65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
O turismo pedagógico como estratégia didática no Ensino de Geografia: uma experiência com o Movimento Escoteiro do Rio Grande do Norte.
Jaqueline Gomes Feitosa - Graduanda do Curso de Licenciatura em Pedagogia da UFRN
Lázaro Freire da Costa - Graduando do Curso de Bacharelado em Turismo da UERN
INTRODUÇÃO:
Contribuir para o Ensino de Geografia de forma significativa e interessante capaz de despertar a curiosidade dos jovens, colaborando na relação de ensino e aprendizagem dos conceitos e estabelecer relação com o espaço em que o sujeito se encontra inserido. Para isso, foram elaboradas aulas de cartografia, posto em prática com atrativos do seguimento turístico pedagógico utilizado como estratégia para estimular o aprendizado dos conhecimentos teóricos vistos durante uma experiência in loco. Esta é a proposta que o presente trabalho vem apresentar, baseado na metodologia do ensino não formal aplicada ao Movimento Escoteiro. Tem-se como objeto de estudo o Grupo Escoteiro do Mar Artífices Náuticos pertencente a região escoteira do Rio Grande do Norte. Segundo, o Projeto Educativo da União dos Escoteiros do Brasil (2008) o Escotismo é tido como um movimento de educação não formal, que se preocupa com o desenvolvimento integral dos jovens. Desta forma, o objetivo deste método de ensino é procurar estimular o respeito pela natureza e o compromisso dos jovens com o meio ambiente, sendo estes, eixos temáticos presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia do ensino de Educação Básica formal.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Promover uma discussão a respeito da utilização do Turismo Pedagógico como contribuição didática da educação não formal dos jovens participantes do Movimento Escoteiro Potiguar, sobre o ensino da Geografia com ênfase em exercícios de cartografia. Com o intuito tornar mais atrativo e significativo o aprendizado, por meio de roteiros turísticos.
MÉTODOS:
Os procedimentos utilizados para a elaboração deste trabalho consistiu numa pesquisa qualitativa com base no acompanhamento das vivencias dos membros do Grupo Escoteiro do Mar Artífices Náuticos, compreendidos na faixa etária de 11 a 14 anos de idade, que tiveram a oportunidade de pôr em prática os conhecimentos adquiridos sobre cartografia, como representação do espaço geográfico, durante as reuniões semanais do grupo em roteiros turísticos previamente elaborados com atrativos que contemplavam as características presentes nas aulas de geografia. Soma-se a isso, uma vasta pesquisa bibliográfica em obras que discutem os conceitos de turismo pedagógico, conceitos da Geografia e da educação não formal empregada no Movimento Escoteiro e sua contribuição para a formação do caráter cidadão dos jovens.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Estando a construção do conhecimento ligada ao exercício da curiosidade e da criticidade durante os atos de observar e sentir os objetos, buscando comparar e de elaborar questionamentos. (FREIRE, 1996), os resultados apresentados foram o envolvimento dos jovens com os elementos constituintes do espaço no momento da visitação de um roteiro turístico elaborado de acordo com as aulas de cartografia. O roteiro contemplou a visita ao Parque das Dunas de Natal, onde os escoteiros participaram de uma gincana cartográfica, cujos azimutes que deveriam encontrar, estavam marcados em espécimes típicas da mata atlântica, que continham informações sobre os principais cuidados quanto a preservação do meio ambiente. Sendo proposto logo após a gincana, uma nova atividade em que os escoteiros deveriam fazer um relatório sobre os principais problemas ambientais que ocasionam o desmatamento. De acordo com este resultado podemos associar as ações na afirmação de Santos (1985), sendo um reflexo de um conjunto indissociável entre os aspectos geográficos envolvendo o meio e a sociedade, em que a própria sociedade é quem determina todo este ciclo por suas ações. Isso só foi possível graças à interatividade que o Turismo Pedagógico pôde oferecer aos escoteiros durante a saída ao campo de estudos.
CONCLUSÕES:
Considerando a forma em que o movimento tende a privilegiar a vida ao ar livre como experiência educativa, o turismo pedagógico apresenta-se como um recurso para promover a aprendizagem através de atividades culturais e de entretenimento que abordem os conteúdos envolvendo a ciência geográfica, como gincanas cartográficas, mutirões socioambientais. Deste modo, espera-se que o emprego de roteiros turísticos com ênfase pedagógica na ciência geográfica contribua para que haja um maior interesse na aprendizagem da geografia por parte dos jovens que integram o movimento, numa perspectiva de construção do caráter cidadão.
Palavras-chave: Ensino da Geografia, Movimento Escoteiro, Turismo Pedagógico.