”, “Escrita Braille”, “Dominó de textura”, “Discriminação tátil”, “Adivinha o que é?”, “Modelos tridimensionais”, “Ilusões visuais”, “Microscopia óptica com auxílio de pranchas”, “Distúrbios visuais” e “Tuba auditiva”. Todas as oficinas foram desenvolvidas com material de baixo custo para que as mesmas sejam facilmente implementadas. A demonstração das oficinas ocorreu durante visitações à duas escolas da rede pública da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, cujo público alvo consistiu de alunos e professores da Educação Básica. As oficinas foram executadas por 15 monitores, voluntários e bolsistas, previamente treinados e supervisionados pelos coordenadores. Também elaboramos uma apostila impressa contendo a fundamentação teórica de cada uma das oficinas apresentadas, o passo-à-passo de como montá-las e um adicional específico de Braille e Libras, que foi distribuída aos profissionais da educação durante as visitações, de forma a subsidiar a prática docente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Todas as oficinas propostas foram produzidas e aplicadas com êxito. As oficinas Jogo da memória em Braille, Dominó de textura, Alfabetização em Braille demonstraram a versatilidade de uma oficina para deficientes e não deficientes, e despertou o interesse dos participantes em vivenciar a condição da cegueira através do uso de vendas anatômicas. As demais oficinas de percepção tátil geraram curiosidade e interesse, principalmente, alunos do ensino médio que desejaram se aprofundar nas neurociências. As oficinas Ilusões e Distúrbios visuais demonstraram, através de imagens e de modelo anatômico funcional do olho, o que são astigmatismo, miopia e hipermetropia. Na oficina de microscopia, pranchas contendo a imagem exposta ao microscópio facilitaram a visualização correta das estruturas e células, tornando esta prática uma ferramenta de educação inclusiva para pessoas com deficiência auditiva. Além disso, construímos uma tuba auditiva com materiais reciclados e abordamos conceitos de física, reciclagem e distúrbios do sistema auditivo voltados para a inclusão social. E, por fim, observamos que muitos professores se interessaram pelas atividades, uma vez que os temas podem ser trabalhados em salas de aula do ensino básico, principalmente, durante aulas de ciências e biologia.
CONCLUSÕES:
A produção das oficinas foi bem sucedida, de fácil implementação e reprodução, não demandando mão-de-obra especializada além de manter o baixo custo de produção. A explicação teórica, o ineditismo da atividade e o lúdico ajudaram muito no interesse dos participantes pelo MuCItIN. As atividades se mostraram uma importante e eficiente ferramenta para a divulgação de conceitos inclusivos à públicos de diversas faixas etárias, sensibilização da comunidade escolar para os aspectos da educação inclusiva, promoção do ensino de ciências e biologia além de seu papel na divulgação científica.
Palavras-chave: Educação Inclusiva, Divulgação Científica, Material didático.