66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 1. Enfermagem
QUALIDADE DE VIDA DOS ADOLESCENTES: HÁBITOS DE ALIMENTAÇÃO, ATIVIDADE FÍSICA, TABAGISMO, SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS E ATIVIDADE SEXUAL
Carina Maximo Rocha - UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
Fernanda Silva Linhares - UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
Thays Silva Marcelo - UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
Maria Cristina Pinto de Jesus - UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
Sueli Maria dos Reis Santos - UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
INTRODUÇÃO:
A adolescência é caracterizada por mudanças biopsicossociais constituindo-se em um momento em que se adotam novas práticas, comportamentos e ganho de autonomia. O jovem torna-se mais vulnerável a comportamentos que podem fragilizar sua saúde, como alimentação inadequada, sedentarismo, tabagismo, consumo de álcool e drogas e atividade sexual. Na adolescência ocorrem transformações intensas que são influenciados por hábitos familiares, amizades, aspectos sociais e culturais, condições socioeconômicas, além de experiências e conhecimentos próprios. Tais hábitos e novas aprendizagens ocorridas podem influenciar futuramente a saúde, a autoimagem e o desenvolvimento psicossocial. O viver saudável, em diferentes espaços e cenários, tem sido um desafio teórico e prático, face à diversidade de compreensões e significados atribuídos ao tema. O significado do processo de viver saudável está associado ao estilo de vida, suas interações e adaptações com o meio ambiente. Assim, a construção do conhecimento acerca do viver saudável precisa considerar as múltiplas dimensões que envolvem o processo saúde-doença e a promoção da saúde das comunidades. Especialmente, os adolescentes necessitam orientação e acompanhamento para enfrentar as complexidades e a integralidade desse processo.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Conhecer a prática de hábitos saudáveis, entre adolescentes escolares, relacionados à alimentação, atividade física e sexual e consumo de álcool e de tabaco.
MÉTODOS:
Trata-se de pesquisa com abordagem quantitativa, realizada em cinco escolas, pública e privada, com ensino fundamental e médio, em Minas Gerais, em 2012/2013. Um total de 269 adolescentes respondeu ao questionário com 60 questões distribuídas em cinco abordagens. Os dados foram organizados pelo SPSS statistics 17.0, possibilitando a análise geral e o crosstabs direcionado para a razão social das instituições envolvidas e as cinco abordagens.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A maioria pratica atividade física, destacando-se o futebol. Usam equipamentos multimídia de 4 a 6 horas diárias ou mais. Os da escola pública dormem menos de 8 horas por dia. Consomem carne semanalmente 93,6%; mais de duas vezes por semana, 57,6% comem verduras e 49%, frutas; mais de três vezes por semana, 47,5% consomem frituras e 49,8%, guloseimas. A primeira relação sexual aconteceu para 27% entre 13 e 15 anos. Poucos referiram associar o uso da camisinha com a pílula anticoncepcional. Não utilizaram o preservativo na primeira relação sexual 30% e 75% não recorreram ao serviço de saúde para buscar informações preventivas. O percentual de não fumantes foi maior que o de fumantes. Compram seus cigarros 29% e 24% os obtêm de colegas. Experimentaram outro tipo de cigarro (maconha) 26.6% e 53% dos pais não sabem que seus filhos fumam. Consomem álcool 40% e 95,9% responderam não ter usado outras drogas por estarem alcoolizados; 37,7% bebem pelo prazer da sensação. Os hábitos inadequados relacionados à alimentação e atividade física contribuem para o aumento do peso corporal, predispõem a doenças crônicas, refletem negativamente no sono e no desempenho escolar. Embora conheçam os métodos contraceptivos e de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, estes são insuficientes para a adesão ao comportamento sexual seguro e os participantes não procuram o serviço de saúde, o que os coloca em situação de vulnerabilidade. O consumo de álcool é maior, se comparado ao consumo de tabaco entre esses adolescentes.
CONCLUSÕES:
O consumo de alimentos pode contribuir para o aumento do peso corporal e predisposição às doenças crônicas como diabetes, hiperlipidemias e doenças cardiovasculares. Maioria dos adolescentes iniciou a vida sexual na faixa etária entre 13 e 15 anos e não procuram o serviço de saúde para obter orientações e acompanhamento da saúde, o que os coloca em situação de vulnerabilidade. O conhecimento sobre os métodos contraceptivos e de prevenção de DST, não se mostra suficiente para a adesão ao comportamento sexual seguro. O consumo de álcool é maior em relação ao de cigarro (tabaco), entre os adolescentes escolares. Embora limitado a um grupo de adolescentes de um município brasileiro, os resultados se assemelham a outros nacionais e internacionais e podem constituir-se em objeto de reflexão para profissionais de saúde e educação quanto às ações interdisciplinares de promoção da saúde vislumbrando o fortalecimento de hábitos saudáveis e a redução de fatores de risco à saúde de adolescentes.
Palavras-chave: Adolescente, Atenção à saúde, Educação em saúde.