65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 6. Bioquímica
Potencial Antioxidante de Plantas da Caatinga
Carlos Alberto da Silva Júnior - Departamento de Bioquímica, Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
Renata Maria de Souza - Departamento de Bioquímica, Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
Luís Cláudio Nascimento da Silva - Departamento de Bioquímica, Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
Aline de Paula Caetano Pereira - Departamento de Bioquímica, Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
Márcia Vanusa da Silva - Departamento de Bioquímica, Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
Maria Tereza dos Santos Correia - Departamento de Bioquímica, Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
INTRODUÇÃO:
As plantas são importantes fontes de produtos naturais ativos, e é cada vez mais habitual o seu uso na medicina popular. Muitas espécies vegetais podem ser encontradas no bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga, que além de ameaçado, necessita de uma maior investigação sobre o potencial de sua vegetação que é muito utilizada popularmente e grande parte não apresenta comprovação cientifica em relação as suas propriedades terapêuticas. Os antioxidantes naturais adquiridos na dieta têm a capacidade de proteger o corpo contra danos causados por radicais livres, aumentando a resistência aos danos causados pela oxidação. A geração de radicais livres é um processo fisiológico e seu excesso pode levar ao estresse oxidativo. Esse estresse pode desencadear processos patológicos, eventos tais como inflamação, catarata, diabetes, distúrbios circulatórios e vários tipos de câncer. Estes antioxidantes estão relacionados com as propriedades biológicas de compostos fenólicos, uma vez que estes compostos têm a capacidade para sequestrar radicais livres, devido à sua característica como doadores de elétrons para os radicais livres, e por serem amplamente distribuído no reino vegetal.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este estudo teve como objetivo verificar a possível ação antioxidante de extratos metanólicos e hidroalcóolicos de folhas de O. Blanchetiana, Sideroxylon obtusifoliume Manilkara rufula, cultivadas em uma área de conservação do bioma Caatinga.
MÉTODOS:
Folhas de O. blanchetiana (IPA 84.044), S. obtusifolium (IPA 84.076) e M.rufula (IPA 84.889), coletadas no Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco, Brasil, foram secas à temperatura ambiente e trituradas. Para elaboração dos extratos foi adicionado à amostra, metanol para obtenção dos extratos metanólicos: O. blanchetiana (EMOb), S. obtusifolium (EMSo) e M. rufula (EMMr) e etanol / água (3:7v/v) para extratos hidralcoólicos: O. blanchetiana (EHOb), S. obtusifolium (EHSo) e M. rufula (EHMr). Os compostos fenólicos totais foram determinados pelo ensaio Folin-Ciocalteu e seu valor representado por equivalente a ácido gálico(EAG)/g de extrato e o teor de flavonoides, pelo método cloreto de alumínio, com valores em mg/mg de extrato equivalente de quercetina (EQ) usando como referência ácido gálico e quercetina, respectivamente. A determinação da atividade antioxidante foi realizada pelos métodos de sequestro de radicais livres (DPPH), sequestro de peróxido de hidrogênio, nas quais os valores foram apresentados pelo IC50 e a capacidade antioxidante total (CAT), foi detectada através do ensaio fosfomolibdênio (P-Mo) em forma de porcentagem. Cada experimento foi realizado em triplicata e os resultados são apresentados como média ± DP (desvio padrão).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O conteúdo de polifenóis totais para EMOb, EMSo e EMMr foram, 16,8± 0.10, 21,7 ± 0.83 e 10,4 ± 0.61, respectivamente e para EHOb, 10,6 ± 0.35, EHSo, 12,4 ± 0.46 e EHMr, 11,1 ± 0.15. E os valores de flavonoides foram, EMOb, 12,2 ± 0.10, EMSo, 4,9 ± 0.35 e EMMr, 7,4 ± 0.08. Para EHOb, 3,8 ± 0.02, EHSo, 2,9 ± 0.3 e EHMr, 4,8 ± 0.15 Na atividade antioxidante pelo método DPPH, os extratos metanólicos de O. blanchetiana, S. obtusifoliume M.rufula apresentaram IC50 de 28.8 μg/ml, 11 μg/ml. e 43.8 μg/ml. Nos EHOb, EHSo e EHMr foram 82.5 μg/ml, 57.2 μg/ml e 86.2 μg/ml, respectivamente. No teste de peróxido de hidrogênio, os valores foram para EMOb, 8,5 μg/ml, EMSo 5 μg/ml e para EMMr 10 μg/ml. Para CAT os valores foram de 99% para EMOb, e 100% para EMSo e EMMr. Nos extratos hidroalcóolicos variaram entre 38% (EHOb), 77% (EHSo) e 48% (EHMr). As atividades antioxidantes foram correlacionadas com os valores de polifenóis / flavanóides, utilizando o coeficiente de Pearson (p), utilizando a IC50. Desta forma, um valor negativo (-1) é considerado como uma correlação positiva perfeita. Os resultado entre o ensaio DPPH e os valores dos fenóis totais demonstraram uma correlação muito forte (p= -0.851) e intermediária para P-Mo e H2O2 (p= 0.589 e - 0.408, respectivamente).
CONCLUSÕES:
Os resultados deste estudo, têm sido mencionados pela primeira vez para a comunidade científica e como conclusão, exibiram o alto teor antioxidante dos extratos de folhas de O. blanchetiana , S. obtusifolium e M.rufula, tendo evidenciado, melhores resultados para os extratos metanólicos em relação ao hidralcoólicos. Foi observado também em nosso trabalho, uma dependência na relação entre os compostos fenólicos e a atividade antioxidante das amostras.
Palavras-chave: Antioxidante, Caatinga, Polifenóis.