65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
PERFIL MULTIDIMENSIONAL DAS CONDIÇÕES DE VIDA DE IDOSOS RESIDENTES EM UM MUNICÍPIO DO RIO GRANDE DO SUL
Danielli Gavião Mallmann - Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFPE
Darleni Rosa Tambara - Pós-Graduanda em Saúde da Mulher pela UNIPAMPA
Karina Silveira de Almeida Hammerschmidt - Profa. Dra. – Depto de Enfermagem da UFSC
Eliane Maria Ribeiro de Vasconcelos - Profa. Dra./Orientadora – Depto de Enfermagem da UFPE
Josueida Carvalho Souza - Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFPE
Rosalia Daniela Medeiros da Silva - Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFPE
INTRODUÇÃO:
A população brasileira encontra-se em processo de mudança da expectativa de vida, a qual está envelhecendo em processo acelerado, evidenciando, assim, a importância de se conhecer a condição de vida dos idosos. Entende-se por condição de vida a posição única de cada indivíduo, envolvendo as situações econômica, social, ambiental, cultural e espacial, interferindo na vivência individual e ou coletiva de cada pessoa e da particularidade momentânea de cada ambiente. Para considerar o aumento da expectativa de vida como ganho é imprescindível que se viva mais tempo com qualidade, pois as mudanças advindas do processo de envelhecimento podem acarretar, ao idoso, modificações físicas e até incapacidade funcional, sendo importante manter o funcionamento das funções físicas e biológicas, para que as atividades profissionais e do próprio cotidiano não sejam comprometidas. Considera-se, dessa forma, que não é suficiente saber que as pessoas estão vivendo mais tempo e sim em que condições elas estão vivendo. É necessário investigar tais condições, aprofundando conhecimentos sobre as características biopsicossociais, culturais, espirituais, capacidade funcional e envelhecimento desse grupo etário, para assegurar, aos mesmos, melhor qualidade de vida.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Descrever o perfil multidimensional das condições de vida dos idosos residentes em Uruguaiana/RS.
MÉTODOS:
Trata-se de pesquisa com métodos mistos, de delineamento transversal. A população deste estudo foram idosos, de ambos os sexos, não institucionalizados, que frequentaram as unidades de saúde no período de vacinação e residentes em Uruguaiana/RS, no período de 2009-2010. Teve-se, para unidade de coleta (unidades de saúde), amostra do tipo não probabilística, em que foram selecionadas todas as unidades de saúde de Uruguaiana/RS que estivessem realizando a vacinação do idoso, o que torna a amostra mais representativa da população em estudo. Fixou-se a variância absoluta da proporção no valor máximo 0,25, resultante de p (1-p) para p = 0,50, o nível de confiança de 95,44% (z=2) e um erro aproximado de inferência da proporção, na amostra da pesquisa, não superior a 1,87%. A coleta de dados foi realizada através de questionário semiestruturado, aplicado por 29 acadêmicos de enfermagem, durante o período de Vacinação contra a Gripe em Idosos no ano de 2010, nas 13 unidades de saúde da cidade de Uruguaiana/RS. Foram entrevistados 296 idosos e a amostra foi de 225 entrevistas para análise dos dados. Os dados foram compilados e analisados por meio de estatística descritiva e também foi utilizado o programa BioEstat 5.0 para a seleção da amostra.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A amostra foi composta por 140 mulheres e 85 homens, onde predominou a faixa etária entre 60 e 70 anos. Quanto ao estado civil, 46,42% das idosas eram viúvas, já os idosos, 55,29% casados. Percebeu-se que a maioria (56,07%) dos entrevistados possui até cinco filhos, demonstrando a diminuição do tamanho das famílias. Quanto às condições de moradia, grande parte dos entrevistados vive em casa de tijolo, com saneamento básico. Predominou o ganho de apenas um salário mínimo, com origem da aposentadoria, sugerindo a inferioridade da condição financeira dos idosos, visto que houve a presença de mulheres sem renda, em contrapartida, este dado não foi observado no sexo masculino. Quanto à saúde, 79,11% utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS) e 62,66% referiram ter boa saúde. Com relação ao lazer, foi majoritária (50,66%) a preferência por assistir TV. Com relação à capacidade funcional nas Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD) e nas Atividades Básicas da Vida Diária (ABVD), a maioria dos idosos respondeu conseguir realizá-las, sem ajuda, com média de 87,9% e 94,77%, respectivamente. Praticamente metade dos entrevistados (51,55%) não apresenta dificuldades na realização das atividades, sendo uma característica importante para ter boa condição de vida e saúde.
CONCLUSÕES:
Com a pesquisa de campo, pode-se tecer relação entre a utilização do SUS majoritariamente e a renda dos idosos. Outro achado relevante foi que, mesmo sendo predominante o número de idosos com baixo rendimento mensal, grande parte vive em casa de tijolo, com saneamento básico, o que sugere boas condições de moradia. Quanto às condições de saúde, percebeu-se que os idosos julgam a sua saúde e o atendimento à saúde bom, o que evidencia que apesar das dificuldades encontradas nos setores de saúde do estado gaúcho, o idoso do município de Uruguaiana/RS é satisfeito com o atendimento, o que reflete na boa condição de saúde. Percebeu-se que, referente à capacidade funcional, o idoso do município é bastante ativo quanto aos afazeres do cotidiano, não necessitando da ajuda de outras pessoas, fato importante para independência, podendo realizar atividades da vida diária sem restrições. Estudos como este servem para conhecer a realidade dos idosos residentes em Uruguaiana/RS, bem como obter subsídios para a implantação e desenvolvimento de políticas sociais adequadas para essa faixa etária, visando à melhoria da condição de vida dos idosos de hoje e das gerações futuras, bem como sua inserção nos diversos setores da sociedade.
Palavras-chave: Saúde do idoso, Condições sociais, Qualidade de vida.