65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo
ANÁLISE DE PONTA DE MURCHA PERMANENTE COM A CULTURA DO FEIJOEIRO EM SOLO DE TEXTURA ARENOSA E ARGILOSA
Ederlon Flávio da Veiga Moline - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - FCAV/UNESP
Eliza Barboza - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - FCAV/UNESP
Saulo Strazeio Cardoso - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - FCAV/UNESP
Ariel Dotto Blind - Universidade Federal do Amazonas - UFAM
Elaine Aparecida de Paula Farias - Universidade Federal do Acre - UFAC
INTRODUÇÃO:
O rendimento do feijoeiro (Phaseolos vulgaris, L.) é afetado pela condição hídrica do solo, onde deficiência ou excesso de água nas fases do ciclo da cultura causa redução na produtividade. As fases de floração e de desenvolvimento da vagem são as mais sensíveis à deficiência hídrica. Já em condições de excesso de água no solo, o desenvolvimento vegetativo e o rendimento são bastante prejudicados pela má aeração do solo.
Vários fatores podem influir na capacidade de infiltração e retenção da água, porém o principal deles é a textura do solo que determina a distribuição de poros. Em um solo arenoso, ocorre infiltração mais rápida e com pouca retenção devido ao predomínio de macroporos. Nos solos argilosos, existe maior retenção de água devido à presença dos microporos que a retém contra a força da gravidade.
A água disponível no solo compreende o seu conteúdo entre a capacidade de campo e o ponto de murcha permanente. A capacidade de campo é a quantidade de água no solo após o excesso ter sido drenado, o que acontece de 2 a 3 dias após chuva ou irrigação, e o ponto de murcha permanente representa o teor de umidade do solo em que abaixo dele a planta não conseguirá retirar a água do solo, na mesma intensidade em que ela transpira, aumentando a deficiência d’água na planta.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente estudo teve como objetivo avaliar o ponto de murcha permanente em dois solos de diferentes texturas (arenoso e argiloso) tendo o feijoeiro como cultura indicadora.
MÉTODOS:
O experimento foi realizado na área experimental da UNIR em Rolim de Moura – RO. Foram utilizados solos de mata nativa com duas texturas, arenosa e argilosa, que coletados na camada de 0 – 20 cm de profundidade foram peneirados na malha de 4 mm. Após, foram preenchidos vasos com capacidade de 1,5 kg de solo e feita adubação para o suprimento adequado da cultura do feijoeiro.
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com esquema fatorial 2x8+2 com duas repetições para cada solo, em intervalo de um a oito dias de indução ao estresse hídrico e mais quatro testemunhas sem planta.
Aos 14 dias após a emergência do feijão, estas foram submetidas ao estresse hídrico, em intervalo de 24 horas entre as induções. Logo após esse período foram feitas avaliações visuais do ponto de murcha permanente que apresentavam folhas flácidas e encarquilhadas.
A avaliação constituiu na retirada de amostras de 100 gramas de solo que foram pesadas e secas em estufa por 48 horas e novamente pesadas para se obter a estimativa da quantidade de água de cada amostra. Após a retirada das amostras os tratamentos voltaram a receber água para recuperar turgidez.
Os dados foram submetidos à análise de variância e feita aplicação do teste de Tukey a nível de 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As plantas em solo de textura arenosa apresentaram em média quatro dias entre a indução ao estresse hídrico e o ponto de murcha permanente. Já as plantas cultivadas em solo de textura argilosa tiveram uma média de seis dias. Após o período de execução dos tratamentos, os teores de umidade encontrados no solo arenoso foram inferiores aos teores no solo argiloso. Isso se deve ao fato de que as areias retêm pouca água, porque seu grande espaço poroso permite a drenagem livre da água dos solos. As argilas absorvem relativamente, grandes quantidades de água e seus menores espaços porosos a retêm contra as forças de gravidade.
Para as testemunhas sem plantas, as perdas ocorriam apenas por evaporação por isso não houve uma diferença significativa de umidade.
O percentual de evaporação nos primeiros dias foi significativo em ambos os solos tendendo a estabilização a partir do nono dia. O solo arenoso apresentou média de 0,46 % de perda diária de água, valor este, inferior a média de 0,76 % de perda de água do solo argiloso. Apesar do valor de perdas de água do solo argiloso ser superior ao solo arenoso, este possui uma maior capacidade de retenção de água, devido a maior tensão matricial, que é negativa para solos siltosos e arenosos entre outras características em comparação ao arenoso.
CONCLUSÕES:
O ponto de murcha permanente para o feijoeiro foi de quatro dias no solo de textura arenosa e de seis dias no solo de textura argilosa.
A média dos teores de umidade encontrados no solo argiloso foram superiores aos teores encontrados no solo arenoso.
As testemunhas sem planta apresentaram diferenças na evaporação, porém essas diferenças não foram significativas do ponto de vista estatístico e a evaporação diminuiu com o decorrer dos dias.
Palavras-chave: Phaseolos vulgaris, Estresse hídrico, Umidade do solo.