66ª Reunião Anual da SBPC |
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o): SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA |
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 1. Botânica |
INVENTÁRIO FLORÍSTICO DE ESPÉCIES HERBÁCEAS NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO CUNIÃ, INTERFLÚVIO PURUS-MADEIRA. |
Maíra Silva Ribeiro - Bolsista do PIBIC e aluna de graduação – UNIR Guilherme Sampaio Cabral - Bolsista do PIBIC e aluno de graduação – UNIR. Adeilza Felipe Sampaio - Bióloga/Lab. de Biogeoquímica Ambiental, UNIR Angelo Gilberto Manzatto - Prof. Dr./Orientador – Depto. de Ciências Biológicas – UNIR. |
INTRODUÇÃO: |
O estrato herbáceo é composto por plantas que não possuem um crescimento secundário verdadeiro. São plantas de fácil reconhecimento pelo característico caule não lenhoso e por apresentar, em sua maioria, um pequeno porte. O conhecimento herbáceo pode responder muitas questões sobre condições ambientais e conservação de uma floresta. Por ser um grupo de fácil manuseio, as plantas herbáceas são constantemente utilizadas em trabalhos ecológicos para entender a dinâmica e a composição de florestas tropicais. Nas diferentes regiões do país pode ocorrer uma variação na composição do estrato herbáceo. Assim, cada formação florestal teria uma flora própria, com espécies raras e comuns. Estudos com enfoque em comunidades arbóreas tem mostrado que a heterogeneidade ambiental atua na composição florística e na estrutura de diversas florestas. Porém, para compreender e caracterizar a complexidade de uma vegetação tropical é necessário estudar a composição florística de todos os estratos, inclusive o herbáceo. |
OBJETIVO DO TRABALHO: |
O presente estudo teve como principal objetivo inventariar as espécies herbáceas das parcelas ripárias da Estação Ecológica do Cuniã, visando o conhecimento e uma maior compreensão dessa comunidade nas florestas de baixio. |
MÉTODOS: |
A Estação Ecológica do Cuniã é uma unidade de conservação de proteção integral localizada ao norte do estado de Rondônia, no município de Porto Velho. A Grade Cuniã é constituída por trinta parcelas permanentes e por dezoito parcelas ripárias. Os dados referentes a este estudo foram realizados nas parcelas ripárias com o intuito de conhecer o perfil da comunidade herbácea nas florestas de baixio. Neste trabalho foi adotado o protocolo RAPELD de amostragem, que estabelece para este grupo vegetal uma área amostrada de 0.05 ha. Portanto, todas as parcelas ripárias apresentaram uma faixa amostral de 250 x 2,0m, com o maior eixo paralelo aos igarapés. As plantas herbáceas presentes nas faixas amostrais foram contabilizadas e inventariadas. Quando férteis essas plantas foram coletadas, identificadas e depositadas no Herbário Rondoniensis, pertencente à Universidade Federal de Rondônia. A identificação do material botânico foi realizada com o auxilio de herbários e literaturas especializadas. A circunscrição aceita neste trabalho foi: Smith et al. (2006) para as Samambaias e Licófitas e APG II (2003) para as Angiospermas. |
RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
Nos inventários florísticos foram registrados os seguintes grupos: Licófitas, Monilófitas e Angiospermas. As Licófitas de hábito herbáceo foram representadas por apenas uma família, um gênero e uma espécie, e as Monilófitas por dez famílias e onze espécies. As Angiospermas amostradas foram representadas por nove famílias, vinte gêneros e 38 espécies. No total foram amostrados 9347 indivíduos distribuídos em 22 famílias, 31 gêneros e 51 espécies. As famílias Marantaceae e Poaceae foram as mais frequentes dentro da área amostrada. Ambas também apresentaram maior número de indivíduos. A família Marantaceae foi representada pelos gêneros Calathea, Ischnosiphon, Monotagma e Monophyllanthe e a família Poaceae foi representada principalmente pelo gênero Pariana. As famílias Marantaceae e Araceae se destacaram com o maior número de espécies, 18 e 7 espécies, respectivamente. Quanto às espécies: Heliconia velutina L. Anderss. e Trichomanes pinnatum Hedw. foram amostradas em 90% das parcelas, e Costus scaber Ruiz & Paz. esteve presente em 70% das parcelas. As espécies que ganharam destaque com maior valor de abundância foram: Monophyllanthe araracuarensis S, Suárez, Galeano & H. Kenn, Guadua sp. e Calathea cannoides (Nicolson, Steyerm. & Sivad.) H. Kenn. Acredita-se que as espécies herbáceas podem ter relações entre si, influenciando assim, o comportamento umas das outras, porém, para a confirmação dessa hipótese, são necessários estudos ecológicos específicos. |
CONCLUSÕES: |
A comunidade herbácea presente nas parcelas ripárias da Estação Ecológica do Cuniã apresentou alta diversidade florística. Foram amostradas diversas espécies comuns e poucas espécies raras. Indivíduos pertencentes às famílias Marantaceae e Poaceae estiveram presente em todas as dezoito parcelas inventariadas. Os resultados obtidos neste trabalho foram similares a resultados obtidos em outros inventários realizados na Amazônia Central. No entanto, a quantidade de indivíduos amostrados foi surpreendente. Essa abundância de espécies pode ser explicada pelo usual comportamento clonal das plantas herbáceas. Fatores bióticos e abióticos também podem estar influenciando os padrões de distribuição da comunidade herbácea nas florestas de baixio da ESEC-Cuniã. Devido ao pouco conhecimento e à escassez de registros para o estrato herbáceo, torna-se cada vez mais importante os inventários florísticos acerca desse grupo. |
Palavras-chave: Inventário florístico, ESEC-Cuniã, herbáceas. |