65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 3. Análise Nutricional de População
RELAÇÃO ENTRE INGESTA PROTEÍCA E GRAU DE FUNCIONALIDADE EM IDOSOS ATENDIDOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO, BELÉM –PA
Taianara Tocantins Gomes Almeida - Nutricionista Residente em Saúde do Idoso do HUJBB-UFPA
Nayana de Almeida Salgado - Nutricionista da rede de atenção básica- MACAPÁ- AP
Adrianne Pureza Maciel - Nutricionista Residente em Saúde do Idoso do HUJBB-UFPA
Pricila Ferreira de Luna - Nutricionista Residente em Saúde do Idoso do HUJBB-UFPA
Elenilce Pereira de Carvalho - Mestre Nutricionista do HUJBB- UFPA
Rozinéa de Nazaré Alberto Miranda - Doutora Doscente do curso de nutrição- UFPA
INTRODUÇÃO:
Na fase de vida senescência ocorrem importantes alterações metabólicas que a torna uma condição vulnerável do ponto de vista nutricional para depleção protéica, o que pode inferir em perda de força e refletir em comprometimento da funcionalidade dos indivíduos idosos. O grau de dependência para as Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD) está relacionado com diversos fatores envolvendo o processo de envelhecimento, dentre eles a condição dietética do paciente pode contribuir para um declínio funcional, principalmente em indivíduos em risco nutricional. Neste contexto, a investigação da freqüência do consumo de alimentos fontes de proteínas torna-se um ponto importante na anamnese nutricional de idosos com intuito de prevenção de depleção de massa magra, desnutrição e demais sistemas que podem ser afetados por uma alimentação de má qualidade e que pode relacionar-se com graus de dependência para ABVDs.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Relacionar a frequência de ingesta de alimentos de fonte protéica com o grau de funcionalidade para Atividade Básicas de Vida Diária de idosos internados em hospital universitário, Belém-PA.
MÉTODOS:
Foram entrevistados idosos (> 60 anos), de ambos os sexos, internados na clínica médica do hospital, no período de 10 meses. O consumo protéico foi avaliado de acordo com a Mini Avaliação Nutricional (MAN), na qual inclui a investigação da frequência de marcadores para consumo de ingestão protéica (pelo menos uma porção de lácteos por dia; uma porção de carne, peixe ou frango por dia; duas ou mais porções de leguminosas ou ovos na semana). Pontuando zero para nenhuma ou 1 fonte de proteína ingerida ao dia, 0,5 ponto para 2 fontes e 1 ponto para 3 fontes. Para a avaliação da funcionalidade foi analisado o grau de dependência para Atividades Básicas de Vida Diária (ABVDs) conforme classificação do Índice de Katz.. A tabulação dos dados foi feita no programa BrOfice Calc e para tratamento estatístico foi utilizado o teste Qui-quadrado do software Bioestat 5.0. Este trabalho obteve aprovação no comitê de ética da instituição sob protocolo n° 1312/11.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram atendidos 119 idosos. De acordo com a proposta de pontuação da MAN, 10,08% (n=12) indivíduos consumiam apenas 1 fonte protéica/dia e destes 83,3% (n=10) foram classificados como independentes para ABVDs e 16,6% (n=2) com algum grau de dependência para essa variável. Os pacientes que referiram ingesta de 2 fontes protéicas foram 26,89% (n=32) do total de pacientes analisados, e deste grupo 81,2% (n=26) foram categorizados como independentes e 18,75% (n=6) eram dependentes total ou parcial. Resultados semelhantes foi mostrado no grupo representante da maioria (63%, n=75) que consumia 3 fontes de proteína/dia, em que destes, apenas 13,33% (n=10) mostraram algum grau de dependência. Com isso, neste grupo de estudo, não houve relação de dependência entre a freqüência da ingesta de marcadores protéicos com o grau de dependência para ABVDs (p>0,005). Demonstrando que mesmo os pacientes com baixa ingesta protéica podem estar recebendo um bom aporte calórico, favorecendo a ingesta energética dando condições para realizar as atividades necessárias no dia do indivíduo idoso.
CONCLUSÕES:
De acordo com a MAN quanto maior a quantidade de itens marcadores de ingesta protéica ingeridos/dia, maior é a pontuação atribuída e melhor prognóstico nutricional. Assim a maioria das idosas atendidas pontuou para freqüência de ingesta de três vezes no dia desses alimentos considerados protetores da condição de força muscular, atrelados a um consumo calórico adequada. Considerando-se assim uma população com bons hábitos alimentares preditores de risco de nutricional para a velhice, o que pode ser confirmado pelo resultado da avaliação do grau de funcionalidade para ABVD, em que uma minoria mostrou-se com algum grau de dependência. Contudo a ingesta protéica é considerada um item de prevenção a ser analisado, e não determinante, para o idoso apresentar dependência cognitiva.
Palavras-chave: Ingesta proteica, Idoso, Declínio cognitivo.