66ª Reunião Anual da SBPC |
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o): SBBF - Sociedade Brasileira de Biofísica |
C. Ciências Biológicas - 1. Biofísica - 1. Biofísica |
Estudos estruturais da BthTX-I, uma Fosfolipase A2 isolada do veneno da serpente Bothrops jararacussu co-cristalizada com N-Acetil Galactosamina. |
Jephesson Alex Floriano dos Santos - Estudante de Graduação / Universidade Federal da Paraíba - UFPB Daniela Priscila Marchi Salvador - Orientadora / Universidade Federal da Paraíba - UFPB Marcos Roberto de Mattos fontes - Professor Doutor / Pesquisador Fiocruz Andreimar Martins Soares - Doutor / Pesquisador Fiocruz de Rondônia Guilherme Henrique Marchi salvador - Doutorando / Instituto de biocências da Unesp Botucatu |
INTRODUÇÃO: |
Fosfolipases A2 (PLA2s) são enzimas pequenas, estáveis e cálcio dependentes que, especificamente, hidrolisam a ligação éster sn-2 de fosfolipídeos liberando lisofosfolipídeos e ácidos graxos. |
OBJETIVO DO TRABALHO: |
O objetivo deste trabalho são: (i) resolução e análise estrutural das Fosfolipases A2 de veneno de serpente da espécie Bothrops jararacussu; (ii) identificar o sítio de ligação dos açúcares em questão. |
MÉTODOS: |
As estruturas oligoméricas dos complexos BthTX-I+G #1 (Bothropstoxina I, uma PLA2 básica isolada da peçonha de Bothrops jararacussu + N-acetil-galactosamina, um açúcar encontrado em biomembranas) BthTX-I+G #2, foram elucidadas com o emprego da cristalografia de raios X. A difração de raios X dos dois complexos protéicos foram realizadas no Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (LNLS) em Campinas, SP, sendo os dados processados pelo software HKL 2000 e a elucidação estrutural realizada por substituição molecular com o emprego do programa Molrep seguido por ciclos de refinamento posicional e estereoquímico realizado com o programa Refmac do pacote CCP4i v.6.3.0 e modelagem molecular manual pelo programa Wincoot v.0.7. A BthTX-I+G#1 pertence ao grupo espacial P3121 e apresentou resolução máxima de 1,68Å. |
RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
Os valores finais de Rfactor e de Rfree obtidos após diversos ciclos intercalados de refinamento posicional e estereoquímico e modelagem molecular manual foram, respectivamente, de 22,13% 27,40%. 92,86% dos resíduos de aminoácidos que compõem o complexo estão dispostos em regiões permitidas do gráfico de Ramachandran enquanto que 6,72% estão nas regiões admitidas e um único aminoácido está localizado em região não permitida do gráfico. A estrutura oligomérica do complexo BthTX-I+G #1 é composta por uma única molécula de N-acetil-galactosamina, localizada próximo aos resíduos de aminoácidos Lisinas 16 e 20 do monômero A, duas moléculas proteicas (dímero), 208 moléculas de água, duas moléculas de sulfato e dois íons Lítio. A BthTX-I+G#2 pertence ao grupo espacial P21 e apresentou resolução máxima de 1,95Å. Os valores atuais de Rfactor são de 17,43% e de Rfree 23,87. O gráfico de Ramachandran do indicou que 94,96% dos resíduos de aminoácidos estão em regiões permitidas, 4,62% nas regiões admitidas e apenas um resíduo de aminoácido está na região não permitida. Atualmente o complexo BthTX-I+G#2 é composto por duas moléculas proteicas, quatro moléculas de sulfato, duas moléculas de polietilenoglicol 4000 e 258 moléculas de água. |
CONCLUSÕES: |
A elucidação tridimensional e a análise estrutural de complexos proteicos permite inferir informações indispensáveis e que auxiliam na tentativa de melhor compreender mecanismos de ação da proteína em estudo e uma possível neutralização dos efeitos desencadeados. Contudo, as informações obtidas nas por análises estruturais tornam-se relevantes e podem ser empregadas no desenvolvimento racional de medicamentos e derivados de toxinas que poderão ser utilizadas, por exemplo, na obtenção de soros antiofídicos mais específicos. |
Palavras-chave: Fosfolipase A2, BthTX-I, Bothrops jararacussu. |