65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo
AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA E ESTABILIDADE DE AGREGADOS EM ÁGUA EM SOLOS DE MATA NATIVA, CULTIVADO E PASTAGEM
Eliza Barboza - Mestranda em Ciência do Solo - FCAV/UNESP
Ederlon Flávio da Veiga Moline - Doutorando em Ciência do Solo - FCAV/UNESP
Ariel Dotto Blind - Doutorando em Agricultura Tropical - UFAM
Elaine Aparecida de Paula Farias - Mestre em Produção Vegetal - UFAC
INTRODUÇÃO:
A estruturação dos solos e sua proteção contra agentes erosivos dependem principalmente dos macroagregados (> 0,3 mm) e microagregados (< 0,3 mm). A formação e a estabilização dos agregados do solo ocorrem mediante processos físicos, químicos e biológicos. Um solo de alto índice de agregação com agregados grandes e estáveis possivelmente será também um solo de boas características físicas.
A estabilidade dos agregados é extremamente afetada pelos sistemas de preparo empregados na agricultura convencional associadas a alterações na composição da vegetação dos ecossistemas naturais, assim um manejo inadequado pode desestruturá-los provocando muitas vezes a deterioração desses solos.
A perda da estruturação dos agregados poderá implicar em muitos problemas podendo ocorrer uma maior compactação do solo e consequentemente maior dificuldade de penetração das raízes e infiltração da água no perfil do solo, além de perdas de solo por erosão.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho foi avaliar as diferenças na estrutura e estabilidade de agregados do solo nesses diferentes tipos de manejo e cobertura vegetal.
MÉTODOS:
O experimento foi realizado no campus da Universidade Federal de Rondônia em Rolim de Moura, RO. A porcentagem de agregado foi obtida medindo-se a quantidade e distribuição do tamanho dos agregados que são estáveis em água, relacionando-os com os que não se desintegram pela tamisação. Uma amostra representativa do solo foi coletada nas condições de campo deixando secar naturalmente.
A amostra passou por uma peneira de 20 cm de diâmetro com abertura de malha de 4 mm e retendo na de 2 mm, pesando-se após 50 gramas em triplicata e armazenando o restante. Foi colocada uma amostra em lata de alumínio e após levada à estufa a 105 0C por uma noite e as outras duas amostras sobre disco de papel de filtro na parte superior de dois conjuntos de peneiras de 13 cm de diâmetro, uma em cada jogo, na seguinte ordem: 2 mm; 1mm; 0,50 mm; 0,25 mm; 0,10 mm de abertura de malha. O teor de agregados retidos em cada peneira, expresso na seguinte ordem: 4-2 mm; 2-1 mm; 1-0,50 mm; 0,50-0,25 mm e 0,25-0,106 mm; pela expressão: Teor de agregados = 100(a/b); a=peso do agregado a 105 0C; b = peso da amostra de 50 gramas seca a 105 0C. Percentual de agregação = 100(a/b); a =∑ dos pesos dos agregados retidos em cada peneira a 105 0C; b = peso da amostra de 50 gramas seca a 105 0C. Teor de agregados (%) <0,106mm=100 _ ∑ das porcentagens de agregados > 0,106 mm.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O solo de textura argilosa sob mata nativa e com pastagem não apresentou grandes alterações no tamanho dos agregados, predominando nas duas áreas e profundidades avaliadas, percentuais de agregação superiores a 97%. O solo de textura argilosa sob lavoura em sistema convencional de cultivo a agregação foi menor na camada de 0-10 cm próximo de 96%, aumentando na camada de 10-20 cm onde o percentual de agregação foi superior a 98%.
Os solos de textura arenosa se mostraram inferiores aos argilosos com percentuais de agregação sempre menores em todos os ambientes avaliados. O solo arenoso possui cargas neutras o que não favorece a agregação como nas argilas. A conservação da matéria orgânica nesses solos é extremamente importante, onde é responsável pela maioria das cargas excedentes que influenciam na capacidade de troca de cátions presentes nos solos arenosos e por grande parte da agregação e estruturação desses solos.
A maioria dos agregados encontrados nos solos de textura argilosa avaliados, mesmo na lavoura, foi de tamanho superior a 0,3 mm, sendo classificados como macroagregados. O solo arenoso cultivado com lavoura apresentou mais de 60% de agregados na camada de 0,0 – 10 e mais de 77% na camada de 10 – 20 inferiores a 0,3 mm di diâmetro classificados como microagregados.
CONCLUSÕES:
Nos solos argilosos sob os diferentes tipos de manejo não apresentaram grande variação quanto à agregação, o que não foi observado quando comparado entre os solos de granulometria diferente havendo uma menor agregação e menor estabilidade no solo arenoso.
Palavras-chave: Solos amazônicos, Física do solo, Sistemas de manejo.