66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
SBF - Sociedade Brasileira de Física
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física
A inclusão de atividades experimentais no ensino de física: estudo de caso em uma Escola Estadual em Manaus - AM
Esteves Fernandes de Oliveira - Departamento de Fisica - Ufam
INTRODUÇÃO:
Este estudo é baseado na experiência da inclusão de atividades experimentais no ensino de física, para os alunos de segundo ano do ensino médio da Escola Estadual Tiradentes em Manaus, Amazonas. Este projeto foi desenvolvido no ano de 2013, no Programa de Incentivo de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID), da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Um dos grandes problemas enfrentados não só pelos alunos de ensino médio, mas também pelos profissionais da área, consigna-se na fama da disciplina ser considerada muito difícil e complexa, por este motivo os alunos tendem a se distanciar do curso (VALADARES, 1998). Por esta razão, existe a necessidade de buscar outras maneiras que possam proporcionar tanto ao aluno, quanto para o professor uma forma de ensino que seja eficiente. Embora as atividades experimentais se¬jam uma necessidade, sua utilização em sala de aula é ainda inexpressiva no ensino fundamental e raríssima no ensino médio (Gaspar, 2003).
Diante desta realidade, propomos a realização deste projeto de atividades experimentais na escola, com o intuito de tentarmos aproximar os alunos com o mundo dos experimentos, visando não apenas impressioná-los com os resultados observados, mas também contribuir com a aprendizagem dos mesmos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Neste estudo objetivamos conhecer a percepção dos alunos sobre a experimentação nas aulas de Física, tendo em vista o aprendizado de conceitos físicos a partir da prática da experimentação em sala de aula.
MÉTODOS:
A opção metodológica que nos propomos a seguir durante o percurso da pesquisa foi de natureza qualitativa. Este projeto foi aplicado com cinco (05) turmas de segundo ano, totalizando cento e vinte (120) alunos, e visava dar continuidade aos assuntos abordados em sala de aula.
Para a coleta de dados, utilizamos um questionário prévio, de identificação opcional, que nos ajudou a conhecer a opinião dos alunos sobre a disciplina de física e sobre o contato com atividades experimentais em sala de aula.
Após a aplicação deste questionário, houve uma oficina de experimento ministrado pelo próprio bolsista, na qual foi explicado aos alunos que eles também deveriam organizar uma apresentação relacionando os conceitos de física e a experimentação.
Para as apresentações dos alunos, cada turma foi dividida em quatro (04) grupos, nos quais cada grupo ficaria responsável por apresentar um experimento e um roteiro experimental.
Ao término do período de apresentações, foi aplicada uma avaliação individual contendo questões diretas e dissertativas. Nas questões dissertativas havia uma questão para o aluno interpretar os conceitos físicos do experimento trabalhado em sala de aula, e outra para opinar sobre a utilização de aulas experimentais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No que concerne aos dados do questionário aplicado anteriormente às apresentações, apresentamos os seguintes dados. No que diz respeito à necessidade da disciplina, 50% dos alunos consideram a disciplina importante, seguidos das porcentagens de essencial (23%), complementar (19%) e facultativa (8%). Em relação ao interesse dos alunos para com a disciplina, 58% dos alunos consideram seu interesse médio, seguidos de baixo (21%), alto (11%), muito alto (5%) e muito baixo (5%). Já na questão auto avaliação em relação à disciplina, 37% dos alunos se consideram bom, seguidos de regular (32%), ruim (23%), ótimo (4%) e muito ruim (4%). Para o contato com atividade experimental, desconsideramos feiras cientificas ou similares, e limitamos somente às atividades realizadas em sala de aula. 51% dos alunos disseram sim, porém, poucas vezes trabalharam com experimentos, 3% dos alunos disseram que sim, já trabalharam varias vezes e 46% dos alunos disseram que não tiveram contato com experimentos.
Em relação às apresentações, todas as turmas apresentaram com êxito seus experimentos, uns bem feitos e outros com pequenas falhas de apresentação. Ao final deste período, foi aplicada uma avaliação para conhecermos a opinião dos alunos sobre esta forma de ensino. No geral os alunos apontaram que é uma forma interessante na qual o professor pode adotar para ensinar a disciplina. Adicionalmente, os resultados foram positivos à medida que alguns alunos conciliaram a parte prática com a parte teórica do assunto que trabalharam.
CONCLUSÕES:
Tendo em vista que o ensino de física enfrenta uma rejeição pelos alunos das escolas, com este estudo podemos apresentar uma alternativa para a melhoria na qualidade do ensino de física.
A partir deste trabalho pudemos realizar uma discussão inicial sobre a inclusão de atividades experimentais no cotidiano escolar dos alunos da escola Tiradentes. Nossos objetivos foram alcançados na medida em que houve a participação dos discentes na realização do projeto, bem como puderam conciliar a parte prática com a parte teórica do assunto.
Palavras-chave: Atividades experimentais, Ensino de física, Aprendizagem.