65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
PIBID DE ARTES VISUAIS: DIÁLOGO ENTRE MUNDOS
Rosali Natalie da Silva Gouveia - Depto. de Teoria da Arte e Expressão Artística - UFPE
Maria das Vitórias Negreiros Amaral - Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Teoria da Arte e Expressão Artística - UFPE
INTRODUÇÃO:
Em Agosto de 2012, tivemos a estréia do PIBID (Programa Institucional de Bolsas De Iniciação a Docência), do curso de Artes Visuais, da UFPE, sob a orientação da professora Vitória Amaral, para atuar na Escola Estadual Diário de Pernambuco, no bairro de Engenho do Meio. As aulas do PIBID ocorreram entre Agosto e Dezembro de 2012,nas turmas de 9º ano do Fundamental, 1º e 2º anos do Ensino Médio, para as quais cada bolsista do PIBID/Artes elaborou um planejamento diferenciado, com base nas necessidades de cada turma, apoiado na Abordagem Triangular de Ana Mae Barbosa, que proporciona um ensino dinâmico aliando a prática artística, a leitura de imagens e a contextualização dessas imagens, tendo em vista a transformação social através do conhecimento.“Símbolos e Histórias: O eu oculto nas coisas”, foi o tema abordado no segundo ano C,fazendo recortes de momentos da história da Arte, estudados na obra de Gombrich (1993), Cumming (1996), Proença (1994) e Ribeiro (1968), buscando observar a simbologia que permeia a Arte e se mantem atual nos meios de comunicação. A posse deste conhecimento conduz a uma nova leitura de mundo e ao conhecimento de mundos diferentes, ampliando horizontes, abrindo espaço para o questionamento social e a transformação da autoimagem a partir da aquisição de novos referenciais.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Trabalhar o conhecimento em Arte e a sua importância para a vida dos estudantes, contextualizando o mundo em que eles vivem com os infinitos mundos que a Arte trás consigo, humanizando duras realidades através do aprendizado e da expressão através da técnica artística, contribuindo para a formação de cidadãos críticos e conscientes de de si e de seu meio.
MÉTODOS:
A metodologia utilizada para as aulas partiu de atividade da sondagem dos alunos, após isso o planejamento foi estabelecido com base nos parametros curriculares estabelecidos pelo governo, guiados pelos interesses dos alunos e utilizando a Abordagem Triangular (Barbosa, 1995), o produto foi um programa de aulas que alfabetizaria visualmente os alunos fazendo recortes de momentos da história da Arte para leitura de seus símbolos nas obras e através destes buscar a identificação dos alunos com os mundos da Arte, propiciando atividades de trabalho individual observando e avaliando os critérios de participação, aprendizado, cuidado com a produção e execução das tarefas propostas e em equipe no nível individual (a relação do individuo com o grupo) e coletivo (do grupo com a escola).As atividades propostas buscaram trabalhar além do conteúdo em Arte, o lado humano, a diversidade cultural e temas transversais por meio de rodas de leitura em sala de aula, exibição de filmes e discussão reflexiva, produção de textos, trabalhos envolvendo desenvolvimento da criatividade através da pintura e do desenho, aulas expositivas, momentos de socialização (confraternização e exposição), visitas a museus, dinâmicas envolvendo desenho e participação dos estudantes na criação de atividades para a aula.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As ações desenvolvidas com a turma do segundo ano C, abordaram os diversos mundos dentro da história da Arte sendo conduzidos por seus “Símbolos e Histórias” que foi o tema do semestre, que se propunha a instigar os estudantes a compreenderem os símbolos produzidos durantes determinados periodos e obras da História da Arte contextualizando-os com a cultura em que eles vivem, como os mesmos simbolos são trabalhados hoje, como um caminho de trabalhar a autoimagem e a transformação do cotidiano através da observação do mundo que cerca o discente e da sua interferência nele.Observamos a quebra de paradigmas com relação a Arte desmistificando o tabu do “dom”, por meio das atividades de produção coletiva em que ocorreram rodas de debate, produção de pinturas em grupo, pinturas individuais sobre lugares que marcaram a história dos alunos e autorretratos, visitas a museus, rodas de debates além da produção de projeto para exposição da escola com fotografias sobre o olhar dos estudantes com mediação da professora, tornando relevante o processo de aprendizado a partir do reconehcimento da necessidade de aulas de Arte e da identificação com os objetivos propostos.
CONCLUSÕES:
Podemos concluir que o PIBID é uma necessidade essencial à formação de docentes em nosso país e que a troca proporcionada por ele,entre universidades e escolas, é vital para a melhoria da qualidade da educação no país e a da formação de docentes, além de ser um aliado poderoso para atrair mais pessoas para as licenciaturas num país tão carente de educação quanto o Brasil.E por fim concluímos também que um programa bem estruturado em Arte tem potencial transformador na vivência escolar elevando a autoestima dos estudantes, promovendo o respeito, o trabalho em equipe e o espiríto investigativo a respeito do mundo.Concluimos também que para que o mundo dos alunos exista não é necessário destruí-lo ou reprova-lo para atraí-los aos conteúdos disciplinares, muito pelo contrário a partir do momento em que os alunos podem reconhecer seus egos culturais e se identificarem com as histórias por trás da Arte e compreeender a simbologia que permeia o meio,eles se tornam mais abertos ao conteúdo trazido pelo professor, ou seja o diálogo entre mundos tão diferentes como o da cultura clássica vivênciada na universidade e a cultura de massa que permeia as classes populares que frequentam as escolas públicas.
Palavras-chave: Arte-educação, Interculturalidade, Cultura Popular.