65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
A COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO VERBAL DE IDOSOS NAS PRÁTICAS FISIOTERAPÊUTICAS
Thâmmara Lariane Henriques Tito - Autora - Departamento de Fisioterapia - UEPB
Hellen Louise Lino de Sousa - Departamento de Fisioterapia - UEPB
Acsa Priscilla Queiroz - Departamento de Fisioterapia - UEPB
Aracelli Laíse Tavares Mendonça Diniz - Departamento de Fisioterapia - UEPB
Flávia Dantas Cirqueira - Departamento de Fisioterapia - UEPB
Vitória Regina Quirino de Araújo - Professora Dra. / Orientadora - Departamento de Fisioterapia - UEPB
INTRODUÇÃO:
Diante das várias alterações provenientes do processo bio-psico-social de envelhecimento os profissionais de saúde devem estar atentos às necessidades para a saúde dos idosos, incluindo as formas de comunicação, sejam essas de cunho verbal referentes ao que é dito, ou a não verbal, representada pelo que o corpo expressa.
A atenção a aspectos variados da saúde vem sendo preconizada pelo Ministério da Saúde ao implantar a Política Nacional de Humanização (PNH). Para sua operacionalização ferramentas como o Acolhimento possibilita dispensar atenção aos usuários nos serviços de saúde, ouvir suas necessidades, ter posturas capazes de acolher, escutar e pactuar respostas mais adequadas. Para a efetivação do Acolhimento da pessoa idosa, os profissionais de saúde devem compreender as especificidades dessa população, estando atentos às diversas formas de comunicação nas condutas terapêuticas. Nesse sentido, sua relevância se dá na medida em que ao investigar as formas de comunicação dos idosos nas práticas fisioterapêuticas, que inclui todas as formas de expressão mutuamente estabelecidas, as ideias, sentimentos, valores, crenças e gostos dos idosos poderão ser observados e respeitados, contribuindo para a eficácia de relação fisioterapeuta e paciente e para a prática terapêutica em si.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Investigar as formas de comunicação verbal e não verbal tais como a conversação, a proximidade, o toque e a linguagem corporal que são adotadas pelos indivíduos idosos durante as práticas fisioterapêuticas.
MÉTODOS:
A pesquisa se constituiu em um estudo do tipo transversal, analítico e observacional, em uma perspectiva quantitativa. Foi realizada em campos práticos de estágios e projetos de extensão do Departamento de Fisioterapia da UEPB. A amostra do tipo não aleatória e por acessibilidade, foi composta por 30 idosos em acompanhamento fisioterapêutico, sendo 20 idosos usuários da Clínica Escola de Fisioterapia, acompanhados por estagiários do 6° e 9° períodos e 10 idosos integrantes dos projetos de extensão do Departamento de Fisioterapia. A coleta de dados foi feita através dos seguintes instrumentos: 1) Caracterização socioeconômica; 2) Caracterização da prática realizada através do roteiro observacional baseado na classificação adotada por SILVA (1996), onde foram observadas itens da comunicação não verbal dos idosos; 3) Caracterização da comunicação verbal e não verbal realizada através do roteiro de observação, adaptado de GROWL; LAWRENCE (1995). Os dados coletados foram analisados e quantificados percentualmente, sendo em seguida descritos a partir do confronto das informações colhidas com os estudos pesquisados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Entre os 30 idosos usuários de serviços fisioterapêuticos pesquisados, 60% estavam na faixa etária de 60 a 70 anos, com predomínio do sexo feminino (53%). A maior parte dos idosos da amostra era casada (80%), católicos (80%) e (43%) informaram uma renda familiar entre R$ 501,00 e R$ 1.000,00. Foram analisados entre outros, aspectos da comunicação verbal como tom de voz e distância, e da comunicação não verbal, como paralinguagem, proxêmica, cinésica e tacêsica. Em 93% dos casos o tom de voz era normal, a exemplo das observações de Queiroz (2011). A proxêmica (espaço entre os comunicadores) esteve presente em 100% dos casos, validando a proximidade entre os idosos e fisioterapeutas. Para Hall (1986) o tom de voz normal, ocorre na distância íntima e social, e essa pesquisa confirmou tal fato. A paralinguagem (ruídos, suspiros) esteve presente em 80% das observações em oposição ao estudo de Mattia et al. (2009). Fatores cinestésicos, (contato físico, toque) ocorreram em 93% dos casos. A tacêsica (comunicação tátil) se deu em 43% dos atendimentos observados. O contato visual esteve presente em 90% das interações, corroborando com o estudo de Farias et al., (2010) e ainda com Galvão et al., (2006) para quem o olhar é imprescindível na interação com o paciente.
CONCLUSÕES:
A partir dos objetivos propostos compreendemos que a comunicação é um instrumento essencial na relação fisioterapeuta e paciente, como meio de troca de informações entre os interlocutores, através das palavras ou dos comportamentos dos indivíduos, demonstrando como se apresenta essa interação. Na área da saúde é de extrema importância reconhecer os sentimentos e as necessidades do paciente, principalmente da população idosa, que devido às alterações do envelhecimento, apresenta-se com declínio das capacidades sensório-perceptivas, o que pode comprometer a comunicação eficaz. O fisioterapeuta deve observar as formas comunicativas do idoso, buscando entendê-lo e assim proporcionar um cuidado abrangente e uma assistência mais adequada, visando à maior adaptação do paciente ao tratamento. Entre os diversos fatores observados, os aspectos da comunicação verbal e não verbal foram expressos de muitas formas pelos idosos. A maior parte deles verbalizou ter uma ótima relação com o fisioterapeuta e os sinais de comunicação não verbal confirmaram tal afinidade. Entre outros a distância, o tom de voz e o eixo de contato adotados na interação, bem como a posição e o comportamento de contato do fisioterapeuta, foram na maioria dos casos, adequados a uma boa relação fisioterapeuta e paciente.
Palavras-chave: Comunicação verbal e não verbal, Idosos, Fisioterapia.