65ª Reunião Anual da SBPC |
H. Artes, Letras e Lingüística - 2. Letras - 5. Letras |
AS ESPECIFICIDADES RETÓRICO-TEXTUAIS DO EDITORIAL E ARTIGO OPINATIVO |
José Nildo Barbosa de Melo Junior - CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC Maria Francisca Oliveira Santos - CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC |
INTRODUÇÃO: |
Este trabalho intitulado As especificidades retórico-textuais no editorial e artigo opinativo centra-se na análise dos gêneros apontados, numa perspectiva retórica por identificar os tipos de argumentos presentes, como também as funções que permeiam os textos. No tocante a textualidade, identifica características textuais pertinentes aos gêneros analisados, dentre outros. No que diz respeito aos processos de produção textual e a análise de gêneros textuais, adotou-se Marcuschi (2008), o qual analisa a língua enquanto objeto numa tríade, ou seja, em três fenômenos: o texto, os gêneros e a compreensão. Ainda em relação aos gêneros textuais, buscou-se Costa (2009), ao delimitar, classificar e elucidar as características concernentes a cada gênero, como também a tipologia textual e o emprego nos determinados meios de comunicação. Quanto à retórica, Reboul (2004) traz as considerações concernentes à origem, funções, argumentos e o sistema retórico, como também demarca o processo evolutivo desde a retórica antiga (oratória) até a retórica moderna (persuasão pelo discurso). A relevância da temática se dá por as idiossincrasias de cada gênero ainda não serem em grande escala o objeto de estudo na instituição onde o pesquisa se desenvolve. |
OBJETIVO DO TRABALHO: |
Mostrar a importância de conhecer os elementos retórico-textuais presentes nos gêneros midiáticos, sobretudo o editorial e o artigo opinativo, pela boa aceitação e veiculação no meio comunicativo. |
MÉTODOS: |
A pesquisa em foco caracteriza-se principalmente como de cunho qualitativo, embora tenham sido utilizados os números para a seleção dos corpora, baseando-se nos pressupostos de Moreira (2002, p. 57) para quem a pesquisa qualitativa apresenta como características, dentre outras: flexibilidade no processo de conduzir a pesquisa; ênfase na subjetividade, em vez de na objetividade; e foco na interpretação, em vez de na quantificação. Para analisar os dados em processo, no que diz respeito aos pontos de convergência e divergência entre os gêneros editorial e artigo opinativo, buscaram-se dados quantitativos que se referem à recorrência do ponto linguístico de análise pelo fato de o universo da pesquisa ser constituído por uma quantidade de jornais, reservada durante dois meses. Do total de jornais, foi retirada uma amostragem de 20% para o estudo analítico. Com essa amostragem, procedeu-se ao levantamento bibliográfico da literatura referente aos gêneros estudados e às questões retórico-textuais. A seguir, foi feita a análise dos gêneros, considerando os aspectos retóricos e os itens referentes às marcas textuais, que vão indicar os pontos de aproximação e distanciamento do editorial e artigo opinativo, contribuindo, desse modo, para o melhor entendimento do assunto destacado. |
RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
À luz da Retórica abordada por Reboul (1998) e dos processos de produção textual em Marcuschi (2008), constatou-se que os gêneros em análise insinuam ter caracteres que os aproximam e os distanciam. Quanto aos aspectos convergentes, observou-se que abrangem o sistema retórico utilizado pelo retor: invenção, disposição (exórdio, narração, confirmação, digressão e peroração), elocução e ação; são textos opinativos, uma vez que se agrupam na área da opinião; se apoderam de uma capacidade linguística de natureza argumentativa, na qual predomina a função referencial da linguagem; utilizam um discurso jornalístico, por isso são considerados gêneros do jornalismo opinativo; estruturam-se convencionalmente em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. Com relação às divergências, têm-se o editorial como um gênero que expressa a visão do jornal sobre um assunto atual e quase sempre controverso, utilizando uma linguagem clara, objetiva, impessoal e de acordo com a variedade padrão formal da língua, predominando a objetividade. Diferentemente deste, o artigo de opinião expressa a visão de alguém exterior ao jornal, sejam colaboradores ou convidados, jornalistas ou não, além de apresentar marcas de pessoalidade, já que se trata de matéria assinada, dando ênfase à subjetividade. |
CONCLUSÕES: |
Abordagens sobre Textualidade e Retórica foram imprescindíveis para subsidiar nossa análise, pois deram grandes contribuições. Os gêneros em análise insinuam ter caracteres em que se aproximam e se distanciam. Quanto aos aspectos convergentes, observou-se que abrangem o sistema retórico; são textos opinativos, uma vez que se agrupam na área da opinião; utilizam um discurso jornalístico, por isso são considerados gêneros do jornalismo opinativo; se apoderam de uma capacidade linguística de natureza argumentativa na qual predomina a função referencial da linguagem, têm portanto sua força nos argumentos; estruturam-se convencionalmente em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. Com relação às divergências, têm-se o editorial como um gênero que expressa a visão do jornal sobre um assunto atual e quase sempre controverso, utilizando uma linguagem clara, objetiva, impessoal e de acordo com a variedade padrão formal da língua, predominando a objetividade. Diferentemente deste, o artigo de opinião expressa a visão de alguém exterior ao jornal, sejam colaboradores ou convidados, jornalistas ou não, além de apresentar marcas de pessoalidade, já que se trata de matéria assinada, dando ênfase à subjetividade. |
Palavras-chave: Texto, Discurso, Idiossincrasias. |