65ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 5. Economia Internacional
DINÂMICA INDUSTRIAL E COMÉRCIO INTERNACIONAL DE CALÇADOS: CONSIDERAÇÕES PARA A BAHIA
Antonio Wisney Pedrosa Cavalcante - Graduando em Economia - Universidade Regional do Cariri - URCA
Patrick Leite Santos - Graduando em Economia - Universidade Regional do Cariri - URCA
Luís Abel da Silva Filho - Professor/pesquisador - Depto. Economia - Universidade Regional do Cariri - URCA
INTRODUÇÃO:
O processo de reestruturação produtiva nacional, assistida a partir do final da década de 1980, foi responsável pelo processo de migração de unidades produtivas das regiões mais desenvolvidas (Sudeste e Sul) para regiões menos industrializadas, dentre elas, o Nordeste. As políticas de industrialização via incentivos fiscais implementadas no Brasil tiveram grande impacto na atração e distribuição espacial das unidades produtivas. A proposta central da industrialização pautava-se na geração de postos de trabalho, por parte da política de estado; e, na redução de custos de produção, via mão de obra barata e isenção fiscal, por parte das empresas. Com isso, a indústria calçadista nacional buscou, no seu processo de reestruturação, a desverticalização da produção, além da aproximação geográfica dos mercados consumidores em grande escala, tanto em âmbito nacional quanto internacional. Diante disso, o trabalho propõe observar a dinâmica da indústria calçadista baiana e sua inserção no mercado internacional.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Analisar a dinâmica econômica da indústria calçadista baiana e sua capacidade competitiva no mercado internacional.
MÉTODOS:
Como procedimentos metodológicos, além da abordagem teórica explicitada, serão utilizados dados da Relação Anual de Informações Sociais – RAIS do Ministério do Trabalho e do Emprego – MTE para os anos de 1998 e 2011, e do Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior via Internet (ALICE-Web), da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) nos anos de 1998 a 2012. Inicialmente, fez-se uma análise descritiva de dados buscando avaliar a capacidade de geração de postos de trabalho e a ocupação industrial do setor no estado, posteriormente, serão construídos indicadores de vantagem relativa nas exportações e de competitividade revelada, buscando acompanhar a inserção da produção calçadista baiana no comércio internacional.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A indústria calçadista na Bahia passou por um acentuado processo de reestruturação ao longo dos anos analisados. Entre o ano de 1998 e 2011 o estado ocupou o terceiro lugar no ranking de ocupação industrial calçadista do Nordeste com mais de 17% das plantas industriais. No que se refere à geração de postos de trabalho, em 1998, o estado respondia por apenas 5,0% dos postos de trabalho do setor, elevando-se para 30,3% no ano de 2011, sendo ele o de maior taxa de crescimento na geração de postos de trabalho no setor calçadista da região. Em relação ao comércio internacional, observa-se que o estado respondia por menos de 1,0% das exportações de calçados brasileira, no ano de 1998 e, em 2011, eleva-se para 7,7% sua participação. Todavia, é oportuno acrescentar que, em linhas gerais, o estado da Bahia não apresenta vantagem relativa nem competitividade revelada nas exportações de caçados, sendo ainda grande produtor para atender a demanda interna.
CONCLUSÕES:
Os principais resultados do estudo mostraram que o estado da Bahia tem atraído indústrias de calçados via incentivos fiscais ao longo dos anos. A capacidade de geração de emprego dos estabelecimentos é elevada com a maior taxa de ocupação média por indústria entre os estados do Nordeste. Além disso, o estado apresentou a maior taxa de crescimento na geração de postos de trabalho no setor, entre os estados da região. Todavia, mesmo com maior participação nas exportações brasileiras de calçados, a Bahia não apresenta vantagens relativas nem competitividade revelada nas relações comerciais com o produto. A diversificação da pauta de exportação do estado, bem como a constituição de um mercado interno de grande potencial para o produto corrobora os resultados.
Palavras-chave: Indústria calçadista, Comércio internacional, Bahia.