66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
SBQ - Sociedade Brasileira de Química
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 5. Química de Produtos Naturais
AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DE Piper marginatum Jacq. ATRAVÉS DO BIOENSAIO COM Artemia salina
Luiziani Mendonça Freitas - Universidade do Estado do Amazonas - UEA
Carlos Cleomir de Souza Pinheiro - Orientador / COTI - INPA
INTRODUÇÃO:
A espécie Piper marginatum Jacq. é conhecida na região amazônica como malvaísco, caapeba-cheirosa, nhadí e pimenta-do-mato, e é utilizada sob a forma de chá com ação anti-espasmódica, no tratamento de doenças do fígado e baço. O ensaio de toxicidade através do uso de microcrustáceo Artemia salina serve como biomonitoramento dos extratos de plantas. É um método rápido, confiável e de baixo custo que pode ser empregado para a determinação de toxicidade. Neste contexto, o bioensaio com Artemia salina foi essencial para saber a toxicidade do extrato de Piper marginatum Jaqc. visando à descoberta de extratos bioativos e novos fármacos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar o potencial toxicológico, através da determinação da concentração letal 50% (CL50) de extratos de Piper marginatum Jacq. no bioensaio de Artemia salina.
MÉTODOS:
Para eclosão dos ovos de Artemia salina foi utilizada neste trabalho a técnica proposta por Meyer e colaboradores. Em recipientes de PVC transparentes de 50 mL adicionou-se uma solução salina marinha artificial a 3,5% com pH 8,2 preparada a partir de água destilada com pH em torno de 5,8. A solução foi exposta à aeração constante e em seguida, foi adicionado 6 mg de ovos de Artemia, mantida a temperatura média de 28ºC e luminosidade fluorescente. Após 24 horas, os ovos eclodiram transformando-se em náuplios, fase ideal para o bioensaio. Em seguida foram colocados 10 náuplios em pequenos fracos, onde foi adicionado o óleo essencial nas concentrações de 10, 20 e 40 μg/mL e o extrato Diclorometano nas concentrações de 500, 1000 e 1500 μg/mL em volume final de 5 mL. No grupo controle havia somente o veiculo (solução salina a 0,9% e Tween 20 (2-5 %) na proporção de 0,4: 1). Após 24 horas, foi feita a leitura do número de indivíduos vivos e mortos e o cálculo da Concentração Letal Média (CL50) foi realizada pelo método de Probitos. As atividades foram desenvolvidas no Laboratório Temático Químico de Produtos Naturais (LTQPN) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A análise dos resultados obtidos nos testes de toxicidade do óleo essencial e do extrato Diclorometano com náuplios de Artemia salina tiveram toxidade moderadamente tóxica e toxidade fraca, respectivamente. Os extratos foram considerados ativos quando a concentração letal (CL50) alcançou um resultado menor de 1000 μg/mL. A concentração letal média do óleo essencial (CL50) foi de 41,8 μg/mL e a concentração letal do extrato Diclorometano (CL50) 1402,3 μg/mL sendo parâmetros importantes dentro da Farmacologia e Toxicologia. Meyer e colaboradores estabeleceram uma relação entre o grau de toxicidade e a dose letal média, apresentada por extratos de plantas sobre larvas de Artemia salina, desde então, considera-se os valores acima de 1000 μg/mL menos tóxicos.
CONCLUSÕES:
Os resultados preliminares com Artemia salina demonstram que o extrato Diclorometano da espécie Piper marginatum Jacq. não apresenta toxicidade frente a este organismo, uma vez que seu valor de CL50 encontra-se acima de 1000 μg/mL, entretanto, o óleo essencial da espécie apresentou CL50 de 41,8 μg/mL sendo considerada tóxico. Faz-se necessário um estudo mais detalhado ou emprego de técnicas mais específicas para confirmar o grau de toxicidade de Piper marginatum Jacq. Estes resultados sugerem estudos sequenciais para a verificação das suas propriedades tóxicas, como por exemplo, ensaios de citotoxicidade e ensaios de atividade antitumoral.
Palavras-chave: Piper marginatum Jacq., Artemia salina, Toxicidade.