65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
EFEITO DE DIFERENTES SUBSTRATOS NA GERMINAÇÃO DE MANGABEIRA ( Hancornia speciosa Gomes ) EM CONDIÇÕES DE CASA DE VEGETAÇÃO
Kívia Soares de Oliveira - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Eliane Clécia Pereira - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Maria Da Guia Lima da Silva - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Magdi Ahmed Ibrahim Aloufa - Prof. Dr./ Orientador – Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia - UFRN
INTRODUÇÃO:
A mangabeira ( Hancornia speciosa Gomes ) pertencente à família Apocynaceae é uma espécie nativa do cerrado e dos tabuleiros costeiros e apresenta um grande potencial como planta frutífera e como produtora de borracha (SOARES, et al., 2007). É reconhecida pelo sabor de seus frutos e dos inúmeros produtos alimentícios no qual podem ser empregados, que variam desde sucos a sorvetes. O beneficiamento deste fruto pode gerar renda a inúmeras comunidades extrativista a partir da disposição de agroindústrias de processamento. No entanto, essa espécie apresenta dificuldades de germinação, devido suas sementes serem recalcitrantes e a polpa do fruto ter ação inibitória (GRICOLETTO, 1997). Segundo Lorenzi (2002), geralmente a porcentagem de germinação das sementes desta espécie é baixa. Nesse sentido, a escolha do substrato é fundamental para o sucesso na produção de mudas uma vez que, segundo Popinigis (1977) o substrato apresenta grande influência na germinação e que fatores, como estrutura, aeração, capacidade de retenção de água e grau de contaminação por patógenos podem variar segundo o material utilizado.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente estudo teve como objetivo avaliar a influência de diferentes substratos sobre a germinação de sementes de mangabeira.
MÉTODOS:
O estudo foi conduzido em casa de vegetação do Laboratório de Biotecnologia de Conservação de Espécies Nativas, do Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia, Centro de Biociências, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no período de junho a julho de 2012. As sementes utilizadas tiveram origem de frutos adquiridos em feira populares no município de Natal/RN. As sementes foram removidas dos frutos com auxílio de peneira e água corrente. Logo após, tiveram o tegumento extraído manualmente e foram postas para secar a temperatura ambiente por aproximadamente 1 hora. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com quatro repetições de 25 sementes, totalizando 100 sementes por tratamento, colocadas para germinar em bandejas de isopor, cada uma contendo 100 células. Os tratamentos utilizados foram: T1-vermiculita (controle); T2-vermiculita+ composto orgânico; T3-areia lavada+composto orgânico; T4-areia; T5-areia+húmus; T6-vermiculita+areia; T7-areia+areia barrada+húmus. Os parâmetros analisados foram porcentagem de emergência, índice de velocidade de emergência (IVE) e tempo médio de germinação, e os valores submetidos à análise de variância ANOVA, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, pelo programa ASSISTAT 7.6 beta.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Avaliando-se os resultados da germinação das sementes nos diferentes tratamentos, verificou-se que os substratos influenciaram significativamente na porcentagem de emergência e IVE, exceto para o TMG. Quanto à porcentagem de emergência, o tratamento com vermiculita (28%) apresentou o melhor resultado seguido de T2 (14%). Já em relação ao IVE, T1 (0,31 dias-1) seguido de T2, T4 e T5 foram superiores em relação aos demais tratamentos. E para TMG os tratamentos foram estatisticamente iguais, entretanto a areia registrou o menor valor (14,37 dias), diminuindo o tempo médio de germinação das sementes. Os baixos índices de germinação neste estudo podem ter decorrido ao tempo de exposição das sementes a temperatura ambiente, já que elas são extremamente recalcitrantes ficou sujeita a perder sua viabilidade. Soares et al. (2007) em estudos com a mesma espécie, não encontraram diferenças significativas entre os substratos areia, areia + vermiculita e vermiculita. Sendo assim, Villagomez et al. (1979) relatam que o substrato utilizado deve sempre manter a proporção adequada entre a disponibilidade de água e a aeração, não podendo ser umedecido em excesso para evitar que a película de água envolva completamente a semente, restringindo a entrada e absorção de oxigênio.
CONCLUSÕES:
Perante as avaliações realizadas, constatou-se que os substratos analisados influenciam na germinação de ( Hancornia speciosa Gomes ). No entanto, para teste de germinação, sugere-se utilizar a vermiculita para otimizar a emergência e produção de plântulas dessa espécie.
Palavras-chave: Apocynaceae, Frutífera nativa, Germinação.